sábado, 19 de dezembro de 2009

Professores são os responsáveis pela indisciplina dos alunos

Está nas mãos dos professores e da escola acabar com os casos de indisciplina. Ambos são responsáveis por boa parte dos maus comportamentos que os alunos têm dentro da sala de aula. Esta é uma das principais conclusões do estudo "A Indisciplina em Sala de Aula: Uma Abordagem Comportamental e Cognitiva", do coordenador do Instituto Superior de Ciências Educativas Luís Picado, especialista em psicologia da educação, defende no seu ensaio que muitos dos problemas têm por base a incapacidade da classe docente de encontrar novos modelos de convivência escolar: "Os professores são os responsáveis pelos problemas de indisciplina em sala de aula, mas não são os culpados por todas as situações de indisciplina em sala de aula. Pode parecer uma imagem demasiado forte, mas não me importo de a usar se isso contribuir para alertar para este fenómeno", esclarece o investigador e autor de vários estudos sobre psicologia escolar.

Muitas das dificuldades que surgem na sala de aula relacionam-se directamente com a autoridade do professor e com a relação que mantém com o aluno. No estudo, Luís Picado alerta para o facto de boa parte dos conflitos resultar da incapacidade que o professor tem de ouvir os pontos de vista dos seus alunos. Definir um conceito de indisciplina que seja comum para todos os docentes é outro embaraço que propicia um terreno fértil para comportamentos problemáticos dos alunos. É essa falta de coerência, diz o psicólogo, que leva as crianças e os adolescentes a testarem diferentes comportamentos em cada sala de aula para ver os que são ou não tolerados.

Tudo isso acaba por ser uma consequência dos tempos que correm. As relações na escola tornaram-se mais conflituosas e os professores não souberam adaptar-se às novas realidades: "Refiro--me a novas exigências, como a alteração constante de saberes e metodologias, a perda de valores de referência, as mudanças nas estruturas familiares, a massificação do ensino ou a multiculturalidade e a exigência de inclusão." A sobrecarga de trabalho, a desvalorização social do estatuto do professor ou as características pessoais são algumas das razões que explicam igualmente o comportamento dos alunos e até a noção que as crianças têm hoje da figura do professor.

A própria organização e as práticas das escolas são determinantes para o sucesso ou insucesso no combate à indisciplina, esclarece o psicólogo: "Currículos considerados pelos alunos pouco importantes para as suas vidas, horários desajustados, deficientes condições das salas, mau planeamento das aulas, marcam todo o processo de ensino e são responsáveis por problemas comportamentais." Os professores não estão preparados para gerir esses conflitos, alerta o coordenador do ISCE: "Os cursos de formação deveriam ensinar os futuros docentes a serem professores, explicando como funcionam as escolas, ajudando a compreender o que é a infância e a adolescência, ensinando a falar para a turma ou para um aluno em particular, a resolver conflitos e a pensar soluções."

O ensaio de Luís Picado é incómodo para os docentes, que alertam para as condicionantes da profissão. "É preciso ver que cada professor chega a ter quatro e cinco turmas e é muito difícil estabelecer uma relação individual com cada um deles", avisa Paulo Guinote, autor do blogue "A Educação do Meu Umbigo". Lidar com os casos de indisciplina depende sobretudo das características individuais dos professores: "Nem todos têm capacidade de liderança", esclarece o professor do ensino básico, acrescentando que as condições físicas são determinantes: "Muitas vezes é só uma questão de tom de voz, de carisma. Às vezes basta ser mulher para se ter dificuldade em mediar os conflitos entre alunos", esclarece Paulo Guinote.

António Couto dos Santos, ex-ministro da Educação no governo de Cavaco Silva, aponta outros factores que contribuem para a indisciplina na escola: "A primeira razão são os pais que se demitem do seu papel, estando os professores pressionados a colmatar essa lacuna." As políticas e a organização escolar são outros aspectos que facilitam os maus comportamentos dos alunos: "Os professores são confrontados com dezenas de circulares contendo orientações contraditórias que tanto chegam do ministério como das direcções regionais ou da própria escola e isso faz com que se sintam completamente perdidos", remata.
Por Kátia Catulo, in http://www.ionline.pt

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Quatro rapazes e uma rapariga contam como é sofrer na escola

Manuel Guerra fez um documentário sobre o que passaram cinco colegas vítimas de 'bullying', na Escola António Arroio. "É preciso chamar a atenção de pais e professores", diz o autor, de 18 anos.


Quando Manuel Guerra, 18 anos, estudava na Escola Secundária António Arroio tinha como projecto escolar a realização de um filme. Optou por fazer um documentário sobre bullying, onde colegas da mesma escola de Lisboa contavam as suas histórias.

O documentário Alinha ganhou o 1º prémio na competição Primeiro Olhar de Viana do Castelo, onde era o único aluno do secundário a concorrer. O objectivo da obra, explica Manuel Guerra, que agora estuda no 1º ano da escola Superior de Teatro e Cinema, é deixar uma mensagem positiva e, ao mesmo tempo, crítica: "As pessoas acabam por ultrapassar o bullying e têm uma vida normal. Mas os professores e os pais têm de estar atentos". Para dar o alerta, Manuel conta a história de Diogo, Catarina, Francisco e Tiago.


Diogo culpava-se

Diogo foi vítima de bullying ao longo de todo o 2º e 3º ciclo e só quando foi para a Escola Secundária António Arroio deixou de ser o alvo dos colegas. Os episódios são vários, repetidos e prolongados no tempo. Um deles foi no recreio, quando lhe colaram um penso higiénico nas costas e, ao longo de todo o intervalo, foi motivo de gargalhadas dos colegas. Diogo recorreu a ajuda psicológica, mas o bullying deixou marcas e, ainda hoje, tem dificuldade em lidar com os colegas na escola. Tudo porque estava convencido que tinha culpa e desculpava o comportamento dos agressores. Como explica Manuel Guerra, "o Diogo, como tantas outras vítimas, pensava que era a razão de todo o mal, mas ele não tem culpa nenhuma e os agressores deviam ser punidos" .


Mário era gozado

Apesar da ser aparentemente forte, Mário era gozado, de forma continuada, por um grupo de alunos. Mas as agressões não se limitavam às palavras e acabavam, muitas vezes, em violência. Nessas alturas, Mário reagia à violência com violência, como explica Manuel Guerra, autor do documentário Alinha, "Se estão a atacá-lo, ele defende-se, mas o Mário percebe a diferença entre o bem e o mal." garante acrescentando que Mário não recorreria a violência gratuita.

Catarina vítima na net

Catarina tinha uma vida familiar estável e protegida, mas isso não a impediu de ser vítima de cyberbullying. Colegas da escola criaram, na internet, um fórum com boatos e publicaram uma montagem com fotografias da estudante. O bullying aconteceu enquanto andava no secundário, e até essa data nunca tinha sido alvo de qualquer tipo de agressão. Catarina acabou por pôr um processo aos autores do site, mas não resolveu totalmente a questão. "Estes problemas alastram-se muito mais facilmente. Isto passa por mais pessoas e fica a circular na internet muito tempo" explica Manuel Guerra, alertando para os problemas que as redes sociais, como o Hi5 ou o Facebook, podem trazer se não foram usadas com cuidado.

Francisco foi perseguido

Francisco, ao longo do 2º e 3º ciclo foi vítima de perseguição no percurso casa-escola. Durante os cerca de 30 minutos que demorava o caminho, era seguido por um grupo de rapazes que o atormentava e acabou por se isolar de todos os colegas. Quando mudou para a escola secundária e escolheu a António Arroio o bullying terminou e Francisco ultrapassou a situação. Hoje tem amigos, sai à noite e faz a vida normal de qualquer jovem da sua idade.


Tiago nasceu tímido

O Tiago é, ainda hoje, um "rapaz calado e muito inteligente" como descreve Manuel Guerra. Talvez por isso, era um alvo para os colegas que o viam como um aluno tímido, que não responderia às provocações. Acabou por se aplicar à pintura, como escape e forma de expressão. "Ele aprendeu a viver com as diferenças e descobriu que tinha qualidade" explica Manuel Guerra sobre o colega que conseguiu ultrapassar as sequelas deixadas pelo bullying.

domingo, 13 de dezembro de 2009

As escolas precisam é de boa gestão

O alargamento do sistema - hoje universal, apesar dos 14,7% de abandono no fim do 9º ano - transformaram Portugal num país moderno. Infelizmente, o sistema ficou eternamente marcado pelo PREC. E a herança sente-se ainda, na forma pouco eficaz como as escolas são geridas. Ou melhor, não são geridas. As escolas portuguesas são organizações onde todos mandam e ninguém tem responsabilidade ou se sente responsabilizado. Nas escolas funciona a utopia da democracia total. Até os recém criados directores de escola - fruto da nova lei da gestão das escolas - são eleitos pela Assembleia de Escola (que também é escolhida em eleições, e inclui professores, pais, alunos, funcionários e representantes da autarquia).

Isto explica porque nenhuma escola fica especialmente humilhada por aparecer num mau lugar no ranking que é feito com base nas notas dos alunos nos exames nacionais. É verdade que o ranking compara coisas diferentes, colégios com alunos escolhidos a dedo e liceus obrigadas a aceitar os mais indigentes alunos externos. Na prática, os rankings servem mais de guia para pais que procuram a melhor escola privada para os seus filhos do que para hierarquizar escolas.

Mas o sacudir de ombros das escolas e dos seus ideólogos em relação aos rankings é assustador. Assim como não passa pela cabeça da maioria dos professores ser avaliado pelos resultados dos alunos - embora, no limite, seja esse o único critério objectivo para o fazer - também não passa pelos projectos das escolas lutarem para melhorar os seus lugares nos rankings. A culpa não poder ser atirada apenas para cima das escolas - muitas têm projectos de combate ao insucesso escolar que muitos alunos desaproveitam, e os profesfesores queimam pestanas fazendo fichas de recuperação.

