domingo, 28 de dezembro de 2008

A 'chatice' de educar

Mais de uma semana depois de um grupo de alunos ter apontado uma pistola de plástico a uma professora aparentemente calma, mas que abandonou a sala de aula a ameaçar uma turma do 11.º com falta disciplinar, e um dia depois de o JN ter revelado em primeira mão as cenas de indisciplina, o Conselho Executivo (CE) da Escola EB 2,3/S do Cerco do Porto decidiu abrir um inquérito.

O óbvio procedimento disciplinar agora decretado não deixa de espantar quem ouviu a presidente do CE do Cerco considerar uma "chatice" não o caso, mas, antes, a sua revelação pública. Ou a responsável da DREN, a classificar de "brincadeira" as cenas filmadas com um telemóvel, em que um aluno também encostava a dita pistola à nuca e cabelos da docente, enquanto outro simulava golpes de boxe e um terceiro mexia no que aparenta ser o computador pessoal da professora.

A displicência destas reacções parece ter uma explicação: como não houve violência física (ou ela não é vista nos 31 segundos de vídeo) e a pistola até era de plástico, se dependesse daquelas responsáveis o comportamento dos alunos seria desculpado. Mas, depois da pressão mediática - e só depois desta -, o inquérito vai avançar e o próprio procurador-geral da República promete estar atento às suas conclusões. Para já, foram ouvidos apenas alguns alunos envolvidos em mais um caso de indisciplina grosseira. Sobram perguntas: serão eles os únicos responsáveis pela galhofa em que se transformou aquela sala de aula de um bairro problemático do Porto? Achará a professora normal a violência simbólica de que foi alvo? É calando casos deste tipo que o CE do Cerco pretende inverter a sua posição na cauda dos rankings escolares? E, depois de ter tomado conhecimento de toda esta situação, que dizer das palavras (ou da ausência delas) de Margarida Moreira?

Neste, como em tantos outros casos de indisciplina, os alunos não podem ser os únicos responsáveis pelo desnorte que reina em inúmeras escolas e a solução para estes problemas não pode ser, como defendeu o inenarrável presidente da Federação das Associações de Pais do Porto, insistir na proibição dos telemóveis na sala de aula. Até porque, como demonstra este caso, só existem (será que existem?) consequências quando as cenas de violência são filmadas.
Se o que não é conhecido não existe, manter situações de indisciplina dentro de portas, ocultando-as, é nada fazer para que a escola seja, de uma vez por todas, um lugar de formação. E esse comportamento também deve ser analisado num qualquer inquérito.

In Jornal de Notícias - Alfredo Leite, Director Adjunto

É preciso intervir contra a indisciplina nas escolas

O caso tem alguns contornos distintos do ocorrido há nove meses na escola Carolina Michaëlis, mas no essencial o que ocorreu na Escola do Cerco é tão gravoso quanto o seu precedente.
Percebemos, mais uma vez, que o ambiente nas salas de aula portuguesas atingiu níveis de preocupante agressividade e impunidade. É urgente concertar uma posição entre professores, conselhos executivos, direcções regionais de Educação e Governo para fazer frente à crescente desobediência que lastra pelas escolas nacionais.
Além dos reprováveis actos que o vídeo documenta, a iniciativa de o divulgar através da Internet demonstra que os intervenientes não só se sentiram à vontade para ameaçar a professora em plena sala de aula, como fizeram questão de propagandear o seu lamentável comportamento. As reacções da professora, da presidente do Conselho Executivo, Ludovina Costa, e da directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, voltaram a parecer demasiado brandas para aquilo que um caso como este exige. Desvalorizando que um aluno aponte uma arma, mesmo que de plástico, a uma professora - como fez a docente -, omitindo que isso aconteceu e lamentar apenas a divulgação do caso - como fez Ludovina Costa - e reduzindo o episódio a "uma brincadeira de mau gosto" - como fez Margarida Moreira - corre-se o sério risco de as palavras soarem quase como que a um convite para que situações destas continuem a repetir-se pelas salas de aula.
O alerta vem do presidente da Cáritas portuguesa: estamos perante "uma crise sem precedentes" e "o pior ainda pode estar para vir em 2009". E a crueza dos factos apoia a dureza das palavras. Há mais gente a pedir apoio, desde aqueles que eram já carenciados e estão agora pior até àqueles pertencentes à classe média mas tão sobreendividados que não são já capazes de pagar as contas ao final do mês.
O panorama negro traçado pela Cáritas é reforçado pela Assistência Médica Internacional, que enfrentou este ano um aumento de 20% dos pedidos de auxílio. E também o Banco Alimentar dá conta de um aumento das pessoas necessitadas a quem acode, com 245 mil a pedirem apoio em 2008, mais 25 mil que em 2007. Tal como Eugénio Fonseca, da Cáritas, também Isabel Jonet, do Banco Alimentar, prevê que "2009 vai ser um ano ainda pior".
Perante alertas tão sérios, o pessimismo deve ser a última resposta. Portugal tem resistido melhor do que outros países aos efeitos da crise internacional. Da parte de quem governa, devem vir incentivos à dinamização da economia e medidas sociais que salvaguardem os mais frágeis. De todos os outros, exige-se maior produtividade, mais cautela na questão do endividamento e um espírito de solidariedade redobrado. É nas situações de crise que se testa a solidez das sociedades.

http://dn.sapo.pt/2008/12/26/editorial/e_preciso_intervir_contra_a_indiscip.html

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

23 suspensões em escola de Gondomar


A agressão a soco e pontapé de um aluno de 16 anos à professora de 50 anos, na escola 2/3 de Jovim, em Gondomar, foi, no entender da vítima, o "culminar" de um clima de grande tensão que se vive naquela estabelecimento de ensino. A docente alerta para o facto de, numa só semana, terem sido registados 31 processos disciplinares, dos quais oito culminaram em repreensões e os restantes em suspensão dos estudantes.

"Actualmente, não se pode dizer nada aos alunos que eles não acatam qualquer observação. Principalmente os dos Cursos de Educação e Formação que se sentem impunes. São formandos e têm um contrato com a escola. O seu regime especial, em que não têm faltas nem reprovam, gera um sentimento de impunidade", salientou a professora Artemisa Coimbra, agredida anteontem à porta do Conselho Executivo.

Nem todos os processos disciplinares são, no entanto, com alunos dos Cursos de Educação e Formação. A professora afirmou que, ainda assim, a desresponsabilização se alastra à restante comunidade escolar.

A cena de violência de que a professora foi alvo é, aliás, exemplificativa do ambiente de crispação. À saída de uma aula às 13h20, encontrou um aluno de 16 anos a soltar palavrões alto e bom som.
"Quando me deparo com as situações não faço ouvidos de mercador. Por isso, ordenei que me acompanhasse ao Conselho Executivo (CE). Primeiro disse que não ia, mas depois lá acedeu", relembrou a docente. O pior estava para vir: depois da repreensão no CE, o aluno avistou Artemisa num corredor e começou a correr na sua direcção.

"Ia com o computador numa mão e um saco noutra. Agrediu-me com socos e pontapés. Foi tudo muito rápido e não deu para ninguém me socorrer", salientou.

O caso foi comunicado a Direcção Regional de Educação do Norte e foi apresentada queixa à GNR.

PORMENORES

ALUNOS
A escola 2/3 de Jovim, em Gondomar, tem cerca de 700 alunos a frequentar entre os 5.º e 9.º anos de escolaridade.

CONTRA A VIOLÊNCIA
Artemisa Coimbra é responsável pelo Observatório das Mulheres Assassinadas.
João Carlos Malta

