domingo, 16 de novembro de 2008

Pais, professores e escolas unidos na crítica aos incidentes de Fafe

Pais, professores e escolas condenaram hoje a actuação de cerca de 250 alunos de uma escola secundária de Fafe que terça-feira vaiaram a ministra da Educação e atiraram ovos à sua viatura.

Em declarações à Lusa, o presidente do Conselho das Escolas, Álvaro Almeida dos Santos, repudiou o incidente, que classificou como "muito desagradável", apelando "à serenidade" de todos os agentes educativos.

"Para o bom-nome da Educação e das escolas, é necessário que, nesta fase, todos os diferentes interessados efectuem um esforço de devolver um ambiente de serenidade e de respeito pelas pessoas e pelas instituições", afirmou.

Da mesma forma, também o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) apelou "à serenidade e à calma nas escolas", considerando que encarregados de educação, estudantes e docentes "têm todos de pugnar pelo diálogo".

"Todas as manifestações que envolvam alunos e possam configurar agressões físicas ou verbais a pessoas, quem quer que sejam, e nomeadamente a um responsável do Governo, devem ser cabalmente banidas", disse à Lusa Albino Almeida.

O presidente da Confap considerou ainda que os estudantes têm razões para protestar contra o estatuto do aluno e a forma como está a ser regulamentado em muitos estabelecimentos de ensino, mas sublinhou que a sua participação não deve ser feita através de manifestações de rua, mas nos órgãos próprios das escolas, onde têm assento.

Os incidentes que envolveram terça-feira a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, que foi forçada a desistir de presidir a uma cerimónia de entrega de diplomas em Fafe devido à actuação dos alunos, também não foram indiferentes aos sindicatos de professores.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), João Dias da Silva, reprovou os acontecimentos, condenando "todas as atitudes insultuosas e de violência" que afirmou nada terem a ver com uma contestação democrática.

Também o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, sublinhou que "há regras democráticas que têm de ser tidas em conta em qualquer protesto", manifestando o seu desacordo relativamente à actuação dos alunos envolvidos.

"Não concordo, obviamente. Mas é um sinal de que a ministra é, neste momento, uma pessoa desautorizada na Educação e até mesmo perante o país", afirmou o dirigente da Fenprof.
in Jornal de Notícias (12 de Novembro de 2008)

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