O problema é que as escolas não são geridas como empresas. Se houvesse uma luta diária pelos resultados e a responsabilização de quem não os conseguiu atingir, provavelmente orgulhar-se-iam de ficar num bom lugar. Mas se calhar, esta é apenas outra utopia.
Por Catarina Carvalho, in http://economico.sapo.pt

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O custo da indisciplina

Tema constante na área do ensino, o custo da indisciplina voltou ao foco das atenções ao se transformar numa questão central dos debates no 10º Congresso da Escola Particular Gaúcha, realizado nesta semana em Porto Alegre. O encontro, promovido pelo Sindicato do Ensino Privado no Estado (Sinepe/RS) serviu para demonstrar que o problema, resultante de um processo de evolução pedagógica entre a palmatória do século 19 e o modelo de respeito à forma de agir de meninas e meninos, respaldado posteriormente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), precisa ser enfrentado de imediato. As alternativas devem envolver necessariamente tanto os educadores quanto os familiares.

Um estudo divulgado recentemente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que, entre 23 países analisados, o Brasil aparece no topo da indisciplina. O aspecto preocupante é que, além de comprometer o futuro das gerações que passam pela escola, a falta de limites implica um custo elevado, que acaba sendo arcado por toda a sociedade.

O levantamento conclui que, a cada ano, os professores brasileiros perdem em média 35 dias inteiros de aula tentando controlar alunos desordeiros. Reforça, assim, as conclusões de estudo realizado pelo Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (Sinpro), segundo o qual a maioria dos educadores já teve a autoridade questionada por alunos, enquanto uma parcela expressiva alega ter sido vítima de agressão física.

Certamente, um problema dessas dimensões não pode ser avaliado apenas pelo que provoca hoje, mas pela sua repercussão futura. Jovens bem formados não dependem apenas de uma boa educação na escola, mas também dos pais, que muitas vezes não estão presentes ou foram forçados a abrir mão dessas atribuições, por razões diversas. Qualquer tentativa de reverter o quadro atual precisará somar esforços nesses dois sentidos, se quiser de fato ser bem-sucedida.

Como as escolas brasileiras combatem o bullying e o papel a desempenhar pelos pais

"Veja" aqui.



Caso de «bullying» abala escola do Montijo - Aluna de 14 anos vítima de violência física e psicológica

Uma aluna de 14 anos de uma Escola Secundária do Montijo está a ser vítima de violência física e psicológica por parte de colegas da mesma escola. Na sequência de uma agressão, a jovem até já foi parar ao hospital. Os pais já apresentaram queixa nas autoridades e no Conselho Directivo, mas em vez de ficar resolvido, o caso tem assumido contornos cada vez mais graves. Os pais temem pela segurança da filha e lamentam a falta de resposta da escola.

Beatriz Carreira tem medo de ir à escola desde que começou o ano lectivo. Por causa de uma história de ciúmes, um grupo de meninas de uma outra turma começou a persegui-la. Das agressões verbais o tom subiu até às ameaças e, a partir daqui, a história complica-se.

No processo disciplinar da escola, tal como a única agressora identificada, Beatriz foi considerada também agressora e receberam ambas castigo igual. A sanção de seis dias de suspensão com pena suspensa não arrefeceu os ânimos, bem pelo contrário.

A família passou pelo mesmo calvário uma segunda vez, com nova queixa na PSP, queixa no Conselho Directivo e nova espera por conclusões. O resultado do segundo processo disciplinar deve ser conhecido esta semana. O castigo máximo a que um aluno pode ser sujeito dentro da escola são 10 dias de suspensão e aparentemente apenas pelo que acontece dentro da escola.

De aluna regular, Beatriz luta agora para manter o rendimento escolar e conta apenas com pais e amigos para nunca ficar sozinha.

Ao contrário do que esta história mostra, as estatísticas dizem que a violência nas escolas está a diminuir. Admite-se porém que muitos dos casos podem não estar a ser reportados.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Bullying: um problema com vários culpados

Estudantes que promovem o bullying (comportamento de intimidação e violência) podem, também, ter relacionamentos conflituosos como pais e amigos, além de falta de preceitos morais. A pesquisa – um estudo conjunto que foi conduzido por pequisadores da York University e da Queens University, EUA – mostrou que quase 10% dos estudantes do ensino médio haviam cometidos atos de bullying em alguma fase escolar. Mais de 13% admitiram que haviam promovido comportamentos intimidadores no ensino primário, mas afirmaram que depois haviam sessado as intimidações. Aproximadamente 35% dos entrevistados admitiram cometer o bullying, mas que consideravam os atos “leves”, e 41% responderam nunca ter presenciado o bullying em toda a adolescência.

Os pesquisadores acompanharam durante 7 anos mais de 800 estudantes, cujas idades variaram dos 10 aos 18 anos. Todo ano essas crianças eram questionadas sobre o ato do bullying e comportamentos intimidadores.

“Mas não é só intimidação”, afirma Lauro Monteiro, pediatra especialista no assunto e que coordena o Observatório da Infância, um grupo que estuda a violência contra a criança. “O bullying pode ter várias facetas, incluindo violências verbais que são aceitas até pelos professores, que não se conscientizam do ato”, diz.

Professores também participam

Em uma pesquisa feita com quase 5.500 alunos, com idade média de 13 anos, realizada em 12 escolas na cidade do Rio de Janeiro, o principal ato de bullying observado foi o verbal: 54% dos estudantes se sentiam oprimidos ao se depararem com apelidos dados pelos colegas. Na maioria das vezes os professores compartilhavam dos atos de intimidação. “Parece bobagem, quando não observamos atentamente o problema, mas um aluno obeso que tinha sido apelidado de ‘lasanha’ pela classe se sentia desamparado por não poder contar com a ajuda do professor, que também o chamava assim durante a aula”, exemplifica Monteiro.

No Brasil, ao contrário dos outros países, o bullying dentro da sala de aula é muito maior que nos horários de intervalo. Além do bullying verbal (que inclui apelidos e vaias, por exemplo), 16% dos alunos entrevistados haviam sido alvo de agressão física e quase 12% indicavam a difamação (bullying social) como problemas enfrentados na escola.

O papel da família

“Um dos fatores que contribui para esse comportamento, no caso dos agressores, é, normalmente, a falta de uma estrutura familiar”, observa Cristiano Nabuco de Abreu, integrande do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (AMITI) do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), e que também atende casos de cyberbullying. “Nesses núcleos familiares o que falta é a demonstração da empatia, do estímulo para se colocar no papel do outro. Muitas vezes os pais também já demonstram um comportamento antisocial e estimulam esse tipo de postura nos filhos”, continua.

“Do outro lado”, observa Monteiro, referindo-se às vítimas, “há problemas de baixo auto estima, dificuldade de comunicação – mesmo entre a família –, introversão extrema, não saber se impor, tudo isso precisa ser observado e também passa pelo ambiente familiar.”

E há ainda um outros problemas associado: muitas vezes as vítimas de bullying na escola podem reproduzir esses comportamentos em outros cenários, como forma de compensação. “Isso afeta os pais – algumas vezes alheios aos problemas dos fihos – e irmãos menores (que podem ser vitimizados)”, diz Nabuco, “e podem se refletir na internet – em jogos e redes sociais –, através do cyberbulling, onde ele esses indivíduos podem se refugiar e promover uma violência em um cenário onde ele tenta ter o controle das situações.” Outras vezes esse controle não se concretiza e as crianças passam a ser alvos de violência também na internet, piorando a sensação de opressão e levando ao desenvolvimento de outros transtornos mentais, ou mesmo levando ao risco de suicídio.

“A melhor forma de combater essa situação de violência na escola – e que mais tarde podem se transferir para outras situações sociais, como no trânsito ou no local de trabalho – é promover a conscientização do problema e a promover a participação de pais e professores na resolução desses transtornos de comportamento”, sugere Monteiro.

por Enio Rodrigo, in http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=187182

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Violência na escola não está a aumentar, diz PSP


A violência nos estabelecimentos de ensino não está a aumentar, ou seja, não há uma evolução a este respeito, no entanto, os casos continuam a ser registados, sendo os mais frequentes os furtos e ofensas corporais.

A chefe da Divisão de Prevenção Pública e Proximidade da PSP, Virgínia da Cruz, afirmou à Lusa que são os furtos e as ofensas corporais os crimes mais cometidos nos estabelecimentos de ensino e nas imediações, no entanto, a responsável sublinha que não se nota um aumento do número de casos.

Telemóveis, ténis e moedas estão entre os objectos mais furtados, referiu a responsável pelo programa Escola Segura na Polícia de Segurança Pública, sublinhando que a introdução do cartão tipo Multibanco para compra das senhas dos almoços e lanches fez «decrescer o número de furtos em algumas escolas».

No que refere às ofensas corporais, o ´bullying´ é a situação mais frequente no interior das escolas. Virgínia da Cruz ressalva que tem sido desenvolvido um trabalho de sensibilização para estes casos, elevando a uma maior atenção a estas situações.

Há um maior esforço «do Ministério da Educação para sensibilizar os órgãos das escolas para que todas as infracções sejam comunicadas», sublinhou a responsável, que referiu que «a violência sempre existiu e não era participada» e apesar de continuar a existir é agora mais denunciada.

In http://www.fabricadeconteudos.com/

Gripe A obriga a cancelar festas

Algumas escolas optaram por não realizar os habituais festejos antes das férias, por razões de segurança, substituindo-os por pequenos convívios. A Confap não concorda que sejam os estabelecimentos de ensino a tomar estas decisões

A gripe A está a levar as escolas a repensar as festas de Natal. Há casos em que a opção acabou por ser o cancelamento de eventos de dimensões maiores, como acontece com estabelecimentos de ensino que alugam espaços para realizar teatros, substituindo-os por pequenos convívios. Outras escolas mantêm, para já, o planeamento, mas admitem o cancelamento caso a pandemia tome proporções maiores. E ainda há quem faça algumas adaptações devido à falta de estudantes.