domingo, 16 de novembro de 2008

Educar para cidadania

No plano curricular do ensino regular angolano existe uma disciplina denominada “Educação Moral e Cívica”. O facto de (ainda) não existir um programa de formação de professores de nível pós-graduado na área da formação pessoal e social, a utilização indistinta das expressões “formação cívica” e “educação para a cidadania” e a lógica abusiva da disciplina específica (educação moral e cívica, educação sexual, etc.) para a abordagem destes assuntos, constituem algumas das razões que me levam a reflectir em torno deste tema.
Apesar de não ser meu objectivo referir a evolução histórica e problematizar em torno do conceito de cidadania, por razões essencialmente pedagógicas, começarei por fazer algumas considerações introdutórias de âmbito histórico e conceptual.É pacífico definir pelo menos dois períodos na evolução do conceito de cidadania.
O primeiro na Grécia, por altura do século IV a.C., e o segundo depois da revolução francesa em 1789. Na Grécia vigorava um paradigma que tinha um carisma essencialmente político, valorizava muito as virtudes cívicas e era fundamentalmente baseado em obrigações e não em direitos. Neste período, o estatuto de desigualdade era aceite, pois, as mulheres e os escravos não tinham o estatuto de cidadão. No império Romano, a sociedade fazia discriminações e separavam-se as pessoas. Existiam os romanos e os estrangeiros, as pessoas livres e os escravos, sendo que estes últimos não eram considerados cidadãos. Os únicos cidadãos eram os nobres e os plebeus, mas, apenas os primeiros podiam exercer cargos políticos.
Mas foi essencialmente com a Revolução Francesa em 1789 que começaram a surgir os conceitos como democracia, igualdade e fraternidade. Grande parte dos países seguiu o exemplo de França. Nesta altura percebe-se que o conceito de cidadania tem o seu primeiro desenvolvimento, com uma outra preocupação: a igualdade entre pessoas, a igualdade de participação no poder político, a igualdade perante a lei e a emancipação feminina. Estas breves considerações sobre a perspectiva histórica do conceito de cidadania permitem perceber que o mesmo tem vindo a sofrer alterações, um pouco em função das evoluções e dos contextos sociais, políticos e económicos.
Assim, neste pressuposto, caminhando em direcção ao cerne do problema, colocam-se as seguintes questões: o que significa cidadania? O que é a educação para a cidadania? Qual a diferença entre “formação cívica” e “educação para a cidadania”? Ao consultar-se um dicionário de língua portuguesa da Porto Editora pode ler-se: “cidadania s.f. qualidade de cidadão; vínculo jurídico-político que, traduzindo a pertinência de um indivíduo a um Estado, o constitui, perante esse Estado, num conjunto de direitos e obrigações a essa condição” (p. 357).
A palavra cidadania é considerada por Beltrão e Nascimento (2000) como a “pertença (envolve a noção central de comunidade) e a participação (implica um sentido abstracto de lealdade, de ligação a um conceito de Estado, de Ordem Social) nas actividades da comunidade ou dos grupos de comunidades”. O Conselho Nacional da Educação português (1999) define educação para a cidadania como sendo “a aprendizagem e a aquisição de atitudes e competências que capacitem os indivíduos, qualquer que seja a sua idade e condição, apetrechando-os com os instrumentos indispensáveis ao desenvolvimento pessoal, à inserção social e à participação activa no mundo a que pertencem”. A
Conferência Permanente dos Ministros da Educação do Conselho da Europa, citada por Monteiro (2001), preconiza uma abordagem global e integrada para as políticas e práticas, avançando com uma definição de educação para a cidadania democrática explicitada em oito pontos: (1) tem por base os princípios fundamentais dos direitos do homem, da democracia e do primado do Direito; (2) faz particularmente referência aos direitos e responsabilidades, ao compromisso, à participação e à pertença, assim como ao respeito da diversidade; (3) engloba todas as idades e todas as partes da sociedade; (4) visa dar aos jovens e aos adultos os meios de tomar parte activa numa sociedade democrática e consolidar assim a cultura democrática; (5) concorre para combater a violência, a xenofobia, o racismo, o nacionalismo agressivo e a intolerância; (6) contribui para a coesão social, para a justiça social e para o bem comum; (7) reforça a sociedade civil, graças a cidadãos avisados, bem informados e democraticamente competentes; (8) deve ser diferenciada segundo os contextos nacionais, sociais, culturais e históricos.A Conferência defende que a educação para a cidadania democrática deve ser encarada de forma pluridimensional, pelo que, adaptando ao caso angolano, deveria revestir-se de uma “dimensão política” (participação no processo democrático de decisão e no exercício do direito político), uma “dimensão jurídica” (conhecimento e aplicação dos direitos e responsabilidades dos cidadãos), uma “dimensão cultural” (consciência e respeito da pessoa humana, dos valores democráticos fundamentais, assim como da história e do património comum e variado, contributo para as relações interculturais pacíficas), uma “dimensão social e económica” (luta contra a pobreza e a marginalização, tomada em conta de novas formas de trabalho e de desenvolvimento comunitário e o papel da economia para desenvolver uma sociedade democrática), uma “dimensão africana” (despertar para a cultura africana na sua unicidade e diversidade e necessidade de aprender a viver num contexto africano) e uma “dimensão planetária” (percepção e promoção da interdependência e da solidariedade mundial). Apresentadas estas orientações definidoras de “cidadania” e de “educação para a cidadania”, devemos questionarmo-nos. Devem as escolas ensinar valores? Que valores fundamentais devem ser seleccionados para trabalhar a cidadania? Antes de tentar responder a estas questões, convém realçar que é habitual confundir-se “formação cívica” e “educação para a cidadania”.
Na verdade são expressões com diferentes significados. Enquanto a “formação cívica” se relaciona com o conhecimento que advém do civismo, a “educação para a cidadania” remete para as experiências e vivências. O Conselho da Europa define formação cívica como sendo a “transmissão/aquisição num quadro educativo formal, do conhecimento, das capacidades e dos valores que governam o funcionamento, a todos os níveis de uma sociedade democrática” e a educação para a cidadania como “o conjunto de práticas e actividades cuja finalidade é tornar os jovens e adultos melhor preparados para participar activamente na vida democrática, através da assunção e do exercício dos seus direitos e responsabilidades sociais”.No que diz respeito ao ensino de valores, comecemos por questionar, o que são valores? Valor vem do latim «valore» e significa aquilo que vale alguma coisa e tem merecimento.
Obviamente, daqui se infere que existe uma enorme subjectividade, havendo escalas de valores. Platão considerava o bem como o valor supremo, Aristóteles premiava a felicidade, o amor e o belo. Enfim, não sendo meu propósito problematizar em demasia em relação à significação do conceito de valor, irei optar pelo paradigma defendido pelos axiólogos construtivistas, uma vez que estes defendem que os valores dependem dos lugares e das épocas. Assim, vou considerar a seguinte definição: “os valores são critérios ou juízos que estão presentes na sociedade e que orientam as normas, atitudes, opiniões e condutas das pessoas. Representam o fundamento das normas pelas quais a sociedade se rege, e sobretudo, a base a partir da qual os diferentes grupos sociais aceitam ou rejeitam determinadas atitudes e comportamentos” (www.educare.net/htm).
Ora, daqui se depreende que os valores têm uma natureza social, não são fixos, pelo contrário, são sujeitos a um processo de mudança tanto social, como pessoal, ou seja, os valores aprendem-se, modificam-se e variam ao longo da vida de cada um. Esta constatação permite afirmar que “nenhuma forma de educação é neutra ou independente de valores, portanto, desde que não seja através da doutrinação, a escola deve ensinar valores” (Beltrão e Nascimento, 2000). Note-se que, o facto de os valores serem heterogéneos, isso não impede que não se possa seleccionar um conjunto de valores fundamentais aceites por todos os grupos culturais. Por exemplo, parece-me pacífico admitir que a justiça, a solidariedade, o respeito pelo outro, o diálogo, a aceitação da diversidade, para citar apenas alguns casos, são valores aceites em todo o mundo.
Estes valores são os que estão na base da Declaração Universal dos Direitos do Homem, documento que inspirou as constituições de todos os países, portanto, podem e devem ser conteúdos obrigatórios na área da educação para a cidadania.Identificados os valores para trabalhar a cidadania, pergunta-se, como se faz a educação para a cidadania? Responder a esta questão significa tentar identificar que conteúdos e que metodologias devem reger a educação para a cidadania. Como a cidadania significa a integração do indivíduo no espaço político e na sociedade (justa, livre e solidária), faz todo o sentido integrar conteúdos ligados “aos valores que fundamentam as regras da democracia participativa e ao aspecto instrumental da cidadania, isto é, ligada ao conjunto de instrumentos e de mecanismos que permitem concretizar as regras da democracia” (Fonseca, 2001). Aqui incluem-se competências intelectuais (aprender a defender pontos de vista, etc.), competências sociais (o respeito pelo outro, assumir responsabilidades, etc.), portanto, uma educação direccionada para a defesa da carta universal dos direitos do homem.
Neste aspecto, apesar de admitir que a disciplina de Educação Moral e Cívica tem algum significado, sou apologista de que todos os professores, independentemente de leccionarem matemática, geografia, ou outra disciplina, através das práticas pedagógicas, podem e devem ser envolvidos no processo de formação do “aluno-cidadão”, daí que, defendo que os programas de formação de professores devem ser concebidos numa perspectiva pluridimensional, com conteúdos que incluam as componentes sociológica, pedagógica e psicológica, de modo a tornarem-no um profissional competente e apto para responder com eficácia às expectativas da escola plural e inclusiva. Obviamente, não poderia concluir sem fazer referir um último aspecto, para a implementação da educação para a cidadania na escola tem que haver um Projecto Educativo de Escola, um Regulamento Interno e um Plano Anual de Actividades. A importância do Projecto Educativo de Escola explica-se porque este documento reflecte a filosofia pedagógica da escola e traça as estratégias gerais de actuação, é uma espécie de constituição da escola. O Regulamento Interno define o modo de funcionamento da escola (as regras durante as assembleias, as interacções entre todos os agentes educativos, as normas de convivência, etc.) e o Plano Anual de Actividades apresenta a vantagem de permitir que todos os agentes educativos possam proceder à avaliação do plano e introduzir as necessárias correcções face aos objectivos traçados. Termino esta reflexão com uma frase muito interessante de um Pastor citado por Monteiro (2001). “Primeiro vieram procurar os judeus e não protestei porque não sou judeu”. Depois, vieram procurar os comunistas e não protestei porque não sou comunista. A seguir, vieram procurar os sindicalistas e não protestei porque não estou sindicalizado.Mas, quando vieram procurar-me ninguém protestou porque não havia mais ninguém”.

In Jornal de Angola (Por Azancot de Menezes)

Baixa da Banheira - Professora teme pela sua segurança após agressão de aluno

Uma professora foi agredida durante uma aula na Escola Secundária da Baixa da Banheira. O caso aconteceu no final de Outubro, mas só agora é conhecido.

A professora em causa, que pede para não ser identificada, interveio para terminar uma discussão entre dois alunos dentro da sala de aula. Um deles acabou por agredir a professora e um funcionário da escola, primeiro verbalmente e depois com vários pontapés.
O agressor, um aluno de 19 anos de idade, foi suspenso durante cinco dias, mas já regressou às aulas. A professora teme pela sua segurança. A Escola Secundária da Baixa da Banheira já pediu à Direcção Regional de Educação a transferência do aluno para outro estabelecimento de ensino, mas, em duas semanas, ainda não se conhece a decisão da DREL.
A professora pede que, nestes casos, as decisões sejam tomadas com maior rapidez.A docente, que lecciona naquela escola há mais de 20 anos, queixa-se ainda da perda de autoridade dos professores, e da incompreensão dos encarregados de educação.A Renascença tentou saber junto da DREL em que ponto está o pedido de transferência de escola do aluno agressor, mas a Direcção Regional de Educação ainda não respondeu.

In Rádio Renascença (João Pedro Vitória)

Pais, professores e escolas unidos na crítica aos incidentes de Fafe

Pais, professores e escolas condenaram hoje a actuação de cerca de 250 alunos de uma escola secundária de Fafe que terça-feira vaiaram a ministra da Educação e atiraram ovos à sua viatura.

Em declarações à Lusa, o presidente do Conselho das Escolas, Álvaro Almeida dos Santos, repudiou o incidente, que classificou como "muito desagradável", apelando "à serenidade" de todos os agentes educativos.

"Para o bom-nome da Educação e das escolas, é necessário que, nesta fase, todos os diferentes interessados efectuem um esforço de devolver um ambiente de serenidade e de respeito pelas pessoas e pelas instituições", afirmou.

Da mesma forma, também o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) apelou "à serenidade e à calma nas escolas", considerando que encarregados de educação, estudantes e docentes "têm todos de pugnar pelo diálogo".

"Todas as manifestações que envolvam alunos e possam configurar agressões físicas ou verbais a pessoas, quem quer que sejam, e nomeadamente a um responsável do Governo, devem ser cabalmente banidas", disse à Lusa Albino Almeida.

O presidente da Confap considerou ainda que os estudantes têm razões para protestar contra o estatuto do aluno e a forma como está a ser regulamentado em muitos estabelecimentos de ensino, mas sublinhou que a sua participação não deve ser feita através de manifestações de rua, mas nos órgãos próprios das escolas, onde têm assento.

Os incidentes que envolveram terça-feira a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, que foi forçada a desistir de presidir a uma cerimónia de entrega de diplomas em Fafe devido à actuação dos alunos, também não foram indiferentes aos sindicatos de professores.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), João Dias da Silva, reprovou os acontecimentos, condenando "todas as atitudes insultuosas e de violência" que afirmou nada terem a ver com uma contestação democrática.