Em Lisboa, pelo menos duas escolas optaram por cancelar as suas habituais representações de Natal, mas o DN sabe que outras ainda ponderam qual a melhor escolha, apesar de preferirem tentar manter a normalidade. "Por razões de segurança optámos por este ano não realizar a festa de Natal. Mas não vamos deixar de marcar a ocasião. Decidimos ter apenas um pequeno convívio, com o Pai Natal a dar prendas às crianças", explicou ao DN a directora do Lar da Criança, Rita Ávila de Melo.

A responsável referiu que desde Outubro a escola teve dez casos de gripe A entre os alunos e que acredita que terá havido alguma desilusão pelo cancelamento. "Mas estes alunos são fantásticos e entenderam as razões. Também acabaram por ficar felizes por realizar-se uma festa interna", salientou. Quanto aos pais, "gostariam que houvesse os habituais festejos, contudo, entenderam e respeitaram a decisão", garante Rita Ávila de Melo.
A Escola Avé Maria também alterou os seus planos. Nos últimos anos, a festa de Natal realizou-se na Junta de Freguesia de Alcântara, mas este ano o colégio avisou os encarregados de educação por carta, a que o DN teve acesso, que "se tornou impossível pôr em prática as dramatizações devido à falta de alunos (com gripe A ou sem ela)", situação que, prevêem os dirigentes da escola, "se irá manter".

Contactada pelo DN, a escola começou por desmentir que o cancelamento se deva à gripe A, acabando por posteriormente admitir que era uma das razões, mas não a única. "A principal causa não foi a gripe A. Realizamos peças bastante trabalhosas e temos falta de alunos", referiu uma responsável do estabelecimento, que não quis adiantar quais as restantes razões e recusou identificar-se, dizendo apenas que estava em substituição da directora.

A Escola Ave-Maria já teve mais de 30 casos de gripe A, mas a mesma dirigente garantiu que presentemente não há grandes problemas. "Este ano vamos fazer a festa na escola. Já não é a primeira vez que optamos desta forma", concluiu.

Confap contra decisão

"É uma medida negativa. É uma interpretação fundamentalista dos planos de contingência", salientou ao DN o presidente da CONFAP.

Albino Almeida discorda por completo da decisão das escolas que cancelaram as festas de Natal. O líder da confederação de pais garante que "não há orientação no sentido de não se realizarem estas iniciativas", acrescentando que "as direcções regionais não deram qualquer instrução para o cancelamento".

"Se há escolas que possam ter dúvidas, por terem casos de gripe A, têm de alertar as autoridades de saúde e são estas que decidem caso a caso o que se deve fazer. Ao serem as escolas a tomar as decisões é uma ultrapassagem nas suas competências. O pior ciclo da gripe já passou, mas as escolas resolveram assumir que a pandemia vai durar até ao final do ano lectivo", criticou Albino Almeida.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

15 ideias para educar pestinhas




Professores, pediatras e psiquiatras vêem a disciplina enquadrada numa relação baseada no encorajamento e na recompensa. Acreditam que se houver uma relação de confiança recíproca haverá pouco espaço para o castigo. Os pais, que quase todos os dias mordem os lábios para não reagir a quente quando os seus filhos teimam nas birras, têm outra opinião. Educar não é fácil e disciplinar também não... Eis 15 ideias para educar sem gritos.


1. Ensine inteligência... emocional. Mais importante do que saber ler antes dos amigos é saber lidar com as emoções.
2. Promova a colaboração. A infância não é um paraíso. Os mais novos devem cumprir tarefas e sentir-se integrados no núcleo familiar.
3. Responsabilize-as. As crianças devem ser encorajadas a assumir as responsabilidades dos seus actos.
4. Assuma o seu papel. Quando a criança desatar aos berros, não grite também. Alguém tem que ser o adulto nesta relação.
5. Fale com elas, muito e desde bem cedo. Aproveite todos os bocadinhos.
6. Dê o exemplo. Tanto nos comportamentos, como na linguagem e nas regras.
7. Conte histórias. O momento do conto é a forma clássica e efectiva de treinar as emoções. Leia os livros antes de os ler aos seus filhos.
8. Cure a razão, não o sintoma. A indisciplina pode ser um sinal de que algo não está bem. Proibi-los de jogar PlayStation ou ver televisão durante uma semana pode não ajudar nada. Perceba a razão por trás do comportamento.
9. Não seja amiguinha/o. Todos queremos fazer os nossos filhos felizes, mas às vezes é preciso tomar decisões difíceis e impopulares.
10. Ouça, ouça e volte a ouvir. Seja bom ouvinte, arranje tempo para falar e sobretudo para ouvir. É uma boa forma de os compreender.
11. Ajude a lidar com a frustração. É importante ter rotinas e fazer entender que não pode ter tudo o que quer.
12. Faça uma pausa. Os ânimos estão exaltados. O mais sensato pode ser ... uma pausa. Conte até dez antes de também perder o controlo.
13. Cuidado com as expectativas. Não compare, nem exija dos seus filhos aquilo que eles não podem dar.
14. Se tem mais do que um filho arranje nem que seja 15 minutos por semana para estar com cada um a sós.
15. Ame-os muito. O amor nunca é demais.

domingo, 18 de outubro de 2009

Professores não estão preparados para o 'bullying'


Metade dos alunos das escolas são autores ou vítimas de agressões escolares. O fenómeno será debatido hoje (Sábado) no congresso nacional de bullying, onde será apresentado um documentário. Especialistas garantem que docentes não têm formação para lidar com o problema.


Quase metade dos alunos das escolas portuguesas estão envolvidos em práticas de bullying, seja como agressores ou como vítimas. Mas os peritos alertam para a falta de preparação das escolas para lidar com o fenómeno. Estas questões vão ser debatidas, hoje, no Congresso sobre Violência Escolar e Bullying, no Centro Cultural de Moscavide, em Lisboa. onde será apresentado um documentário com casos de cinco jovens.

Uma das oradoras do congresso é Sónia Seixas, professora universitária, que realizou um estudo sobre violência escolar em cinco estabelecimentos públicos do 3º ciclo, na Grande Lisboa, tendo concluído que 42,2% dos alunos são agressores ou vítimas de bullying. "Os professores não estão preparados para lidar com o problema. Resolvem as situações pelo bom senso, mas sentem falta de formação", avisa Sónia Seixas, explicando que percebeu a ausência de preparação nas visitas que faz aos vários estabelecimentos de ensino para falar de fenómeno. "O bullying é um comportamento agressivo, intencional e repetido, que acontece na escola para causar dano" explica a professora, acrescentando que no seu estudo verificou que 17,9% são agressores, 17,2% vítimas e 7,1% alternam entre os dois papéis. E, diz, a maioria dos episódio acontece nos locais privilegiados do aluno: no recreio, nos corredores, nos balneário ou nas casas de banho .

Por isso, além dos professores, também as auxiliares de acção educativa, responsáveis pela vigilância destes espaços, têm de lidar com os casos de bullying. "Mas os auxiliares de educação são poucos, e grande parte deles tem apenas o nono ano, sem formação para lidarem com conflitos" alerta, por seu vez Graça Tavares, formadora na área das relações interpessoais que estará também amanha presente no congresso.

Opinião semelhante tem Fernanda Asseiceira, ex-deputada que coordenou a elaboração de dois relatórios sobre violência escolar na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República e, tendo sido professora, conhece bem a realidade das escolas. "A violência escolar é uma área descurada. E os professores não têm formação para lidar com ela ", garante.

Já Mário Cordeiro, pediatra, considera que as escolas não apenas não sabem como lidar com os conflitos, como ignoram a dimensão do problema. "As escolas são tolerantes demais com o bullying", diz o médico, defendendo: "Tem de haver tolerância zero". As situações de violência escolar tendem a ser resolvidas com a mudança de escola da vítima de bullying ou com a suspensão do agressor. Mas, a opinião generalizada entre os especialistas, é que estas opções não são solução.

"A escola falha quando uma criança é obrigada a mudar" defende Fernanda Asseiceira, acrescentando que os alunos têm de ser acompanhados para que não fiquem traumatizados.

O trauma revela-se em sintomas psicosomáticos (dores de cabeça, insónias, vómitos), psicológicos (tristeza, desamparo ou até pensamentos suicidas) e nos resultados escolares (desmotivação, insegurança e notas baixas).

Se a solução usada na maioria das vezes com as vitimas de bullying está errada, o mesmo se pode dizer com as sanções aplicadas aos agressores. "Não se pode optar pela suspensão, porque é um reforço do estatuto social do agressor", explica Sónia Seixas.

Para os especialistas, não há receitas mágicas, mas é preciso apostar na prevenção. E, apesar do bullying ter o seu pico quando os alunos entram na adolescência, aos 13 anos, as práticas agressivas começam cada vez mais cedo, logo no jardim-de-infância. É preciso ensinar as crianças a resolver os problemas através da mediação. Para além disso, é preciso trabalhar a auto-estima, para aprenderem a ser assertivos. "Temos de ensinar as crianças que, em vez de chorarem, devem reclamar que o colega tirou o brinquedo" explica Graça Tavares.
In Diário de Notícias, por Catarina Guerreiro

O Projecto ProCiv regressou...

O Projecto ProCiv - Projecto de Prevenção e Acompanhamento de Atitudes e Comportamentos está de volta neste início de ano lectivo (ver Notícias)

Esteja atento(a) às novidades para o ano escolar de 2009/2010!

A Equipa do ProCiv

Bullying: saiba como evitar


Vinte e cinco por cento dos alunos portugueses estão envolvidos no fenómeno de bullying, uma palavra que serve para designar violência praticada por crianças e jovens, uns sobre os outros, normalmente na escola.

Para ajudar a identificar este problema e encontrar soluções, realizou-se este sábado em Loures um seminário onde foram indicados caminhos para evitar que haja cada vez mais vítimas e agressores: identificar os casos, agir e principalmente abandonar a ideia de que é normal que as crianças sejam cruéis. Ninguém cresce de uma forma saudável quando abusa ou é abusado de forma contínua.

Os especialistas referem que, como este é um fenómeno que acontece em grande parte na escola, cabe aos estabelecimentos de ensino tomar medidas preventivas. Coisas simples que podem fazer toda a diferença.
O problema pode começar bem cedo, logo no jardim-de-infância. O diálogo entre pais e filhos que fomente a auto-estima das crianças e adolescentes é meio caminho andado para evitar o bullying.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Férias 2009


A equipa do ProCiv vai (finalmente) de férias durante o mês de Agosto... Logo que regressarmos em Setembro, publicaremos o relatório relativo ao ano lectivo de 2008/2009.

A todos os nossos seguidores, desejamos umas óptimas férias!!!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Indisciplina nas escolas prejudica aulas

O Inquérito TALIS (Inquérito Internacional sobre ensino e aprendizagem) levado a cabo pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), com o apoio da Comissão Europeia, em escolas de 23 países diferentes, dá conta que três em cada cinco escolas alegam que o mau comportamento dos alunos prejudica o desenrolar da aula.

O TALIS apresenta pela primeira vez dados comparáveis à escala internacional sobre as condições de trabalho dos professores nas escolas de 23 países diferentes, incluindo Portugal.
Assim sendo, deste inquérito foram retiradas as conclusões que fazem parte do relatório intitulado "Criar ambientes de ensino e aprendizagem eficazes". Deste relatório verificamos que a maioria dos professores inquiridos afirmam que o mau comportamento dos alunos prejudica o desenrolar das aulas.

Deste modo, segundo os dados apurados pelo inquérito, constata-se que em média os professores passam 13% do tempo de aula a manter a ordem.
Na Estónia, Itália, República Eslovaca e na Espanha, mais de 70% de professores do 3º ciclo do ensino básico trabalham em escolas em que se refere que as perturbações na aula prejudicam o processo de ensino "em certa medida" ou "bastante".

Também se verifica que para além das perturbações na sala de aula, outros factores que prejudicam o ensino incluem o absentismo dos alunos (46%), a sua chegada tardia à aula (39%), o uso de linguagem vulgar e blasfema (37%) e a intimação ou ofensas verbais contra outros estudantes (35%).

Segundo o relatório, o inquérito "indica de um modo geral que os planificadores da educação poderiam fazer mais para apoiar os professores e melhorar o desempenho dos estudantes, se o público e os decisores políticos olhassem menos para o controlo dos recursos e dos conteúdos educativos e mais para os resultados da aprendizagem". De acordo com Sá Couto, professor de Filosofia em Ponta Delgada, estes dados revelam que "o ensino básico tem horas lectivas a mais. Pois, as crianças que entram às 8h30 e saem às 17h30 não conseguem ter uma atenção sistemática durante tantas horas". Desta forma, na sua opinião, "a indisciplina nas escolas surge devido ao excesso de permanência em aula ou em espírito de aula".

Relativamente à indisciplina nas salas de aula dos Açores, Sá Couto refere que este estudo reflecte o que se passa nas escolas açorianas, quer a nível da motivação dos professores, quer a nível da indisciplina e valores. Contudo, "nós como micro-sociedade que somos ainda conseguimos manter a disciplina na sala de aula", acrescenta o professor.

"Penso que a situação de indisciplina na Europa se vai inverter. Mas para isso, é necessário haver ordem e autoridade sem recorrer ao poder. Nós, professores, devemos usar o poder da palavra e não necessitar da palavra do poder", concluiu.

Por Rita Sousa / Rui Jorge Cabral in http://www.acorianooriental.pt/noticias/view/186951

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Concorreram 3286 - 1337 docentes para as escolas problemáticas

O primeiro concurso de colocação de professores organizado pelas escolas prioritárias conduziu à ocupação de 1337 das 1509 vagas disponibilizadas. Segundo os dados do Ministério da Educação, candidataram-se 3286 docentes aos lugares.
As escolas em territórios educativos de intervenção prioritária podem contratar professores directamente, definindo os perfis necessários, para “enfrentar as dificuldades existentes”, de modo a melhorar os resultados escolares e diminuir a violência, indisciplina e absentismo dos alunos.

Indisciplina ‘rouba’ 16 por cento da aula


Os professores portugueses são os segundos da Europa que mais tempo passam a impor disciplina na sala de aula. De acordo com os dados do Inquérito Internacional de Ensino e Aprendizagem, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em Portugal perde-se 16,1 por cento da aula a manter a ordem, o que corresponde a cerca de 15 minutos em cada bloco de 90 minutos de aula. Brasil (17,8%), Malásia (17,1) e Islândia (16,7) são os países nos quais esse valor é superior ao de Portugal. A média da OCDE é de 12,9 por cento.
Se se juntar as tarefas administrativas (8,2%), um professor português passa 24,3 por cento do tempo de aula sem estar, efectivamente, a ensinar. O mau comportamento (69,1%) e o absentismo (50,8%) dos alunos são os factores que os docentes portugueses mais associam ao insucesso escolar, valores acima da média dos países da OCDE, respectivamente, 60,2% e 45,8%. No lado oposto, está o ‘copianço’: 11,2 por cento dos professores portugueses consideram estar associado ao insucesso, enquanto a média da OCDE é de 20,9.

Maria José Viseu, da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, diz que a necessidade de os professores imporem a ordem pode estar relacionada com a falta de concentração dos alunos. "As crianças e adolescentes não conseguem estar concentrados numa tarefa mais do que um determinado tempo. Os pais são responsáveis, mas não são os únicos. Há turmas com 40 alunos e os currículos das disciplinas não estão adaptados às motivações deles."

"MINISTÉRIO COM MEDIDAS CERTAS"

O Ministério da Educação considerou o diagnóstico feito pela OCDE semelhante ao por si realizado, que levou à implementação de um processo de avaliação dos professores. Valter Lemos, secretário de Estado da Educação, comentou ontem o documento, afirmando que as políticas do Governo estão no bom caminho: "Os dados do relatório da OCDE mostram que Portugal é um dos países onde o maior número de professores afirma não ter apreciação do seu trabalho para incentivo em termos de carreira. São diagnósticos que confirmam que as medidas tomadas pelo Ministério da Educação nestas áreas parecem estar na direcção certa."

Em relação à indisciplina, o secretário de Estado diz que "Portugal não está fora daquilo que é o normal na maior parte dos países", reconhecendo que "todos os países têm um nível de indisciplina bastante elevado e Portugal não é excepção".


OCDE DIZ QUE PORTUGAL É CASO PREOCUPANTE

A OCDE considera Portugal um caso "preocupante" para as "carreiras e vidas profissionais dos professores", devido à falta de um sistema de avaliação de desempenho dos docentes, aconselhando os países que não dispõem de sistemas de avaliação formalizados e generalizados a nível nacional a introduzi-los rapidamente.

A conclusão faz parte do relatório Inquérito Internacional de Ensino e Aprendizagem, que fez um estudo comparativo das condições de trabalho e do ambiente de ensino e aprendizagem em escolas de 23 países de todo o Mundo e que decorreu entre Março e Maio de 2003 e Março e Maio de 2008. Em cada país, foram seleccionadas para participar no estudo 200 escolas públicas e privadas com 3º Ciclo do Ensino Básico.




Um quarto das garotas que usam a internet já sofreram bullying, diz estudo

É impossível proteger os filhos de todos os tipos de violência que a internet pode oferecer. Uma pesquisa inglesa feita pelo site Girlguiding UK revelou que mais de um quarto das garotas que utilizam a grande rede já sofreram algum tipo de agressão ao navegarem pela rede.

Segundo o site da BCC , o estudo teve como base entrevistas com mil mulheres adolescentes entre 10 e 18 anos e constatou que 28% delas já sofreram bullying por email, mensageiro eletrônico ou pela internet, normalmente infligido por outra mulher, na maioria das vezes também jovem. Bullying é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo incapaz de se defender.

“Como a maior organização de proteção à mulher do Reino Unido, vemos que é nossa responsabilidade dar a essas moças a sabedoria e a auto-confiança para lidar com esses problemas que as preocupam”, declara Denise King, chefe executiva da Girlguiding UK em nota publicada no site InfoWorld .

King afirma que houve um aumento substancial do bullying e dos novos métodos utilizados pelos agressores e, justamente por isso, ressalta o quão sério é o problema. “Entretanto, também queremos salientar às meninas as habilidades de ser uma boa amiga. Isso é importante não apenas quando se é jovem, mas durante toda a vida”, diz. Por isso, além da pesquisa, o site Girlguiding UK lançou também um guia para que garotas e jovens saibam lidar com esse problema, noticiou o site Tech Radar .

As dicas básicas incluem não informar nenhum dado pessoal como endereço e telefone na internet; não responder a emails e mensagens com teor estranho e sempre mostrar qualquer coisa aos adultos; criar senhas seguras para os cadastros e contas de email e, obviamente, denunciar sempre que possível o cyber bullying.