Também o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, sublinhou que "há regras democráticas que têm de ser tidas em conta em qualquer protesto", manifestando o seu desacordo relativamente à actuação dos alunos envolvidos.

"Não concordo, obviamente. Mas é um sinal de que a ministra é, neste momento, uma pessoa desautorizada na Educação e até mesmo perante o país", afirmou o dirigente da Fenprof.
in Jornal de Notícias (12 de Novembro de 2008)

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O fim dos 'valentões' - Jornal de Letras / Educação 20-12-2006

«Tratar os outros da mesma forma que queremos ser tratados». Esta é a regra de ouro que o professor norte-americano Allan Beane, 56 anos, doutorado em Filosofia e Educação e consultor em Educação, pretende incutir aos alunos, pais e professores com que tem trabalhado nos últimos 30 anos.
A violência nas escolas é o tema que o trouxe a Portugal. É autor do livro A Sala de Aula Sem Bullying , publicado nos Estados Unidos em 1999 e agora em Portugal, pela Porto Editora, um guia estratégico, especialmente dirigido aos professores do 1º, 2° e 3° Ciclos do Ensino Básico, com o objectivo de pôr termo à violência praticada por alunos nas escolas.
Traduzido à letra para o português, um bully é um valentão, um agressor, alguém que escolhe as suas vítimas para intencionalmente lhes provocar dor. Nos Estados Unidos, uma em cada sete crianças que frequentam as escolas são bullies ou vítimas. Esta realidade não se compara à portuguesa, mas existem suficientes casos relatados em jornais, nas conversas, reuniões entre pais, alunos e professores para que esta preocupação tenha um fundamento. Muitas vezes silenciadas pelo medo do agressor as vítimas nem sempre pedem ajuda.
Os adultos que as acompanham nem sempre se apercebem da dor que estas situações provocam até que as consequências denunciem esta realidade.Nos casos mais extremos o suicídio foi a única solução que as vítimas encontraram para se livrarem de repetidos maus-tratos. A auto-mutilação, o stress pós-traumático, o medo de frequentar uma sala de aula manifestam-se sobretudo num fraco aproveitamento escolar, abandono escolar, em consequências do foro psicológico que comprometem o desenvolvimento e o futuro das crianças. Com apenas 23 anos, o filho de Allan Beane faleceu.
A violência e os maus-tratos de que foi vítima nas escolas foram factores decisivos para a forma com a sua vida encontrou um fim. A vida e a morte deste jovem inspirou o pai a escrever o seu primeiro livro, A Sala de Aula sem Bullying e a desenvolver o programa Bully Free Programe, ao qual, nos últimos dois anos, se tem dedicado inteiramente. A escola é um lugar que privilegia a segurança e o desenvolvimento intelectual, não o medo e a violência.
Este é o propósito de Allan Beane: «Não quero que mais crianças sofram por causa deste problema».
Jornal de Letras: Como acompanhou o caso do liceu Columbine, em 1999 onde dois alunos disparam sobre vários colegas e professores com armas de fogo?
Allan Beane: tinham acontecido outros tiroteios noutras escolas.Nessa altura já tinha reconhecido um dado comum: muitos dos responsáveis por esses actos eram vítimas de maus tratos por parte de outros colegas. Enviei uma carta ao director desse liceu com essa informação. Recebi uma resposta isolada: «Agradecemos a informação...» Estava no Canadá quando aconteceu o massacre em Columbine. Passei toda a noite a acompanhar o caso, na televisão onde ouvi vários estudantes dizendo que iriam ter mais cuidado com a forma como tratavam os outros.Tornou-se óbvio que os autores dos disparos eram vítimas de bullying. Estudos revelam que 75% dos alunos que cometem este tipo de actos são vítimas. Este é um problema muito grave no nosso país.
- O que é o bullying?- É um comportamento repetitivo de um indivíduo ou de um grupo, em que há um balanço de poder. Os Bules têm a intenção de magoar física ou psicologicamente. Para decidir se uma criança está em situação de bullying é preciso averiguar se há intenção de provocar dor, se há alguém que está a ser magoado e se essa pessoa é repetidamente um alvo. Há miúdos que são mal tratados todos os dias, ou quase todos os dias. Também pode acontecer entre professores e alunos e entre professores. Há adultos dentro das escolas que também se mal tratam. É um comportamento hipócrita... dizer aos miúdos para obedecerem à regra de ouro e estar a quebrá-la. É importante que os adultos e as escolas sejam modelos dessa regra: a forma como tratamos os outros é a mesma como devemos ser tratados.
- Porque as crianças se tornam bullies?- Acredito que não foram disciplinadas em casa. Por isso não têm auto-controlo. Não lhes foi ensinado a estimar os outros. Por vezes sofreram vários abusos, então vão para a escola abusar de outros. Ou vêm o pai a bater na mãe e pensam que isso é uma coisa de homem.Há muitas outras razões. Muitas vezes os bullies pensam à partida que vão ser desrespeitados, por isso, não têm respeito pelos outros. Pensam mal acerca deles próprios e têm necessidade de o provar.Estão realmente revoltados e precisam de exprimir essa raiva. A razão porque há bulhes é porque o permitimos ou porque o ignoramos.
- Porque é que as vítimas o permitem?- Os bullies querem usar poder e controlo sobre alguém. Querem magoar. Se esse alguém é passível de ser magoado, então é uma vítima. Algumas características são a falta de auto-estima, falta de confiança, incapacidade de se defesa verbal ou uma estatura física pequena. Os bullies costumam fazer bully shopping: procuram crianças que possam magoar.
- É um comportamento que pode ser travado?- Podemos reduzi-lo. Alguns professores poderão eliminá-lo na sala de aula. É o que devemos tentar fazer. Tentar travá-lo completamente. É muito difícil conversar com crianças verdadeiramente agressivas. Isso não vai mudá-las. É preciso que haja consequências para os seus actos. Temos de as ensinar e de as envolver em situações de entre ajuda. Mas é muito difícil mudar um verdadeiro bully. A agressão é uma postura muito estável. Mas não é impossível. Tenho conhecimento de grandes resultados. No meu site, www.bullyfree. com, pode-se encontrar muita informação sobre casos de sucesso.Com o meu programa conseguimos aumentar a presença dos alunos nas aulas, reduzir casos de violência, suspensões e expulsões. E também aumentou o número de alunos que afirmam que vão passar a denunciar os bulhes.
- Pensa que há muita gente que lida com este problema através do silêncio?- Na maior parte das vezes quando as crianças tentam ignorar o problema ou escondê-lo, alguns adultos não compreendem o quão doloroso e perigoso pode ser. Ou muitas vezes o pensamento adoptado é: faz parte do crescimento, não há razão para preocupações... Há professores que não se querem envolver, porque têm de trabalhar mais, passar mais tempo com os alunos e com os pais. Infelizmente há professores que querem tornar o seu trabalho o mais fácil possível.
- Porque escreveu este livro?- Quando o meu filho experimentou este problema, pensei em como poderia ajudar, como poderia reduzir este tipo de violência. Comecei a desenvolver ideias, a delinear estratégias, fiz pesquisa em psicologia social e comecei a falar com professores sobre este problema.Começámos a ter ideias e a testá-las. Escrevi o livro baseado em experiências, testes, com muito pensamento criativo, tentando trazer tópicos exteriores ao campo da Educação para dentro dele.
- Quem é o alvo principal?- Professores e directores de escolas. Há materiais no livro que os professores podem enviar para os pais. Tenho outros livros indicados especificamente para pais e para crianças, mas em Portugal ainda só foi publicado este livro.
- O que o fez publicar este livro em Portugal?- O professor Luís Miranda Correia [director do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho] ouviu falar sobre o livro e considerou-o de grande utilidade. Foi ele que fez a proposta à editora.
- De que forma tem acompanhado a realidade portuguesa do Ensino e da violência nas escolas?- Não conheço essa realidade. Mas hoje, numa conversa com 17 alunos de um liceu em Lisboa, dois deles admitiram serem vítimas de bullying. Não sei qual é a percentagem em Portugal, mas sei que é um problema que existe em todo o lado.
- Há um perfil de escola em que este problema seja mais frequente?- Há estudos a ser feitos sobre violência em escolas. Revelam que a pouca de supervisão de adultos e a falta de disciplina pode trazer problemas. O mesmo acontece quando a administração das instituições não apoia suficientemente os professores ou quando, no que respeita os alunos, não existem consequências para os seus actos.
- Gostaria de deixar alguns conselhos para que lida com este tipo de violência?- Aos professores: não tolerem este comportamento. Aprendam o máximo que possam e façam tudo o que puderem para travar o bullying. Os pais também precisam de aprender sobre este problema e dizer aos filhos que não toleram este tipo de situações. Disciplinem os filhos, ensinem-nos a ser amáveis com a pessoas, a dar importância aos sentimentos e que não devemos magoar os sentimentos dos outros. Somos todos diferentes, mas todos temos a mesma capacidade para sentir. Aos bullies: parem com isso! Se têm algum problema, peçam ajuda. O respeito pelos outros pode abrir uma infinidade de portas e aumenta seguramente a possibilidade de se ser uma excelente pessoa e de ir muito mais longe na vida. Os bullies terão certamente uma vida muito infeliz. Vão perder com frequência o emprego por desrespeitarem os outros, vão provavelmente ter um cadastro criminal... Deixem que os ajudem a mudar.
- Já foi vítima de bullying?- Não. A minha infância foi muito boa. Havia um miúdo no meu bairro que me bateu muitas vezes, mas também jogámos muito basquetebol e dávamo-nos bem. Ele tinha aspecto de bully e às vezes agia como um, mas não tentava ser mau todos os dias. Eu gosto dele. Ainda penso nele como um amigo. Acho que ele tinha ciúmes. Eu jogava melhor do que ele...