Bullying passa a ser acompanhado por pediatras nos Estados Unidos

Na década de 1990, realizei exames físicos em um garoto da quinta ou sexta série da rede pública de ensino de Boston (Costa Leste dos EUA). Perguntei a ele qual era sua matéria preferida: ciências, definitivamente. Ele tinha ganhado um prêmio na feira de ciências e iria competir em uma feira com várias outras escolas.
O problema é que havia algumas crianças na escola perturbando-o diariamente por ele ter ganhado a feira de ciências. Ele era provocado, empurrado e, ocasionalmente, até agredido. A mãe do menino balançou a cabeça e se perguntou se a vida dele seria mais fácil se ele deixasse para lá essa coisa de feira de ciências.
O "bullying" (assédios e provocações) produz reações fortes e altamente pessoais. Eu me lembro do meu próprio sentimento de ofensa e identificação. Ali estava uma criança bastante inteligente, amante da ciência, possivelmente um futuro (insira aqui seu gênio favorito), atormentado por brutos. Isso foi o que fiz pelo meu paciente: aconselhei a mãe a telefonar para o professor e reclamar. Encorajei o menino a seguir com seu amor pela ciência. Essas são três coisas que eu sei que deveria ter feito: não contei à mãe que o bullying pode ser evitado, e que isso depende da escola. Não chamei o diretor ou sugeri que a mãe o fizesse. Não pensei um segundo sequer nos provocadores, e qual seria o prognóstico para a vida deles.

Contra os bullies
Nos últimos anos, pediatras e pesquisadores dos Estados Unidos têm dado aos bullies (provocadores) e suas vítimas a atenção que, há tempos, eles merecem – e recebem na Europa. Ultrapassamos a ideia de que "crianças são assim mesmo", de que o bullying é uma parte normal da infância ou o prelúdio de uma estratégia de vida de sucesso. Pesquisas descrevem riscos no longo prazo – não só para as vítimas, que podem ter mais tendência a sofrer de depressão e pensamentos suicidas, mas aos próprios provocadores, que têm menos probabilidade de concluir os estudos ou se manter no trabalho.
No mês que vem, a Academia Americana de Pediatria irá publicar a nova versão de uma diretriz oficial sobre o papel do pediatra na prevenção da violência entre os jovens. Pela primeira vez, haverá uma seção sobre o bullying – incluindo uma recomendação para que escolas adotem um modelo de prevenção, desenvolvido por Dan Olweus, professor e pesquisador de psicologia da Universidade de Bergen, Noruega. Ele foi o primeiro a estudar o fenômeno do bullying escolar na Escandinávia, na década de 1970.
Os programas, disse ele, "funcionam na esfera escolar, de classe e individual; eles combinam programas preventivos e lidam diretamente com as crianças identificadas como provocadoras, vítimas, ou ambos". Robert Sege, chefe do ambulatório de pediatria do Boston Medical Center e principal autor da nova diretriz, afirma que a abordagem de Olweus concentra a atenção no maior grupo de crianças, aquelas que observam a tudo.
"A genialidade de Olweus", disse ele, "é que ele consegue reverter a situação da escola. Assim, as outras crianças percebem que o provocador é alguém com problemas em controlar seu próprio comportamento, e a vítima é alguém a quem eles podem proteger". O outro autor, Joseph Wright, vice-presidente sênior do Children's National Medical Center, em Washington, e presidente do comitê da academia pediátrica de prevenção à violência, observa que um quarto de todas as crianças relata ter se envolvido em bullying, seja como provocador, seja como vítima. Proteger as crianças de lesões intencionais é uma tarefa central para pediatras, disse ele, e a "prevenção do bullying é um subconjunto dessa atividade".

Repetição
Por definição, o bullying envolve repetição. Uma criança é repetidamente alvo de provocações ou ataques físicos – ou, no caso do chamado bullying indireto (mais comum entre garotas), rumores e exclusão social. Para um programa antibullying de sucesso, a escola precisa entrevistar as crianças e descobrir os detalhes – onde e quando isso ocorre.
Mudanças estruturais podem ajudar a lidar com lugares vulneráveis – o cantinho do playground fora da vista, o portão de entrada da escola na hora da saída. Então, disse Sege, "ativar os observadores" significa mudar a cultura da escola; através de discussões em sala, encontro de pais e respostas consistentes a cada incidente, a escola deve transmitir a mensagem de que o bullying não será tolerado. O que eu devo perguntar na hora do check-up? Como vai a escola, quem são seus amigos, o que você faz no recreio? É importante abrir a porta, especialmente para as crianças na faixa etária mais provável para o bullying, para que vítimas e observadores não tenham medo de falar.
Os pais dessas crianças precisam ser motivados a exigir que as escolas ajam, e os pediatras provavelmente precisam estar prontos para falar com o diretor. Nós devemos acompanhar a criança, a fim de garantir que a situação melhore, além de verificar a saúde emocional dela e buscar ajuda, se necessário. E ajudar os provocadores, que também são, afinal, pacientes pediátricos? Alguns especialistas temem que as escolas simplesmente suspendam ou expulsem os agressores, sem prestar atenção a uma forma de ajudá-los e às suas famílias a aprender a viver de outra forma. "As políticas de tolerância zero das escolas distritais estão, basicamente, empurrando o problema para frente", disse Sege. "Temos de ser mais sofisticados."
A forma como entendemos o bullying mudou, e provavelmente mudará ainda mais. Por exemplo, nem mencionei o cyberbullying. No entanto, todos que trabalham com crianças precisam começar com a ideia de que o bullying tem consequências a longo prazo e é evitável. Eu ainda sentiria a mesma raiva, em nome do meu paciente vencedor da feira de ciências, mas agora eu vejo seu problema como uma questão pediátrica – e espero ser capaz de oferecer um pouco mais de ajuda, um pouco mais de acompanhamento, com base apropriada em pesquisas científicas.

domingo, 7 de junho de 2009

Pai entra no colégio e agride filho à frente dos colegas


Um aluno do Colégio das Sete Fontes, em Braga, foi agredido pelo pai no interior do estabelecimento de ensino. O encarregado de educação tinha ido buscar o menor, que fora suspenso por dois dias, depois de um acumular de vários casos de indisciplina em apenas uma semana. O caso acabou por colocar a descoberto a violência doméstica que terá estado na origem da separação dos pais da criança, cujo processo foi sinalizado à Comissão de Protecção de Menores de Braga.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Prevenir a indisciplina

Diria que quando a exigência do professor rima com afectividade e criatividade e quando o melhor lugar da escola para si é a sala de aula, ele conquista os alunos para um comportamento que, se não for bom, será, pelo menos, adequado.

No último artigo, em resposta a uma questão colocada por uma leitora, falei sobre indisciplina, referindo, entre outros aspectos, a importância da colaboração entre diferentes profissionais dentro da escola e da colaboração entre esta e outros parceiros a ela exteriores. Debrucei-me ainda sobre a importância de conhecer os motivos que estão por trás dos problemas de comportamento de uma turma ou de cada um dos alunos indisciplinados.
Aqui ficam algumas outras estratégias concretas, mais centradas na sala de aula, a utilizar pelos professores e ou escolas:
-Uniformidade de actuação do conselho de turma, baseada no debate sobre os problemas existentes e na definição de estratégias de resolução;
-É necessário haver coerência de actuação a nível do conselho de turma, sem pôr em causa a individualidade de cada professor e as características da área curricular que lecciona;
-Firmeza na aplicação das regras definidas e nas consequências, como já foi referido;
-Quando se promete, cumpre-se. Os alunos dizem continuamente que há professores que ameaçam mas não cumprem e, por isso, podem "abusar";
-Estabelecimento de contratos de comportamento (por exemplo, se o aluno tiver um comportamento adequado durante a semana, recebe um determinado número de pontos; quando atingir um número previamente definido, é-lhe dada uma recompensa simbólica, que ele valorize);
-Esta estratégia deve, no mínimo, envolver o aluno, os professores e o encarregado de educação;
-Ficha de registo de comportamentos;
-São definidos os principais comportamentos a alterar e a respeitar e, no fim de cada aula, o aluno faz a sua auto-avaliação numa ficha fornecida pelo DT/docente, assinando o professor ou não, conforme esteja de acordo ou em desacordo. Pode conjugar-se com a estratégia anterior, para o DT mais facilmente conhecer o comportamento geral do aluno durante cada semana e decidir se deve ou não atribuir-lhe pontos;
-Jogos de interacção social;
-A aula de Formação Cívica é um excelente espaço para a sua realização;
-Desenvolvimento da auto-estima de cada aluno;
-Muitas vezes os alunos com pior comportamento sentem-se alvo de constante pressão pela sua prestação negativa. Isto é de evitar, devendo ser reconhecidas as vitórias (mesmo que pequenas) que vão conseguindo alcançar. Há também jogos/actividades que visam valorizar os aspectos positivos de cada um;
-Aplicação de um sociograma;
-O sociograma permite conhecer as relações existentes entre os alunos da turma. Esse conhecimento ajuda a organizar pares/grupos de entreajuda para a integração na escola/turma, para o controlo e desenvolvimento de autocontrolo do comportamento nas aulas, para o incentivo à realização das tarefas nas aulas.
Neste artigo, pensei na turma que a nossa leitora refere como tendo problemas de comportamento que passam mais pela falta de concentração e pelas conversas paralelas e não tanto por problemas de comportamento de elevada gravidade. Tendo isto em conta, gostaria de referir que os alunos normalmente percebem quem os estima, conseguem julgar a (in)justiça dos "castigos" que lhe são aplicados, a coerência ou inconsistência da actuação do professor. Assim, esticam mais a corda ou deixam-na estar no sítio. Diria que quando a exigência do professor rima com afectividade e criatividade e quando o melhor lugar da escola para si é a sala de aula, ele conquista os alunos para um comportamento que, se não for bom, será, pelo menos, adequado, e para uma maior responsabilidade no cumprimento das tarefas escolares.

Pais com voto... Associações deixaram, definitivamente, a fase remediativa. Hoje, reivindicam e decidem

Um ano após o Decreto-Lei 75/2008 - que aprofunda a garantia da participação dos pais nos orgãos de direcção das escolas -, as associações de pais relembram o quanto tudo mudou. Para melhor.