Empresa privada contratada para reforçar segurança em escola de Beja

A Direcção Regional de Educação do Alentejo (DREA) decidiu contratar os serviços de uma empresa privada para reforçar a segurança na escola EB 2,3 Santa Maria, em Beja, depois de o conselho executivo da escola ter apresentado demissão perante a sucessão de episódios de violência no estabelecimento.
Além do “reforço imediato do policiamento exterior”, através de agentes do programa Escola Segura da PSP, “vão ser contratualizados os serviços de uma empresa de segurança privada” para “vigiar o interior da escola”, adiantou à Lusa, José Lopes Verdasca, director regional de educação.
A contratualização dos serviços de segurança privada, que “deverá demorar duas a três semanas”, vai incluir a presença de vigilantes no interior da escola e a instalação de um sistema de videovigilância, acrescentou o responsável.Segundo José Lopes Verdasca, o acesso à escola “já está a ser controlado” para “disciplinar a entrada de pessoas exteriores”, que “foram responsáveis por alguns dos casos de violência mais complicados”.
Questionado sobre o carácter de excepção das medidas adoptadas, o director explicou que as alterações agora decididas “vão permitir, a curto prazo, reforçar a segurança da escola e evitar casos de violência”.
Conselho executivo demissionário
Estas medidas foram decididas após uma reunião com o conselho executivo demissionário, professores e funcionários da Escola Básica 2,3 de Santa Maria e uma outra com a associação de pais da escola.
Salientando que “cerca de 70 por cento” dos alunos da escola “são subsidiados” e oriundos de bairros sociais desfavorecidos, José Lopes Verdasca defendeu ainda que, a médio prazo, “é preciso reorganizar a rede escolar de Beja, para evitar a concentração de alunos problemáticos numa só escola e permitir a sua distribuição equilibrada por várias escolas” da cidade.
Por seu lado, Domingas Velez, presidente do conselho executivo da cidade, disse estar “satisfeita” com as medidas adoptadas, que considerou “absolutamente necessárias para evitar casos de violência e normalizar o dia-a-dia da escola”.
Na sexta-feira, o conselho executivo demitiu-se em bloco, dizendo-se “saturado” com os “constantes” casos de violência no estabelecimento de ensino. “Apresentámos a demissão porque estamos cansados e saturados com vários casos de violência na escola, que deixaram de ser pontuais e passaram a ser frequentes”, explicou.
Além de agressões entre alunos, Domingas Velez queixou-se sobretudo de “casos de agressões, a maioria verbais, mas também físicas, a funcionários e professores por parte de elementos exteriores à escola”, como pais e encarregados de educação. A professora deu ainda conta de casos de agressões de pais a alunos e a outros encarregados de educação no interior da escola.
In Público

sábado, 25 de outubro de 2008

Vídeo da Semana (3) - 2ª Parte

PSP deteve 24 pessoas por tráfico de estupefacientes junto a estabelecimentos de ensino no arranque do ano lectivo

A PSP deteve 24 pessoas por tráfico de estupefacientes junto a áreas escolares, no início das aulas, e levantou 33 autos a estabelecimentos por venda de bebidas alcoólicas a menores de 16 anos, informou hoje aquela polícia.

De acordo com o relatório da "Operação Escola Segura - Abertura Ano Lectivo 2008/2009", hoje divulgado, foram detidas no total 238 pessoas, 57 por mandado de detenção, 24 por tráfico de estupefacientes, 59 por condução com excesso de álcool, 74 por falta de habilitação legal para conduzir, oito por desobediência ou agressão a agentes e uma por posse de arma ilegal.

No total foram fiscalizadas 43.097 viaturas, tendo-se verificado 774 infracções por excesso de velocidade e 502 por não utilização de cinto de segurança.

Na sequência de fiscalizações a estabelcimentos nas imediações de escolas foram levantados 33 autos por venda de bebidas alcoólicas a menores de 16 anos e uma por venda de tabaco a jovens da mesma idade. Oitenta pessoas foram ainda identificadas por consumo de estupefacientes.

Estiveram envolvidos nestas operações, que decorreram entre 15 de Setembro e 17 de Outubro, 6.547 elementos policiais e 2.813 viaturas, motociclos e ciclomotores.

Participaram em acções de sensibilização e demonstração quase 40 mil alunos, cerca de 1.500 professores e mais de 7.000 encarregados de educação.

in Agência Lusa

sábado, 11 de outubro de 2008

Jovens navegam na web sem limites


SÃO PAULO – Pesquisa da ONG SaferNET revela que 87% dos jovens usam a internet sem restrições.


A SaferNET concluiu que a maioria dos pais (63%) não impõe regras de uso da internet pelos filhos. A maioria dos jovens (77%) fica o tempo que quiser navegando na web – e a maioria (55%) dos pais acham que os filhos ficam tempo demais conectados. Entre os jovens entrevistados, 47% ficam mais de 4 horas navegando por dia. E muitos dos participantes de até 18 anos reconhecem que ficam tempo demais conectados à web (55%).

De acordo com a pesquisa, 53% tiveram contato com conteúdos agressivos e que consideravam impróprios para a idade. Dos jovens que participaram da pesquisa, 38% relatou ter sido vítima de cyberbullying (ameaça virtual) e 10% afirmou ter sofrido algum tipo de chantagem online.


Apesar disso, o estudo revelou que 40% dos jovens se sentem seguros e que podem se defender de qualquer ameaça na web. Por outro lado, 53% dos pais disseram que nunca sentem que seus filhos estão seguros navegando na internet e 40% dos pais informaram que seus filhos já expressaram incômodo ou constrangimento em relação ao que vivenciaram na internet.


Em relação às preferências do internauta jovem, 80% disseram que gostam de navegar em sites de relacionamento e 72% usa comunicadores instantâneo. E eles se expõe bastante: 72% publicam fotos na web, 52% divulgam o nome e sobrenome e 21% fornecem o nome da escola e/ou clube que freqüentam.


A pesquisa contou com a participação de 1400 crianças, jovens e pais de todo o País: 875 eram crianças e jovens menores de 18 anos e 251 eram adultos com filhos.


Em parceria com o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP), a ONG SaferNET é responsável pela Central Nacional de Denúncia de Crimes Cibernéticos. Mais informações no endereço http://www.safernet.org.br/.


in Info Plantão

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

CONFAP apela aos pais para participação mais activa na vida das escolas

"Na escola como em casa, há um lugar que é dos pais" é uma das mensagens da campanha que a CONFAP vai lançar para apelar aos encarregados de educação a uma participação mais activa na vida escolar dos filhos.
A campanha, que foi ontem apresentada no Museu da Electricidade, em Lisboa, conta com o apoio do Ministério da Educação, mas ainda não tem data prevista para arrancar, já que a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) ainda se encontra à procura de apoios e parceiros.Na cerimónia, a ministra da Educação lembrou que há 30 anos os pais estavam proibidos de participar na vida das escolas, mas que hoje "o paradigma é o oposto", já que há nos estabelecimentos de ensino "um espaço" para os encarregados de educação."É uma campanha importante porque permite chamar a atenção dos pais e da sociedade civil para a convergência de dois interesses: o interesse dos pais em participar na vida da escola e o interesse da escola em contar com o apoio e a participação dos pais. São dois caminhos que se cruzam", afirmou Maria de Lurdes Rodrigues.
Sublinhando que durante anos os pais "viveram de costas voltadas para as escolas", a titular da pasta da Educação sublinhou que hoje os pais devem ter uma participação "qualificada, activa e consequente" na vida das escolas".Para acabar com a ideia de que o que se passa para lá do portão não diz respeito aos pais, a campanha da CONFAP inclui folhetos e desdobráveis, "outdoors", e "spots" publicitários. A lógica é apelar a uma presença mais activa na vida escolar dos filhos."
Com os pais na escola todos vão poder aprender mais", "A escola faz-se com todos", "Na escola como em casa há um lugar que é dos pais" são algumas das mensagens que serão transmitidas durante a campanha, que alerta ainda para os verbos "estimular", "participar" e "apoiar", responsabilidades que os pais são convidados a assumir de forma "mais activa"."Muitas escolas que eram problemáticas há uns anos atrás saíram dos seus muros e envolveram as comunidades, sobretudo os pais. São hoje escolas que podem ser apontados como exemplo de como passar das dificuldades à normalidade. Esse é o nosso objectivo final: ter pais mais conscientes", afirmou Albino Almeida.
Questionado sobre o arranque da campanha e a verba necessária para o seu lançamento, o responsável adiantou apenas que para já está prevista a distribuição dos desdobráveis, já que esses serão produzidos pelos serviços do Ministério da Educação."Podia adiantar números e no dia seguinte dizer que afinal não custou nada. Acreditamos que entre um limite e o outro vamos encontrar as soluções que vão pôr a campanha de pé. Só não posso falar de timings certos. As empresas não vão deixar de exercer a sua responsabilidade social", afirmou.A campanha foi simbolicamente apresentada na primeira terça-feira de Outubro, dia em que a CONFAP pretende voltar a assinalar anualmente o "Dia da Escola e dos Pais".Quatro horas por mês para pais acompanharem vida escolar dos filhos.
A revisão do Código do Trabalho deverá garantir aos pais um crédito de quatro horas por filho e por mês para acompanharem melhor a vida escolar dos seus filhos.A CONFAP entregou este ano na Assembleia da República uma petição na qual solicitava ao Governo que legislasse no sentido de atribuir aos pais direitos laborais que assegurem a sua participação na educação dos filhos.De acordo com Albino Almeida, a proposta foi acolhida pela Comissão de Trabalho, Segurança Social e Administração Pública, no âmbito da revisão do Código do Trabalho."O princípio que está na petição mereceu a concordância de todos os intervenientes na revisão do Código do Trabalho, portanto dos partidos com assento parlamentar", garantiu.Actualmente, o Código do Trabalho estipula como faltas justificadas "as ausências não superiores a quatro horas e só pelo tempo estritamente necessário, justificadas pelo responsável pela educação do menor, uma vez por trimestre, para deslocação à escola tendo em vista inteirar-se sobre a situação educativa do filho".
in Lusa

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Relatório ignora 'bullying' nas escolas

A Comissão parlamentar de Educação e Ciência apresentou ontem um documento sobre segurança escolar, onde, entre o conjunto de medidas apresentadas, não se faz referência a um fenómeno que afecta parte significativa dos alunos portugueses.
O relatório sobre violência e segurança escolar, apresentado ontem na Comissão parlamentar de Educação e Ciência, deixou de fora o fenómeno do bullying - a intimidação constante de alunos por parte de colegas, que, segundo estudos, atinge um em cada cinco crianças das escolas básicas portuguesas. O documento redigido pela deputada socialista Fernanda Asseiceira também não contempla algumas recomendações deixadas na Assembleia da República pelo procurador-geral da República para responsabilizar os jovens.
Os dados apontados no relatório referem que dos 3533 actos de violência denunciados nas escolas portugueses no ano lectivo 2006/2007, a maioria diz respeito a acções contra pessoas e bens. Ainda segundo o estudo, um quinto das situações registadas diz respeito a furtos, mas mais de 90 por cento das escolas nacionais não registou qualquer ocorrência. Ou seja, para estes números de violência escolar não contribuem situações como insultos ou exclusões de jogos. Violência psicológica que um estudo do ano passado das universidades do Minho, Porto e Técnica de Lisboa demonstra afectar um em cada cinco alunos entre os 10 e os 12 anos.
Face a esta ausência, o Partido Social Democrata considera que o documento A Segurança nas Escolas desvaloriza os dados do bullying para dar "um tom mais azul" ao relatório. "Esta é uma questão que tem merecido amplo debate e que preocupa especialista internacionais, mas que não é abordada nas conclusões ou sequer no relatório", critica o deputado social democrata Fernando Antunes.
O presidente da Associação Nacional de Professores, que lançou uma linha de emergência para denunciar casos de bullying, admite ao DN que seria importante o fenómeno vir identificado no relatório. "Isto porque está comprovado que este tipo de violência interfere na segurança no espaço escolar", defende João Grancho, que recorda que o "próprio Observatório da Segurança Escolar não se debruça muito sobre este fenómeno".
O DN tentou contactar o presidente deste órgão, João Sebastião, o que se revelou impossível até ao fecho da edição. Mas esta não é a única falha apontada ao estudo compilado por Fernanda Asseiceira. João Paulo Carvalho do CDS-PP lembra que o relatório "não faz referência ao combate à sensação de impunidade dos alunos referida pelo PGR na comissão de Educação", mesmo que as conclusões contemplem a ideia de tolerância zero em relação à violência, defendida por Pinto Monteiro.
Quanto aos pontos positivos do relatório, João Grancho elogia a criação de uma "Linha SOS Segurança nas Escolas", para apoio pedagógico, psicológico ou jurídico a alunos, professores, auxiliares, pais e outros responsáveis educativos. "Estas linhas são importantes para desvendar situações de violência, embora falte perceber se ela vai ser nacional, da responsabilidade do Ministério da Educação, ou apenas escola-a-escola."
Entre as principias medidas que o documento defende para combater a violência escolar, destacam-se ainda a implementação de sistemas de videovigilância, do cartão electrónico, que evita a circulação de dinheiro nas escolas, o reforço do programa Escola Segura, projectos desportivos e de lazer ou o trabalho junto das autarquias. A redactora do relatório garante que a estas conclusões se podem juntar outras que resultem das propostas dos outros grupos parlamentares, a apresentar nos próximos 15 dias. A votação do documento decorrerá no final do mês, embora a sua aprovação esteja praticamente assegurada, com o votos do PS, PSD e CDS-PP. Depois disso, será enviado ao Presidente da República, ministérios e entidades envolvidas na matéria da violência escolar.
In Jornal de Notícias (por Pedro Vilela Coutinho)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Jovens escondem casos de ciberbullying

A Universidade da Califórnia apurou que três em cada quatro adolescentes são vítimas de bullying na Internet. O número é agravado quando se percebe que apenas um em cada dez jovens reporta o incidente aos pais ou a outro adulto.
A análise, que envolveu o inquérito a jovens dos 12 aos 17 anos, mostra ainda que, no último ano, 41 por cento dos entrevistados foram vítimas de ameaças entre uma a três vezes. Cerca de 13 por cento admite ter sido vítima de bullying entre quatro a seis vezes e 19 por cento admite já ter sido abusado mais de sete vezes.
Os motivos que levam os adolescentes a negar ou a esconder dos pais que já tiveram algum tipo de incidente desta natureza prendem-se essencialmente com dois factores: a necessidade de se afirmarem e de aprenderem " a lidar sozinhos com a situação" e o medo. Isto porque temem que os pais lhes cortem o acesso à Internet uma vez que não entendem "a importância que a rede tem nas suas relações sociais".
Dados os resultados, os conselhos dos especialistas apelam essencialmente ao diálogo entre pais e filhos e lembram que a necessidade de alertar os mais novos para os perigos e de os colocar à vontade para exporem os incidentes é tão importante quanto a percepção de que o corte total à Internet é prejudicial às relações entre os mais novos. Em causa está o posicionamento vital que a rede assumiu na vida social dos adolescentes.

Relatório do Parlamento sugere criação de Linha SOS Segurança nas Escolas

Um relatório da Assembleia da República sugere a criação de uma "Linha SOS Segurança nas Escolas", para apoio pedagógico, psicológico ou jurídico a alunos, professores, auxiliares, pais e outros responsáveis educativos.

Segundo o documento "A Segurança nas Escolas", que é hoje apresentado na Comissão de Educação, aquela hipótese deve ser equacionada tendo em conta "a diversidade de contextos escolares e a existência de alguns casos que nem sempre são detectados e que há agressões em que as vítimas podem esconder as situações, por vergonha ou por medo".

Considerando "positiva" a criação de um "responsável de segurança" nas escolas sede de agrupamento, tal como tinha sido sugerido pela comissão no ano passado, num relatório sobre Violência nas Escolas, é agora recomendada a existência de uma "rede de colaboradores", tendo em conta "a dimensão, características geográficas e sociais" dos agrupamentos, que reportaria àquele responsável.

Por outro lado, o relatório sugere ainda que a implementação do módulo curricular não disciplinar "Cidadania e Segurança" com carácter obrigatório no 5º ano "pode servir" de referência para o seu alargamento ao 1º e 3º ciclos do básico e ao ensino secundário, com as necessárias adaptações curriculares.

Segundo o documento, redigido pela deputada do PS Fernanda Asseiceira, a formação de professores inicial e contínua precisa de integrar planos de formação que preparem para a gestão e mediação de conflitos, para a diversidade e multiculturalidade.

"As competências pedagógicas dos professores ultrapassam, cada vez mais, apenas a dimensão dos conteúdos", lê-se.

Por outro lado, o relatório alerta para o facto de os recursos não serem iguais em todas as escolas, "o que reforça a orientação de responder a diferentes contextos, apresentados por cada escola, no âmbito da sua autonomia através da correspondente contratualização".

Em relação à actual Rede Nacional de Centros Educativos, gerida pela Direcção Geral de Reinserção Social (Ministério da Justiça) e responsável pela concretização das medidas de internamento e detenção previstas na Lei Tutelar Educativa, o relatório sugere "uma maior articulação" com o Ministério da Educação.

Na sequência deste relatório, a Comissão de Educação vai "diligenciar" o agendamento da apreciação em plenário de um projecto de resolução que "recomenda ao Governo a adopção de medidas, que visem contribuir para melhorar a resposta das escolas e da sociedade na prevenção de comportamentos de risco, proporcionando ambientes mais seguros e promovendo o sucesso escolar para todos os alunos".

Por outro lado, a Comissão vai promover a organização de uma sessão pública na Assembleia da República para apresentação de exemplos de boas práticas pelas escolas.
Será ainda promovido um fórum on-line na Internet, através da página da Assembleia da República, relativa a esta temática.

O relatório será remetido ao presidente da Assembleia da República, à ministra da Educação, ao ministro dos Assuntos Parlamentares, ao ministro da Administração Interna, ao ministro da Justiça e ao procurador-geral da República, entre outros.
in Agência Lusa

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Educação: Campanha nacional para mobilizar sociedade assinala Dia dos Pais e Escolas

O Dia dos Pais e Escolas, que se assinala terça-feira, será marcado pela apresentação de uma campanha nacional com o objectivo de mobilizar toda a sociedade para a participação na vida da escola.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Albino Almeida, avançou hoje que a campanha vai prolongar-se pelo ano lectivo, num conjunto de acções a iniciar-se com a distribuição de desdobráveis e folhetos.

Com esta campanha, a CONFAP pretende "voltar a colocar na agenda a comemoração" do Dia dos Pais e Escolas, em Outubro.

Numa altura em que sucedem várias situações de violência nas escolas, Albino Almeida faz questão de frisar que esta campanha não se limita a chamar a atenção para este fenómeno, e "será feita pela positiva".

Acerca deste assunto, o representante dos pais referiu que as escolas "têm os problemas das comunidades onde se inserem", mas defende que devem ser "o exemplo de solidariedade, fraternidade e convivência social a ser repetido na sociedade".

Os desdobráveis e folhetos integrados na campanha vão chegar a todas as escolas e associações de pais, incluindo na Madeira e Açores, garantiu Albino Almeida, acrescentando que o Ministério da Educação apoiou a produção desta informação.

"Vamos fazer um apelo à sociedade civil e às empresas para colaborarem na campanha" e, neste momento, a iniciativa já conta também a ajuda de várias entidades privadas, referiu Albino Almeida, escusando-se a especificar quais, com excepção para a Fundação EDP.

É que a campanha será apresentada no Museu da Electricidade, em Lisboa.

Por outro lado, o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, irá participar na campanha, através de uma acção "ainda sem data marcada", acrescentou Albino Almeida.

Para o futuro, a Confederação espera conseguir "outras parcerias e envolvências" pois para "coisas importantes haverá sempre apoios, nomeadamente financeiros", referiu o seu presidente.
Entre as iniciativas que a CONFAP pretende desenvolver no âmbito desta campanha, conta-se a intenção de "trazer a Portugal experiências de outros países, através dos seus protagonistas, sejam da área política, autarcas ou pais".

O objectivo da campanha, que vem "responder ao desafio lançado pelo Presidente da República, há cerca de um ano", é chamar a atenção dos pais para a importância da sua presença nas escolas.

"Queremos mobilizar toda a sociedade e os pais em especial para a participação na vida da escola", salientou o presidente da CONFAP.

Albino Almeida exemplifica com situações em que, quando os pais passaram a estar presentes em algumas "escolas problemáticas, estas deixaram de o ser".

Aliás, "existem já parcerias entre empresas e comunidades locais que levaram a solucionar problemas de disciplina e violência em escolas", insistiu.

Nos primeiros seis meses deste ano foram apresentadas 57 queixas por violência nas escolas no distrito judicial de Lisboa, das quais 21 ocorreram no círculo de Almada.

Por outro lado, os crimes de ofensa à integridade física no exterior das escolas aumentaram 40 por cento no último ano lectivo, ultrapassando os roubos e furtos. Contabilizadas todas as ocorrências, só a PSP registou cerca de 3.000 crimes.
in Agência Lusa

sábado, 4 de outubro de 2008

Instituição divulga dados globais sobre violência contra a criança

Na próxima terça-feira (07), um relatório mundial lançado na internet revelará a atual situação dos índices em relação às principais formas de violência praticadas contra as crianças em diversos países.

Os dados foram colhidos pela Plan, uma organização internacional de desenvolvimento, e vão integrar o lançamento da campanha Aprender Sem Medo. O objetivo é promover uma mobilização global em função do combate à violência nas escolas. Para tanto, a instituição conta a colaboração de parceiros nacionais e internacionais comprometidos com os direitos da criança.