Foi longo o percurso das associações de pais até ao Decreto-Lei 75/2008. Com este, os pais passam a ser parte obrigatória na delineação de todo o projecto educativo de um país Qualquer decisão de fundo ao nível da Educação passará, a partir de agora, por eles. Pelos pais. Pelos primeiros e fundamentais educadores. Basicamente, este foi o decreto que criou, enfim, um orgão denominado Conselho Geral das Escolas. Cada agrupamento de escolas tem um.

"No Conselho Geral das Escolas, que reúne, no mínimo, três vezes por ano, têm assento os docentes, os autarcas, os pais e o pessoal de acção educativa. Os pais estão representados com quatro a seis elementos", pormenorizou Albino Almeida, presidente da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais). Não sendo necessário alterar-se o projecto educativo de um agrupamento escolar com frequência, estas reuniões servem para decidirem as estratégias a implementar num curto prazo. Quando, no entanto, é preciso tomar umadecisões de fundo, os pais estão lá.

As associações de pais deixaram de resolver exclusivamenteos problemas das suas escolas para interagirem mais solidamente entre si e levarem ao Conselho Geral o que entendem ser as linhas estratégicas da Educação para o seu agrupamento.

"A soma de todos os projectos educativos são o Projecto Educativo do país", defendeu o presidente Albino Almeida.

O poder dos pais no universo escolar é cada vez maior. Se há uma década eram 800 as associações federadas na CONFAP, hoje são já 1875. Em pouco mais de 10 anos esta realidade duplicou.

Muito recentemente, foi criada uma outra confederação de pais (não de associações de pais) e encarreghados de educação. Ouseja, os pais, revendo-se ou não na CONFAP, que atingiu uma grande dimensão, reclamam intervenção organizada junto das escolas.

Uma participação crescente

Uma necessidade cada vez mais perceptível aos olhos dos sucessivos governos nos últimos 30 anos, mas que, curiosamente, não partiu exclusivamente dos pais.

"Foram os colégios privados que, no ano de 1968, que foi um ano que abalou muito do que era a estrutura social até então, que decidiram envolver os pais na escola, temendo o pior. Já no ano de 1975, em plena altura das nacionalizações, os pais acabaram por funcionar como defesa a essa mesma nacionalização. É, então, em 1977 que é reconhecida, formalmente, para todas as escolas, a participação dos pais. Nesse mesmo ano sai a Lei 7/77 que reconhece a própria CONFAP", contextualiza Albino Almeida.

A partir daqui, as associações organizam-se nas escolas naquilo que foi durante muitos anos a fase remediativa. Ou seja, as associações estavam, fundamentalemnte, viradas para as condições físicas das escolas. E tudo virado para o 1º ciclo (antiga primária). Só em 1986 é que o cenário de altera. Surge o Decreto-Lei 46/86 que cria a Lei de bases do Sistema Educativo e são previstos nove anos de escolaridade. As associações viram-se, então, para as EB 2,3.

Entretanto, com o Decreto- Lei 372/90 alarga-se o papel destas associações ao ensino secundário. Sumariamente, com a crescente importância dos seu papel, passam da fase remediativa para a fase reivindicativa.

"Há agora um reconhecimento nacional que é justo. Os pais são os primeiros educadores e têm muita força", conclui.

sábado, 30 de maio de 2009

Workshop sobre Bullying na sede da ANAE (Caldas da Rainha)

Vai realizar-se na sede da ANAE (Associação Nacional de Animação e Educação) um workshop subordinado ao tema “Bullying Estratégias de Intervenção”, que será coordenado por Patrícia Oliveira, mestre nesta área.
Esta formação decorrerá nos dias 19 de Junho (das 18h30 às 21h30) e no dia 20 de Junho (das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30) e destina-se a professores, educadores, auxiliares de acção educativa, encarregados de educação e estudantes.
A violência escolar, também denominada “Bullying”, é uma problemática recente que constitui um desafio para aqueles actores. A iniciativa pretende “capacitar os destinatários a lidar e a actuar adequadamente nestas situações”.
As inscrições e o respectivo pagamento será efectuado no site da ANAE que fica no edifício da Escola do Parque (Caldas da Rainha).
Mais informações no site www.anae.pt.vu
“Bullying” Estratégias de Intervenção

Formadora: Dra. Patrícia OliveiraAssistente Social / Mestre na área de Bullying

Destinatários: Professores, Educadores, Auxiliares de Acção Educativa, Encarregados de Educação, Profissionais interessados pelo tema e Estudantes.

O que é o Bullying?
Violência escolar também denominada de “Bullying”, é uma problemática que tem aumentado as suas manifestações e visibilidade, constatando-se uma crescente preocupação de professores, pais, alunos e técnicos que lidam diariamente com este problema.

É uma problemática recente que representa uma nova forma de violência da sociedade actual. Como tal esta formação pretende capacitar os destinatários a lidar e actuar adequadamente nestas situações.
Objectivos Gerais
-Contribuir para a melhoria do relacionamento interpessoal entre os diversos intervenientes (alunos e suas famílias, professores e funcionários);
-Avaliar diversas estratégias de intervenção adequadas ao fenómeno do “bullying”.
Objectivos Específicos
-Reconhecer nos formandos um conjunto de competências pessoais e sociais capazes de lidar com situações de violência escolar;
-Criar estratégias de sensibilização, de motivação e de informação aos formandos relativamente a esta problemática, actuando ao nível da alteração de comportamentos.

Duração da Formação:
9 horas, com certificado de formação(frequência no mínimo de 75% de horas).

Alunos da ESMGA na 7ª edição da Competição Nacional de Matemática “mat 12”

No passado dia 30 de Abril, realizou-se na Universidade de Aveiro a 7ª edição da Competição Nacional de Matemática “mat 12” destinada a alunos do Ensino Secundário.

A Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida levou à competição 30 alunos do 10º, 11º e 12º anos, num total de 15 equipas.

A equipa constituída pelas alunas Raquel Brás, da turma 10º 5ª, e Mariana Canoso, da turma 10º 2ª, conquistou o brilhante 4º lugar na competição "mat12 - 10º ano", na qual participaram 354 equipas de todo o país.

A equipa melhor classificada na competição "mat12 - 11º ano", constituída pelos alunos Joana Almeida e Pedro Heitor Pinto, da turma 11º 2ª, conquistou o 18º lugar num total de 440 equipas.

A equipa melhor classificada na competição "mat12 - 12º ano", constituída pelos alunos Pedro Miguel Rocha e Diogo Castro, da turma 12º 1ª, ficou em 26º lugar num total de 301 equipas.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Preservativos nas escolas avaliados caso a caso


Ao fim de três sessões de votação na especialidade, novas regras da Educação Sexual ficaram aquém das expectativas criadas.

Após três sessões para analisar 16 artigos, a Comissão Parlamentar de Educação acabou ontem a votação na especialidade do projecto de lei do PS para a Educação Sexual nas escolas. A legislação, que entrará em vigor no próximo ano lectivo, acabou por 'suavizar' alguns dos temas mais controversos da proposta inicial do PS - que motivou controvérsia dentro do partido.

A distribuição de contraceptivos nas escolas passa a estar dependente de uma análise caso a caso pelos gabinetes de apoio das escolas, em "articulação" com os serviços de saúde.

De concreto, a nova legislação contempla a obrigatoriedade de serem consagradas pelo menos 12 horas por ano à Educação Sexual - no âmbito da Educação para a Saúde e outras disciplinas - e a criação de gabinetes de apoio em todos os agrupamentos até ao final do ano lectivo de 2009/2010.

Bloco de Esquerda e PCP criticaram o documento, que consideram "ambíguo", enquanto o PS reconheceu ter procurado ir ao encontro de "consensos internos e na sociedade".

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Blogues e movimentos independentes apelam à participação na manifestação de sábado

Os principais blogues e movimentos de professores fazem apelo conjunto à participação na manifestação convocada para sábado, em Lisboa.
Nos últimos tempos, as divergências sobre os objectivos e métodos da contestação docente têm sobressaído nos blogues de professores, mas a três dias da última manifestação do ano lectivo tanto a blogosfera como os movimentos independentes decidiram avançar para um apelo inédito: "Sair à rua, todos juntos outra vez, é o que teme o Governo e é do que a escola pública precisa. Por isso encontramo-nos no próximo sábado". No apelo recorda-se as três manifestações e as duas greves realizadas desde o ano passado.
"São momentos que não se esquecem e que despertaram o país. Os professores deixaram bem claro que não se deixam intimidar e que não sacrificam a qualidade da escola pública". A situação é assim descrita: “Este governo desfigurou a escola pública”. Três momentos: "O modelo de avaliação docente é uma fraude que só prejudica alunos, pais e professores”; "partir a carreira docente em duas, de uma forma arbitrária e injusta, só teve uma motivação economicista e promove o individualismo”; “a imposição dos directores burocratiza o ensino”. “É a educação que está a perder", frisam os subscritores, recordando que este é um momento em que se “debatem as escolhas para o país e para a Europa” e que os “professores têm uma palavra a dizer”.
“Sair à rua em força é arriscar um futuro diferente”. O apelo é subscrito pelos blogues A Educação do Meu Umbigo, ProfAvaliação, Correntes, (Re)Flexões, Educação SA, O Estado da Educação, Professores Lusos, Outòólhar e O Cartel. E pelos movimentos APEDE (Associação de Professores em Defesa do Ensino), MUP (Movimento Mobilização e Unidade dos Professores), PROmova (Movimento de Valorização dos Professores), MEP (Movimento Escola Pública) e CDEP (Comissão em Defesa da Escola Pública)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Marketing Social Em Análise Com Orador de Prestígio do Panorama Empresarial Português – Engº Pedro Oliveira da BP Portugal


A assistir a este evento estiveram os alunos do 10º (12ª) e os alunos do 11º (8 e 9ª) do curso de Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade e ainda alguns professores.