A pesquisa vem confirmar por meio de estatísticas uma dura realidade; a de que nenhum país está imune à violência praticada contra pequenos cidadãos. Entre as principais modalidades de prejuízo bruto à infância, estão o castigo corporal, a violência sexual e recém divulgado bullying, que consiste na adoção de métodos opressivos de comportamento em ambiente de convivência escolar.

Em pelo menos 60 países, aproximadamente 1,5 milhão de crianças e adolescentes participam dos programas da Plan. A instituição existe há 71 anos e funciona desde 1997 no Brasil, onde desenvolve atualmente cerca de 50 projetos relacionados a educação, saúde, promoção de direitos, participação comunitária, segurança alimentar e nutricional.

A pesquisa completa será disponibilizada, a partir do dia 7 de outubro, em língua inglesa no site www.plan.org.br.
In Notícias 360 - pe360graus.com

Vídeo da Semana (2) - 1ª Parte

Ameaçada com pistola

Uma aluna de 13 anos foi ontem assaltada sob ameaça de pistola à saída da Escola EB 2,3 Dr. Manuel Pinto de Vasconcelos, em Freamunde, Paços de Ferreira. A adolescente foi confrontada por um indivíduo nas imediações do estabelecimento, que lhe apontou a arma e levou um telemóvel.

Ao que foi possível apurar, o roubo ocorreu por volta das 11h00, após a vítima ter saído do estabelecimento escolar. Um suspeito, aparentando ter cerca de 25 anos, terá ameaçado de morte a aluna e exigido dinheiro. Perante uma adolescente estupefacta, o assaltante acabou por se limitar a arrancar o telemóvel das mãos da vítima, que apresentou queixa na GNR.

Contactado pelo CM, o presidente do conselho executivo do Agrupamento de Escolas, Luís Garcês, lamentou que a instituição não tenha sido informada da ocorrência, considerando a gravidade do caso, face à utilização de uma arma, num crime que envolveu uma aluna.

'É uma situação inédita. Já não se trata de simples furtos de dinheiro, telemóveis ou outros objectos, como às vezes acontece, dentro ou fora da escola. A utilização de armas, seja dentro ou fora do estabelecimento escolar, deixa-nos preocupados, porque representa um risco grave para a segurança dos alunos e não só', comentou Luís Garcês, adiantando que a escola não dispõe de sistema de videovigilância, que deverá ser instalado 'em breve'.

DETALHES

SEGURANÇA
A segurança da escola de Freamunde é assegurada por vigilantes, em regime de permanência, e patrulhas ocasionais da Escola Segura da GNR.

SURPRESA
Foi com 'surpresa' e 'estupefacção' que funcionários e alunos reagiram à notícia do assalto à mão armada na zona escolar, sublinhando não haver histórico de casos de violência.

EM GRUPO
'Quando não vamos para casa de autocarro ou com os nossos pais o ideal é sairmos da escola em grupo, como temos feito sempre, mas nunca por medo', reagiu um aluno.

HEMATOMA MOTIVA QUEIXA EM LEIRIA
O Agrupamento de Escolas de Marrazes está a averiguar uma queixa de alegada agressão, apresentada pelos familiares de um aluno da Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico de Marinheiros, em Leiria.

De acordo com os queixosos, a criança, de sete anos, apareceu em casa com uma nódoa negra num braço, que terá sido provocada pelo professor. O menino contou que se levantou e foi junto do docente fazer uma pergunta, porque não o tinha ouvido, e que este o agarrou, levando-o até à carteira.
O caso ocorreu na semana passada e os familiares ainda confrontaram o professor, tentando que formulasse um pedido de desculpas. Como não o fez, apresentaram queixa na esquadra da PSP. O Agrupamento conta ter o processo de averiguações concluído na próxima semana.

ESCOLA PRIMÁRIA DO CERCO
A professora agredida por pais de um aluno da Escola do 1º Ciclo do Cerco do Porto ainda não conhece o desfecho para este caso e continua sem dar aulas.

Quase 15 dias após a agressão, a situação continua a ser avaliada pelos responsáveis do Ministério da Educação e enquanto decorrem reuniões entre pais e docentes a escola permanece com os portões fechados para evitar situações semelhantes.

O aviso oficial que interdita a entrada dos pais no espaço da escola adverte ainda que 'qualquer tentativa forçada para entrar ou insultos serão comunicados à polícia'.

In Correio da Manhã (por Mário Fernandes / Manuela Teixeira)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Escola barra acessos após agressão

A entrada de pais no perímetro da Escola do 1.º Ciclo do Cerco, no Porto, foi restringida depois da mãe de um aluno ter agredido uma professora. Os encarregados de educação pedem agora reforço na segurança.

Só por motivo "devidamente justificado" podem os pais entrar na Escola do Cerco, de acordo com o director regional adjunto de Educação do Norte, António Leite, em declarações à Lusa. Mesmo nos horários de entrada e de saída têm de esperar pelos filhos à porta do estabelecimento.

A medida de segurança foi tomada logo após a agressão da mãe de um aluno a uma professora, ocorrida no passado dia 21 de Setembro. O estudante em causa tinha sido repreendido e obrigado a terminar na cantina um trabalho que se recusara fazer, contou ao JN uma docente daquele agrupamento de escolas. "A avó também veio cá ameaçar agredir toda a gente, caso a professora não retirasse a queixa contra a mãe do aluno", prossegue a mesma fonte. "Consta no bairro que aqui não se tomam medidas e os professores temem que o caso caia no esquecimento".

Ainda segundo declarações à Lusa, António Leite adiantou que a escola apresentou queixa-crime contra os alegados agressores da professora. Ao JN, o Conselho Executivo da escola recusou-se a prestar esclarecimentos. António Leite, adiantou também que terá "nos próximos dias", uma reunião com as entidades interessadas e responsáveis pela segurança na escola, como os membros do Conselho Executivo, a Direcção Regional de Educação, o Governo Civil e a associação de pais.

Ao final da tarde de ontem, pais e professores de algumas turmas reuniram-se para discutir o problema. Hoje vão reunir-se os docentes e encarregados de educação das restantes.

In Jornal de Notícias (por Nídia Ferreira)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Reino Unido cria watchdog para a Internet

O Governo britânico avançou com a criação de um novo órgão que vai juntar entidades públicas e privadas na protecção dos cibernautas mais jovens.
O UK Council for Child Internet Safety (UKCCIS) quer salvaguardar as crianças dos sites com temas menos próprios, como o suicídio, o bullying ou a pornografia, apostando na disponibilização de informação, agindo perante os espaços online que apresentem este tipo de conteúdos nocivos e estabelecendo códigos de conduta, nomeadamente para os sites que permitam o upload de vídeo.
O organismo está igualmente responsável por vigiar a área dos jogos online, assim como promover uma publicidade electrónica responsável, segundo avança a imprensa internacional. Reportando directamente ao primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, o UKCCIS conta com 100 membros, entre os quais BT, Facebook, Google, Microsoft e Vodafone.
Publicado por Casa dos Bits

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Obras de Requalificação da Escola


Já começaram - e decorrem a bom ritmo - as obras de requalificação da nossa escola. O edifício do Bloco A1 foi o primeiro a ser intervencionado, seguindo-se a curto prazo a construção de dois novos edifícios - o Bloco A4 (Bloco Tecnológico) e o bloco do refeitório, bufete e polivalente de alunos.

domingo, 28 de setembro de 2008

Tiroteio em escola improvável na Região

A Madeira não tem, em concreto, potenciais casos que possam levar a uma situação como a que aconteceu, recentemente, numa escola da Finlândia, onde um jovem atirou a matar, vitimando 10 alunos, e suicidou-se depois. Mas as forças de segurança estão preparadas e têm a noção de qual será a melhor forma de reagir e minimizar os impactos de uma situação semelhante.

A garantia foi deixada ontem aos jornalistas pelo Comandante da Polícia de Segurança Pública da Madeira à margem de um simulacro realizado na Escola Secundária Jaime Moniz. Uma iniciativa preparada muito antes do que aconteceu na Finlândia e onde qualquer semelhança é pura coincidência. Ainda assim, e quando confrontado pelos jornalistas com o caso em questão, Pereira Lucas disse que o facto de não haver acções de prevenção a esse nível é porque ainda não foram identificadas situações de risco.

A PSP e não só, estão, contudo, atentas a este tipo de situações que, como aconteceu na Finlândia, também pode vir a acontecer num local qualquer do Mundo. «Uma situação como aconteceu naquela escola deriva de um conjunto de factores que podem propiciar. A Polícia faz sistemáticamente análises de risco e que visam verificar se os factores se conjugam. As análises de risco que temos não indicam situações dessas...», frisou.

Quanto ao simulacro que ontem decorreu na Escola Secundária Jaime Moniz, refira-se que o cenário fictício iniciou-se com uma chamada telefónica do Conselho Executivo de que um docente de um estabelecimento de ensino da cidade do Funchal tinha sido sequestrado por um ex-aluno, o qual é caracterizado como sendo problemático e com problemas ao nível do foro psicológico. Ao mesmo tempo, ocorria outra situação em que o aluno foi vítima de um furto realizado por um indivíduo sobejamente conhecido nos meandros do crime.

No cenário, foram utilizados alguns estudantes da Jaime Moniz que receberam todas as indicações sobre o que fazer perante este cenário levado a cabo pela equipa da Escola Segura da Esquadra do Funchal que recorreu às várias valências policiais que o Comando Regional da PSP dispõe, nomeadamente a Brigada de Intervenção Rápida, as Equipas de Inactivação de Engenhos e Explosivos e Subsolo, o carro patrulha e as equipas velocipédicas.

Pereira Lucas explicou que a iniciativa integrou-se no âmbito das iniciativas levadas a cabo no início do ano lectivo. «O que se pretende é uma maior parceria com a comunidade escolar», referiu o comandante da PSP-Madeira que adiantou que a força policial que representa desenvolve acções em parceria com as escolas para que sejam transmitidas várias informações relacionadas com as actividades realizadas pela PSP.

Por Carla Ribeiro (in Jornal da Madeira)

Indisciplina e violência na escola: causas e perspectivas de intervenção

Muitos investigadores em educação consideram que a indisciplina e a violência na escola têm aumentado de forma acentuada e indiferenciada. Este fenómeno apresenta contornos multifacetados e deriva de múltiplas causas, portanto, obriga a uma reflexão profunda e pluridisciplinar. A complexidade desta realidade sócio-cultural tem interferências nocivas no processo de ensino-aprendizagem, com consequências trágicas para o sucesso da «escola eficaz», pelo que, suscita interrogações e requer o debate e a discussão com o envolvimento de todos os agentes educativos interessados na formação do cidadão que vai viver numa sociedade verdadeiramente justa, democrática e solidária.
Quais as causas da indisciplina e da violência escolar? Que principais aspectos devem ser considerados na gestão da disciplina na escola e na sala de aula? Que estratégias concretas devem os professores utilizar para lidar com a indisciplina e a violência escolar?
Para tentar responder a estas e outras questões, professores, pedagogos, sociólogos, psicólogos, psiquiatras, pediatras, jornalistas, políticos, agentes da polícia e muitos outros cidadãos, num ambiente de importante partilha de opiniões, têm participado em congressos, conferências e outras reuniões, na expectativa de uma melhor compreensão desta problemática para que sejam implementadas medidas baseadas em estratégias concebidas numa perspectiva de aproveitamento de sinergias oriundas de várias correntes científicas e filosóficas.
A reflexão sobre este tema, parecendo- -me plenamente justificada, no pressuposto de que existe relação entre indisciplina e violência, tem os seguintes objectivos: (1) referir as principais causas da violência escolar e identificar contextos que condicionam a disciplina/indisciplina na escola e na sala de aula; (2) divulgar opiniões e resultados de estudos internacionais importantes para uma melhor percepção da dimensão do problema; (3) apresentar uma perspectiva de intervenção comunicacional que auxilie professores e educadores na prevenção e resolução da indisciplina e da violência escolar e recomendações gerais úteis para a gestão da disciplina na sala de aula.
Face aos objectivos definidos, consultei estudos divulgados na IV Conferência Mundial sobre “Violência na Escola e Políticas Públicas”, organizada pela Universidade Técnica de Lisboa (2008), intervenções apresentadas no XI Colóquio organizado pela Universidade de Lisboa (2001) no âmbito da Association Francophone Internationale de Recherche Scientifique en Education (AFIRSE), resultados do “Relatório das Audiências Públicas sobre a Violência das Escolas” realizado pela Comissão Sul-Africana dos Direitos Humanos (SAHRC), opiniões de Eric Debarbieux (professor da Universidade de Bordéus e presidente do Observatório Internacional da Violência Escolar) e de Feliciano Veiga (investigador em educação e professor da Universidade de Lisboa).
Em relação aos conceitos de “indisciplina”, de “violência” e de “bullying”, por serem termos polissémicos e como irei utilizar nesta reflexão, penso ser importante explicitar os seus significados. Segundo Veiga (2007), por “indisciplina” entende-se a transgressão das normas escolares que prejudicam as condições de aprendizagem, o ambiente de ensino ou relacionamento das pessoas na escola (o conceito não é estático, sofre mutações, em função do contexto sócio-cultural). O termo “bullying” (palavra inglesa que não tem uma tradução directa para o português) é atribuído ao significado de agressão em contexto escolar. A “violência” é definida como o “recurso à força para atingir o outro na sua integridade física e/ou psicológica” (Fischer, 1999, citado por Veiga, 2007).Ora bem, definidos os aspectos ligados à significação dos termos, para melhor se perceber o “problema”, também faz todo o sentido identificar as principais causas e os contextos relacionados com esta problemática, porquanto, sem este conhecimento, não é possível eliminar a indisciplina e a violência escolar.
Para a maioria dos estudiosos, as causas da indisciplina relacionam-se com problemas familiares ou psicológicos, aspectos sócio- -culturais, questões de estruturação escolar, métodos pedagógicos inadequados do professor, etc., isto é, como referi, a indisciplina para além de ter causas múltiplas, sofre transformações que decorrem dos diferentes contextos. Fernandes (2001), numa comunicação apresentada no XI Colóquio da AFIRSE, apresentou vinte e três causas (algumas delas muito polémicas e contundentes) para explicar o aumento da violência escolar.
Em virtude de serem em número elevado, irei mencionar apenas algumas delas, a saber: (1) o alastramento de diversas formas de exclusão social, agravadas pela globalização neoliberal, designadamente, o aumento da toxicodependência, da prostituição e as crescentes dificuldades dos jovens em arranjar emprego; (2) o insuficiente patrulhamento policial junto às escolas; (3) a impunidade que goza a classe política, em relação ao incumprimento das promessas eleitorais e à não responsabilização pelas consequências dos actos cometidos no exercício do poder político; (4) os maus exemplos éticos transmitidos aos jovens através da impunidade que, em regra, usufruem os poderosos (a nível económico e a nível político) quando cometem crimes económicos, quer se trate de corrupção e/ou de evasão fiscal); (5) a violência nos programas de televisão; (6) a violência familiar agravada por factores de exclusão social; (7) as deficientes condições das escolas (elevado número de alunos por turma e outros aspectos); (8) o paradigma educacional dominante que, praticamente, se limita à transmissão de conhecimentos atomizados e compartimentados por disciplina; (9) a deterioração da imagem social do professor; (10) as elevadas taxas de insucesso escolar; (11) a falta de perspectivas de vida futura para os jovens; (12) as normas disciplinares dentro de cada escola são ambíguas e as exigências disciplinares variam muito de professor para professor, etc.
Admitindo como válido este “inventário” de causas da indisciplina e violência escolar que acabei de referir, com relativa facilidade seria possível identificar os principais contextos onde os alunos estão habitualmente inseridos e actuar em conformidade. O mesmo autor (Fernandes, 2001), afirma que a disciplina/indisciplina na sala de aula é consequência da interacção entre cinco contextos: (1) contexto familiar; (2) contexto societal; (3) contexto mediático; (4) contexto escola; e (5) contexto relacional professor. Esta última dimensão, por “deformação” académica e profissional, terá uma atenção especial no final desta reflexão. Entretanto, tal como me propus, gostaria de divulgar alguns resultados de estudos internacionais que ajudam a ilustrar a dimensão do problema (não a explicação do fenómeno) e que podem servir de incentivo para investigações nacionais.
Em primeiro lugar, de acordo com uma pesquisa sobre opiniões de professores da responsabilidade de Kikkawa (1987), citado por Veiga (2007), revela que os “comportamentos agressivos” existem na maior parte das escolas e a indisciplina parece ser menor nos grupos do sexo feminino. Vejamos, então, o que se passa em alguns países. Um estudo realizado pela comissão da África do Sul dos direitos humanos que originou o “Relatório das Audiências Públicas sobre a Violência nas Escolas”, a partir de um inquérito aplicado pela SAHRC, constatou que uma em cada quatro crianças sul- -africanas afirmou ter sofrido ocorrências de violência na escola.
Numa investigação realizada em conjunto por Portugal e Espanha divulgada na IV Conferência Mundial sobre Violência Escolar e Políticas Públicas realizada a partir de um questionário a 1233 crianças entre os sete e os 13 anos de oito escolas de Lisboa e de Sevilha demonstrou a existência de “bullying”, porque cerca de 18 por cento das crianças inquiridas eram agredidas com frequência e 42 por cento foram vítimas de pelo menos um ou dois comportamentos agressivos.
Em Inglaterra, no que diz respeito ao “bullying”, Whitney (1992), citado por Veiga (2007), numa investigação junto de crianças e jovens, verificou-se que 14 por cento dos alunos do 1º ciclo e 37 por cento dos alunos do 2º e 3º ciclos afirmaram ter sido objecto de agressão por parte dos colegas. Nos EUA, os resultados de estudos efectuados mostram valores muito mais alarmantes. Hoover (1992), citado por Veiga (2007), refere que 81 por cento dos rapazes e 72 por cento das raparigas (principalmente agressão verbal) declararam ter sido vítimas de agressão. Ainda com objectivos informativos, terminaria para realçar que em vários países os alunos também têm sido vítimas de violência física e/ou psicológica por parte dos professores, acontecendo igualmente o inverso, porque a indisciplina e a violência são causadoras da principal causa do “stress” dos docentes.
Por Azancot de Menezes (in Jornal de Angola)

sábado, 27 de setembro de 2008

Vídeo da Semana (1)

Massacres em escolas na Finlândia 'podem estar ligados', diz polícia

Investigadores na Finlândia dizem que estão estudando uma possível ligação entre o massacre desta semana em uma escola técnica e outro, ocorrido há menos de um ano.

Na terça-feira, Matti Juhani Saari, de 22 anos, matou a tiros dez pessoas em Kauhajoki, antes de cometer suicídio.

Em novembro passado, Pekka-Eric Auvinen, de 18 anos, matou a tiros oito pessoas, antes de se matar, em Jokela.

Segundo investigadores, ambos compraram suas armas em Jokela, possivelmente na mesma loja. Pode ser ainda que tenham tido contato um com o outro.

"Suas ações aparecem tão similares que eu acharia um milagre se nós não encontrássemos algum elo de ligação", disse o investigador-chefe, Jari Neulaniemi, de acordo com a agência de notícias finaldesa STT.

Neulaniemi afirmou ainda que as licenças para posse de arma de Saari e Auvinen indicaram que os artefatos foram comprados na mesma loja em Jokela.

Os investigadores finlandeses se negaram a dar mais detalhes sobre o caso mas, de acordo com o jornal britânico Daily Telegraph, há temores de que o país pode estar enfrentando uma rede de potenciais assassinos em escolas ligados uns aos outros pela internet.

As novas informações se somam à lista crescente de similaridades entre os dois casos: ambos os homens colocaram vídeos ameaçadores no site YouTube antes dos ataques; ambos tinham um fascínio pelo massacre ocorrido em uma escola em Columbine, nos Estados Unidos, em 1999 e voltaram as suas armas contra si mesmos no final.

Mas, até agora os investigadores não estabeleceram uma ligação direta entre os dois atiradores.

O ataque em Kauhajoki chocou a Finlândia, e o governo agora está estudando a hipótese de tornar mais rigorosas leis que regem a posse de armas que estão entre as mais liberais da Europa.

"Em termos de pistolas que podem ser transportadas facilmente, nós temos que pensar se elas devem ficar disponíveis para indivíduos privados. Na minha opinião, elas devem ser mantidas em estandes de tiro", disse o primeiro-ministro do país, Matti Vanhanen, na quarta-feira.

Embora a Finlândia tenha dito que iria estudar novas leis depois do ataque do ano passado em Jokela, nenhuma mudança foi feita e adolescentes com 15 anos ainda podem possuir armas.

O país tem uma longa tradição de caça e posse de armas. Uma pesquisa internacional de armas de pequeno porte em 2007 estimou que há um total de 2,9 milhões de armas de fogo para uma população de 5,2 milhões de pessoas.

Também deverá ser lançada uma investigação sobre como a polícia lidou com este mais recente incidente envolvendo armas de fogo e o papel na internet.

Saari foi interrogado pela polícia um dia antes do ataque mas não foi detido.

Vanhanen também disse que as autoridades deveriam examinar se há necessidade de mudanças no monitoramento da internet.