No segundo ano do curso, e no que concerne à estrutura modular, mais concretamente módulo 6 analisa-se o marketing social. Esta palestra acontece no momento mais oportuno.

Refere a professora Paula Oliveira “estudamos, debatemos este domínio do marketing, que ao contrário do que se pensa, não é encarado pelas empresas como uma questão de moda, mas sim uma preocupação estratégica e nas aulas analisamos diversas marcas que se tornaram case study. Um dos exemplos é BP/ ROCK IN RIO- Lisboa."

O orador, Eng. Pedro Oliveira, director da Rede de Retalho da BP em Portugal, falou dos projectos em que esta empresa tem vindo a participar numa vertente mais social e elucidou a plateia sobre como é que tudo acontece.

A BP enquanto empresa cidadã, patrocinou a Tenda Mundo Melhor e doou uma parte da margem e lucros operacionais dos produtos que vendeu em Portugal até ao final do festival à SIC Esperança.

O orador falou também de outros projectos que a BP desenvolve neste domínio do Marketing Social, nomeadamente, o Projecto “Mão na Mão”. A BP assinou um protocolo com outras empresas que levou à criação de um movimento empresarial de voluntariado denominado "Projecto Mão-na-Mão". Este projecto, direccionado para Instituições Privadas de Solidariedade Social e Organizações Não Governamentais que apoiam, entre outros, cidadãos portadores de deficiência e idosos, passa pela execução de tarefas específicas sob a orientação de quem detém o conhecimento.

O papel da empresa é o de oferecer a sua mão-de-obra a uma causa social, promovendo a participação dos seus colaboradores, que para o efeito serão normalmente remunerados sem desconto de dias de trabalho. Porque se trata de voluntariado empresarial, as acções deverão sempre decorrer durante o horário de expediente.

A Importância da Comunicação Em Debate Na Escola Secundária Dr. Manuel Gomes De Almeida


No dia 15 de Maio, no pavilhão Multimeios em Espinho decorreu uma palestra denominada “o dia da comunicação” que foi organizada pelas alunas Adriana Ferreira, Inês Zenha e Sara Ribeiro da turma 11º (8ª) do curso Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade.

Segundo a professora, Paula Oliveira, “a análise deste tema reveste-se de uma importância extrema para o curso e tem sido alvo de análise em diversas aulas.
Antes de serem excelentes profissionais em qualquer uma das áreas do curso, têm que ser bons comunicadores. Por exemplo, apresentar uma campanha publicitária ou, no caso do marketing, defender um plano estratégico para uma marca produto ou serviço ou ainda fazer uma conferência de imprensa, é imprescindível que façam comunicações assertivas. Os alunos que optem por uma destas carreiras necessitam ter uma personalidade extrovertida, empreendedora, criativa, demonstrar autoconfiança quando comuniquem com públicos.

Entendo que isto é apenas teoria e por si só não chega!”

Acrescenta ainda que tem sido preocupação trabalhar todos estes itens com os alunos nas aulas, através de apresentações e defesas de trabalhos e posteriores autoscopias com o intuito de lhes incutir sentido de Responsabilidade, Rigor e Profissionalismo. É sem dúvida um excelente exercício para os aproximar da realidade de trabalho.

O orador convidado, Dr. Rafael Rocha, director de Comunicação e Imagem da ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários) para quem comunicar “é um termo muito lato, portanto tudo é comunicar, a fotografia, as artes, o cinema, o teatro, linguagem verbal e não verbal, tudo isso é comunicação.”

Como referiu ao Jornal Defesa de Espinho, o orador veio falar “sobre os 15 minutos de fama a que todos temos direito, como dizia Andy Warhol e portanto como podemos aproveitar esses nossos 15 minutos. Vou dar algumas dicas para que, se chegar a oportunidade, estes jovens possam de alguma maneira fazer boa figura.”

domingo, 24 de maio de 2009

VII Mostra na EspinhoTV - a reportagem continua...



Na passada sexta-feira, dia 22 de Maio, a Escola Secundário Dr. Gomes de Almeida organizou um bonito Sarau Gímnico na Nave Polivalente de Espinho, que contou com a participação dos alunos e grupos daquela Escola, como também contou com a participação de alunos da Escola Secundário Dr. Manuel Laranjeira, as ginastas da Associação Académica de Espinho, APAM, entre outros.Foi um espectáculo muito bonito, com muita dança, ginástica e muito bem organizado por esta Escola, que está de parabéns pelo excelente empenho que tem demonstrado ao longo desta VII Mostra.


Está patente até ao próximo dia 27 de Maio, na galeria da Junta de Freguesia de Espinho uma exposição de trabalhos de alunos da Escola Secundária Dr. Gomes de Almeida, exposição esta inserida no âmbito da 7ª Mostra da Escola Dr. Gomes de Almeida.


Nesta exposição poderá ver diversos tipos de trabalhos, pinturas, desenhos, entre outras formas de arte, realizados pelos alunos desta escola durante o ano lectivo 2008/2009.

Irá também encontrar na galeria da Junta de Freguesia de Espinho, uma outra exposição intitulada "Astronomia Artística", que se trata de trabalhos realizados pelos alunos do Projecto Ciência na Escola em articulação com Oficina de Artes. Para além da exposição houve também um espaço para workshops diversos (Ciência, Multimédia e Artes).



in http://www.espinho.tv/ (fotos de Filipe Couto)

sábado, 23 de maio de 2009

Aluno esfaqueado no pátio da escola

Um jovem de 15 anos foi esta quinta-feira esfaqueado no pátio da escola por um colega da mesma idade, ficando gravemente ferido. O caso ocorreu na EB 2,3 Bartolomeu Dias, em Sacavém e foi denunciado ao tvi24.pt por Paulo Condesso, presidente da associação de pais.
O responsável explicou que o jovem foi ferido no peito, «a dois centímetros do coração e teve de ser hospitalizado. Foi muito complicado porque ele estava a perder muito sangue, mas felizmente já recuperou e está em casa». A mesma fonte adianta que o autor da agressão foi travado por uma funcionária, tendo depois sido levado pela polícia para a esquadra, onde os pais o foram buscar depois.

Além da gravidade da situação, Paulo Condesso está revoltado com o facto de a associação de pais só ter sido alertada seis horas depois. «Os pais começaram a ligar-nos, preocupados com a situação que os filhos lhe contaram, mas a escola não nos avisou de nada», adianta.

O responsável explica que a escola tem historial de incidentes sobretudo ligados à rivalidade de jovens da antiga Quinta do Mocho e do Prior Velho. «Há uns dois ou três anos atrás a situação era muito grave. Chegaram mesmo a explodir bombas na escola, mas foram tomadas algumas medidas e a situação melhorou».
Questionado sobre se era frequente os jovens irem armados para a escola, Paulo Condesso afirma que «a polícia chegou a encontrar alguns objectos contundentes nas mochilas de alguns jovens, mas não sei se é habitual trazerem armas».
Mas este episódio voltou a acentuar os receios de pais e alunos. «Os pais estão com medo e os filhos também, sobretudo depois de terem visto aquilo que aconteceu ao colega. Está a gerar-se um clima de medo em torno da escola».
«A associação de pais está a espera que a Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) e o Conselho executivo cumpram com um compromisso assumido há dois anos da colocação da videovigilância nas instalações da escola, que por diversos motivos tem vindo a ser adiada», disse o responsável, que adianta que, «perante estes factos e caso os pais do aluno esfaqueado assim o entendam está a associação de pais disposta a mover um processo contra a Escola/Drel/gabinete de segurança, por não conseguirem garantir a segurança dentro da escola».

A associação enviou uma carta à DREL, conselho executivo da escola, Conselho Geral Transitório do agrupamento , Câmara municipal de Loures, Gabinete de Segurança do ministério da educação, PSP (escola segura), e à Ministra da educação pedindo medidas para «resolver o maior problema que escola tem desde sempre: a segurança».

Câmara de SP tem projeto que cria lista de alunos malcriados

Um projeto aprovado em primeira votação na Câmara prevê a criação de uma lista de alunos malcriados na rede municipal de São Paulo. Pela proposta, as escolas terão de criar um registro dos estudantes que ofendem ou intimidam os colegas --o "bullying".

Para entrar em vigor, o projeto do vereador Gabriel Chalita (PSDB) precisa ser aprovado em segunda votação e depois sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM).

A proposta prevê que as escolas mantenham um histórico das ofensas, que será enviado à Secretaria Municipal da Educação. Em tese, esse registro permitiria ao município montar uma lista com os nomes dos agressores.

O autor da proposta nega que essa seja a intenção. "A minha visão é ter um diagnóstico do que acontece, até para saber como agir. Não tem criminalização nenhuma, queremos apenas saber como está esse problema", diz Chalita, que foi secretário estadual da Educação no governo Geraldo Alckmin (PSDB). Se a lei for aprovada, o modo de aplicação nas escolas será decidido pela prefeitura.

Uma das pioneiras do estudo das ofensas nas escolas, a educadora e pesquisadora Cleo Fante, presidente do Cemeobes (Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Bullying Escolar), aprova a iniciativa. "Esse fenômeno cresce em todo o mundo. E é importante que o diagnóstico comece cedo, já estamos identificando esse comportamento em crianças de três, quatro anos. É um problema muito grave que deixa sequelas para sempre.

Mas ela faz uma ressalva. "Não bastam apenas leis que obriguem a escola a trabalhar com a questão. Tem que haver garantias de que a lei seja cumprida, que é o mais importante de tudo", afirma.

Chalita afirma que escolheu esse tema para seu primeiro projeto porque ele "é um dos grandes males da educação". "A escola tem que ser um espaço de acolhimento, de respeito, onde as pessoas possam ir com tranquilidade. Os pais têm que saber que naquele espaço as pessoas serão respeitadas, não agredidas e humilhadas."