"Os fóruns na internet e no YouTube (...) não são um outro planeta. Isto é parte do nosso mundo e nós, adultos, temos a responsabilidade de checar o que está acontecendo, e criar fronteiras e segurança lá", disse ele.

in Globo

Educação/Plano Tecnológico: Videovigilância e alarme nas escolas dentro de mês e meio - coordenador



Lisboa, 26 Set (Lusa) - Os sistemas de vídeovigilância e alarme deverão chegar às 1.200 escolas do 2º e 3º ciclos do básico e secundárias dentro de "um mês e meio", revelou à agência Lusa o coordenador do Plano Tecnológico da Educação (PTE).

"Dentro de mês e meio os sistemas chegarão às escolas. O júri do concurso já elaborou o relatório preliminar, no qual expressa a vontade de adjudicação à ONI. Está a decorrer a fase de audiência prévia dos interessados, seguindo-se o relatório final. Foi necessário fazer vários esclarecimentos adicionais aos concorrentes. Se não fosse isso já tinha sido feita a adjudicação", explicou João Trocado da Mata.

Enquanto decorre este processo, 120 escolas já notificaram a Comissão Nacional de Protecção de Dados, procedimento obrigatório para a instalação daqueles equipamentos.

"Desenvolvemos um trabalho com a Comissão no sentido de facilitar e simplificar a notificação e aprovação deste processo. A muito breve prazo esperamos que todas as escolas notifiquem, já que é condição para a instalação destes sistemas", explicou.

As câmaras direccionadas para os pátios ou recreios exteriores e para espaços com concentração de equipamentos tecnológicos só estão ligadas fora do período de funcionamento da escola, lê-se no formulário que a Lusa consultou.

Durante a noite, o acesso ao sistema de videovigilância das escolas deverá ser realizado pelas autoridades policiais ou por uma empresa de segurança privada, contratada para esse efeito.
Em entrevista à Lusa, o coordenador do PTE revelou ainda que o Governo quer alargar para 100 o número de Academias Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), que vão reforçar e certificar as competências dos alunos.

Segundo João Trocado da Mata, "está a ser preparada a adesão de mais dez grandes empresas ao programa `Academias TIC`, entre as quais a Intel".

Em Junho foram assinados protocolos de colaboração para a abertura das primeiras "Academias TIC", com empresas como a Microsoft, a Oracle e a Cisco, que arrancam ainda este ano com 30 academias.

"A expectativa é que seja possível implementar até ao final deste ano lectivo 100 Academias TIC. Poderemos ter 15 ou 16 grandes empresas da economia do conhecimento com cada uma a constituir cinco ou seis academias", explicou o responsável.

A formação e certificação em TIC é um dos três eixos de actuação do PTE. O modelo de formação dos docentes já está "desenhado", começando até ao final do ano a formação de formadores e a partir de Janeiro a formação de professores.

"Será um modelo modular, sequencial e disciplinarmente orientado. Posso garantir que vamos cumprir a meta de ter 90 por cento dos professores formados e certificados em tecnologias da informação e comunicação em 2010", afirmou.

Em relação aos diversos concursos públicos internacionais lançados para apetrechamento das escolas, João Trocado da Mata indicou que a aquisição de 111 mil computadores já está em fase de adjudicação e que até ao final do ano "a esmagadora maioria" destes equipamentos já estarão nas escolas.

O objectivo é ter um rácio, durante este ano lectivo, de 1 equipamento por cada cinco alunos. Em 2010 será de 1 computador por cada dois estudantes.

Por outro lado, garantiu que as redes de área local, que permitirão aceder à internet a partir de qualquer ponto do estabelecimento de ensino já estão a ser implementadas e que o Centro de Apoio Tecnológico das Escolas arranca no ínicio de 2009.

O Plano Tecnológico da Educação representa um investimento de 400 milhões de euros e pretende colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados na modernização tecnológica dos estabelecimentos de ensino.

in Lusa, por Marco Lopes da Silva (texto) da Agência Lusa

Internet: Pais portugueses são os que menos conhecem o que fazem os filhos na internet - estudo europeu

Lisboa, 26 Set (Lusa) - Portugal é, a par da Polónia, o único em 21 países europeus onde os pais portugueses menos conhecem o que os seus filhos fazem on-line, segundo um estudo europeu a que a Lusa teve acesso.

O estudo comparado do Projecto Eu Kids Online, a apresentar sexta-feira no Luxemburgo, teve a participação de uma equipa portuguesa coordenada pela professora Cristina Ponte, da Universidade Nova de Lisboa.

A divulgação destes dados surge na semana em que o governo português distribuiu cerca de três mil computadores portáteis "Magalhães" a alunos do primeiro ciclo de Norte a Sul do país, com a garantia de que os equipamentos têm instalado um sistema que permite aos pais controlar sítios visitados pelos filhos.

Segundo o estudo, Portugal é também, a par da Polónia, o país onde as crianças e jovens portugueses utilizam mais as novas tecnologias do que os adultos, um dado que, segundo Cristina Ponte, revela uma necessidade urgente de formação tecnológica dos pais.

"Estes dados reclamam uma maior atenção das políticas públicas de promoção das tecnologias digitais, que forneçam informação para uso dos novos meios em segurança, nos lares, sob pena de se perpetuar o fosso digital entre gerações e entre crianças com diferentes recursos socioeconómicos", considera a investigadora.

Esta primeira tentativa sistemática de comparar resultados europeus sobre a experiência de crianças e jovens na Internet, financiada pela Comissão Europeia (Safer Internet Plus), permitiu também concluir que as crianças portuguesas acedem mais na escola do que em casa.

No entanto, a tendência é para o aumento do acesso em casa.

Estes dados reforçam resultados revelados por outros estudos recentes. O jornal Público divulgou um trabalho da investigadora Célia Quico, da Universidade Nova de Lisboa, onde era referido que os jovens portugueses já dão mais valor à Internet e ao telemóvel do que à televisão.

Segundo o estudo europeu do Projecto Eu Kids Online, os pais portugueses consideram que na Internet as crianças mais novas correm mais riscos do que as mais velhas e que as raparigas estão mais expostas a riscos do que os rapazes, uma percepção considerada pouco correcta, que "poderá decorrer de uma certa exclusão digital dos pais".

A pesquisa mostra que quanto maior é o acesso e o uso da Internet maiores são os riscos e as oportunidades. Ambos os sexos contactam com potencialidades e riscos na Internet.
A exclusão digital por parte dos pais em Portugal, que continuam a regular mais o contacto das crianças com a televisão do que com a Internet, está relacionada com a situação socioeconómica das famílias portuguesas, condicionada pela baixa escolaridade de mais de metade dos pais portugueses.

Nos países da Europa que participaram neste estudo (Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Estónia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Islândia, Itália, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa e Suécia), o uso da Internet aumenta com a idade, pelo menos até aos 12-15 anos, quando atinge o seu pico.

Este estudo internacional, liderado pela Professora Sonia Livingstone da London School of Economics, comparou mais de 250 estudos empíricos sobre a utilização da Internet e dos novos média por crianças e jovens até aos 18 anos em 19 países da União Europeia (Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Estónia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Polónia, Portugal, República Checa, Suécia e Reino Unido) e em dois outros países fora desse espaço (Noruega e Islândia).

Foram caracterizados, para cada país participante, os acessos e usos do on-line por crianças e jovens (até 18 anos) e o ambiente nacional quanto à penetração e regulação dos média, os discursos públicos dominantes, as características do sistema educativo, a existência de uma educação para os média e as atitudes e valores culturais em geral e sobre as crianças em particular.

A comparação dos 21 países incidiu ainda sobre a mediação dos pais, indicadores como a idade e sexo da criança, a situação socioeconómica das famílias, as intervenções de professores e de pares.

Os dados comparativos sobre o uso da Internet por crianças, a percepção do risco e a mediação parental permitiram à equipa do EU Kids Online traçar uma paisagem europeia a diferentes velocidades quanto às diferentes posições de crianças e adolescentes em relação ao acesso e aos riscos e oportunidades on-line.

GC.
in Lusa

Pancada junto a escola faz 5 feridos

2008-09-25
JOSÉ VINHA


Um aluno da EB 2, 3 de Caíde de Rei (Lousada) foi agredido, na terça-feira, na escola, por cinco estudantes que ali frequentam os Cursos de Educação e Formação. Esta quarta-feira, familiares ter-se-ão vingado. Resultado: cinco feridos.

Ao que o JN apurou tudo começou por um caso típico de "bullying", termo de origem inglesa que tem sido utilizado para designar agressões que ocorrem entre jovens, em que há abuso de alguém mais forte para com alguém mais fraco, ou o abuso de um grupo sobre uma vítima indefesa. Terá sido isso que aconteceu, anteontem à tarde, com um aluno de 16 anos, a frequentar o 9º ano. Cerca das 16 horas, o grupo de cinco estudantes do CEF (dois com 15 anos, dois com 16 anos e um com 17) abordou a vítima e, sem qualquer motivo aparente, começou a agredi-la.

A vítima chegou a casa e contou o sucedido aos pais, sendo alertados uns familiares de Penafiel que, ontem de manhã, decidiram fazer uma espera aos estudantes do CEF. Cerca das oito horas, quando o autocarro chegava junto da escola, onde saíram os cinco alunos do CEF, os familiares da vítima "ajustaram contas".

A confusão instalou-se e um funcionário da escola fechou o portão para evitar que a contenda se alastrasse ao interior do estabelecimento de ensino. A pancadaria causou o pânico no exterior. Os cinco estudantes, que foram transferidos para o hospital de Penafiel com escoriações no rosto, nos braços e nas costas, tiveram alta ao final da manhã.

António Miranda, do Conselho Executivo da EB 2,3 de Caíde de Rei, explicou, ao JN, que foi instaurado um processo de averiguações e nomeado um instrutor do processo para apurar em que circunstâncias ocorreu o caso de "bullying" no dia anterior, uma vez que as agressões ocorreram dentro da escola. Assegura, no entanto, que não tem havido este tipo de violência na escola.

Sobre as agressões no exterior, envolvendo familiares do aluno, a GNR de Lousada já procedeu à investigação.

A escola E,B 2,3 de Caíde de Rei, em Lousada, tem 800 alunos, número considerado elevado para a capacidade normal das instalações e para o número de funcionários ali colocados.

Ali convivem alunos do ensino básico e estudantes dos CEF, cursos técnicos que visam o aumento da qualificação escolar e a aquisição de competências para jovens com mais de 15 anos, em risco de abandono escolar ou que periodicamente abandonaram a escola, antes da conclusão da escolaridade de 12 anos.

in Jornal de Notícias