Agressão
Há dois anos, Vitor Fernando Jesus Severino, 16 anos, começou a sentir o significado do termo "bullying" na pele. Aluno de uma escola pública na Lapa (zona oeste de SP), ele começou a ser ameaçado física e verbalmente por um grupo de alunos mais velhos, que implicaram com o jeito dele. "Um dia, eles puxaram o meu cabelo. Depois, jogaram comida em mim na hora do intervalo. Eles me xingavam, cheguei a levar chutes.

A mãe do menino, Sebastiana Maria de Jesus, 52 anos, estranhou quando o filho começou a ficar tímido e quieto. "Ele não queria ir à escola. Demorou até que ele conseguisse me contar o que estava acontecendo. Nem de casa ele queria mais sair. Quando soube das agressões, fiquei apavorada."
Ela procurou a direção da escola. "Eles começaram a fazer um trabalho com a turma. Tudo melhorou", conta Sebastiana. Vitor, que está no segundo ano do ensino médio, segue na escola."
A mesma sorte não tem a neta de Rita Elaine Vieira Garbin, 51 anos. Gabriela, 11, é discriminada no colégio onde estuda, em Orlândia (365 km de SP). Rita conta que, há um ano, a menina é humilhada. "Uma professora a chamou de bolinha de queijo. Claro que os alunos se sentiram autorizados a ofendê-la."

4000 visitas!!!

Atingimos as 4000 visitas, ontem dia 22 de Maio!

Vamos continuar a dar vida ao nosso blogue... Esperamos atingir as 5000 até ao final do corrente ano lectivo!

A equipa do ProCiv

quarta-feira, 20 de maio de 2009

"Brisa de Sons" igualmente na EspinhoTV


Veja igualmente a cobertura da apresentação do livro de poemas inéditos - "Brisa de Sons" - na passada segunda-feira, dia 18 de Maio, na Junta de Freguesia de Espinho.

Abertura da VII Mostra da ESMGA na EspinhoTV


A cerimónia de abertura da VII Mostra da Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida, realizada no passado dia 15 de Maio, pelas 21h00, foi gentilmente coberta pela Espinho TV.

domingo, 17 de maio de 2009

Abertura da VII Mostra da ESMGA

A VII Mostra da Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida foi inaugurada na passada sexta-feira na Junta de Freguesia de Espinho.


A primeira actividade do certame esteve a cargo dos alunos da turma 6 do 9º ano com uma brilhante representação da peça de teatro "O Feiticeiro de OZ".

Exposição de crianças na TV preocupa psicólogos

Especialistas alertam para a necessidade de proteger as pequenas estrelas do lado negro da fama: a perda de privacidade e o assédio.
Manuel tem quase 10 mil contactos na rede social hi5 e mais de mil pedidos de amizade por responder. "Recebe cerca de 400 mensagens por dia", conta a mãe do rapaz de 15 anos, Felisbela Correia. A sua popularidade é o resultado da participação no concurso Uma Canção para Ti, o programa mais visto da televisão portuguesa. Mas esta exposição também tem um lado negro, alertam os especialistas, que vêem com apreensão a participação de crianças nestes concursos.
"A participação num programa desta envergadura tanto pode constituir uma experiência extremamente positiva como extremamente traumática, mas é certamente um acontecimento que muda a vida da criança", diz a pedopsiquiatra Paula Vilariça.

Para a especialista, o problema não é o concurso, ou a competição em si, porque as crianças estão habituadas a competir - na escola, no desporto, e com os amigos. Mas "quando se trata de um dos programas mais vistos no País o impacto na vida das crianças é enorme", salienta. Um impacto que não se mede pelos minutos em que os jovens aparecem na televisão, mas pelo interesse que se gera na escola, no bairro e nos meios do comunicação em geral.

O grande risco é entrar "pelo caminho da criação de meninos vedeta", acrescenta a pedopsiquiatra Ana Vasconcelos. "É um problema que está muito estudado. Deixa-se que aquele dom que eles têm passe a ser o mais importante". Ou seja, aquela experiência e a preocupação com agradar aos pais e ao júri acaba por roubar-lhes espaço para desenvolverem a sua própria identidade, explica a especialista.

"Os miúdos são transformados em estrelas e podem não ter bagagem emocional para lidar com isso", lembra Paula Vilariça, questionando se os pais estarão preparados para lidar com o turbilhão que isto representa.

A mãe de Manuel admite que não estava. "Já tinha o caso do meu marido e da minha filha, que participaram noutro programa, e sei que prometem mundos e fundos e depois fica tudo em águas de bacalhau. Expliquei-lhe que quando acaba o programa acaba tudo. Mas não esperava que as revistas falassem acerca de crianças como falam de adultos", diz. Assim, as negativas de Manuel na escola, as dificuldades da família, a amizade com uma colega de programa - tudo já foi discutido na praça pública.

Por isso, para Ana Vasconcelos, os pais devem avaliar se os filhos vão lucrar com a participação, se é bom para a família, e certificarem-se que não é mais importante para eles do que para as crianças: "Pode ser bom para o narcisismo dos pais e para quem trabalha na televisão, mas ser mau para os miúdos", diz. "A família tem de funcionar como rede de suporte para proteger as crianças dos excessos emocionais: dos momentos de euforia, tensão, angústia, stress", acrescenta Paula Vilariça.

Mas para os jurados do programa, muitas vezes os pais são parte do problema. "Às vezes é mais complicado gerir as expectativas dos adultos do que das crianças e isso acaba por pôr mais pressão nos miúdos", explica Helena Vieira, cantora lírica. Para Luís Jardim, produtor de música e outro dos jurados, os pais têm a obrigação de proteger os filhos e às vezes fazem o contrário. "Às vezes são as próprias famílias que vão para os jornais expor a vida das crianças", acusa. Mesmo assim, não tem dúvidas que é "uma experiência bestial para os miúdos". "Pode ser assustador, podem ficar desapontados quando perdem mas tudo isso é importante e faz parte da aprendizagem para a vida", diz.

O psicólogo Manuel Coutinho concorda e cita o exemplo de crianças estrelas que se tornaram adultos de sucesso (ver caixa). O que faz a diferença é o apoio dos pais, considera. "Desde que o horário seja adequado à idade e que a sua imagem seja preservada não vejo problemas", conclui. Uma opinião que não reúne consenso. "Há colegas que são completamente contra mas acho que é preciso não embarcar em fundamentalismos e proteger as crianças ao máximo", conclui Ana Vasconcelos. No entanto, para Paula Vilariça, talvez a melhor forma de os pais resguardarem as crianças seja mesmo não as inscreverem.
Por Patrícia Jesus in Diário de Notícias

sexta-feira, 15 de maio de 2009

As mulheres que perseguem mulheres no escritório


Pesquisa de instituto americano mostra que 40% dos profissionais agressivos são mulheres e que, em 70% dos casos, elas preferem atacar outras mulheres

Os homens começaram perdendo a batalha dos estudos (as brasileiras têm em média três anos a mais de escolaridade que os brasileiros), depois a do trabalho (as mulheres avançam lenta, mas inexoravelmente nas empresas). E agora, pasme: estão perdendo até o monopólio da agressividade.

Uma pesquisa de um instituto americano, divulgada pelo New York Times, revestiu com números uma percepção meio disseminada, mas pouco levada a sério: mulheres não se dão bem com chefes mulheres. O instituto é o Workplace Bullying Institute, cujo objetivo é estudar o assédio moral nos ambientes de trabalho. Uma das conclusões da pesquisa, encomendada em 2007, é que 40% dos profissionais agressivos são mulheres.

Com uma peculiaridade: enquanto os homens perseguem indiscriminadamente funcionários de ambos os sexos, as mulheres preferem atacar outras mulheres (em 70% dos casos). É uma estatística alarmante, por dois motivos: 1) Muita gente boa já disse que o século XXI é o século das mulheres no trabalho. Não apenas pela evolução numérica – no Brasil, elas passaram de pouco mais de 20% da força de trabalho, na década de 1970, para mais de 40% hoje – como bem apontam estudos da Fundação Carlos Chagas.

O século seria feminino porque, pelo menos em tese, o mundo caminha para um estilo de gestão mais suave, baseado no diálogo, na intuição, na realização de muitas tarefas ao mesmo tempo, na delegação de poderes –características tipicamente vinculadas às mulheres. Por isso, desde os anos 1990, gurus de renome como o americano Tom Peters clamam que elas é que herdarão o reino dos negócios.

Mas a pesquisa da WBI aponta em outra direção: em vez de suavizar o mercado de trabalho, é plausível acreditar que as mulheres estejam ficando mais agressivas.

2) Para as próprias conquistas femininas, a batalha entre mulheres é um baque. Um dos mantras de organizações que lutam pela igualdade no trabalho é que, quanto mais mulheres chegarem a cargos de comando, melhor. Elas funcionariam como modelos de conduta: se uma mulher “chegou lá”, uma funcionária em começo de carreira tem mais chances de querer chegar lá também. Mas, se a pesquisa for verdadeira, para muitas mulheres ter uma chefe mulher é um obstáculo, não um incentivo. É muito frequente que, em conversas privadas, as mulheres digam que trabalhar com homens é mais fácil.

Algumas que são chefes afirmam que os homens são menos complicados (não têm TPM, discutem menos). Algumas que são subordinadas dizem que mulheres perseguem mais – e muitas vezes, segundo elas, por motivos totalmente alheios ao trabalho.

Em geral, tendemos a não levar esses comentários muito a sério. Ou pelo menos a nos convencer de que são casos isolados. Em parte isso acontece porque a alternativa é politicamente incorreta: ela arranha a imagem de que as mulheres são femininas do modo como gostamos de encarar a feminilidade: por suas características de suavidade, amor, compreensão.

Mesmo sem esquecer que os homens são responsáveis pela maior parcela dos casos de assédio moral, talvez seja hora de rever nossos conceitos sobre feminilidade. Pelo menos no horário de trabalho.