sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Mãe vai processar professor agredido

A mãe do aluno cujo tio agrediu um professor na EB 2,3 Francisco Sanches quer formalizar também uma queixa contra o docente, por ter, alegadamente, empurrado o filho. Sandra Pinho diz ainda que o filho é vítima de "bullying".

A encarregada de educação assegura saber que a violência perpetrada pelo seu irmão contra o professor de Inglês foi incorrecta, mas ressalva que isso será tratado no devido lugar. "Ele perdeu a cabeça e vai responder em Tribunal. O que eu não posso tolerar é que se diga tanta coisa do meu filho quando, imensas vezes, ele é que é alvo de agressões por parte de colegas. Segundo ele conta, algo que só a turma poderá ajudar a provar, é que o professor o empurrou. Ele contou ao tio, que tentou fazer queixa no Conselho Executivo, não conseguiu, ficou fora dele ", explica.

Sandra Pinho diz que o filho é hiperactivo e toma Atarax, mas não é mais problemático do que qualquer outra criança. "Partiu uma vez um vidro, que magoou uma colega e andou ao estalo com outro aluno, há muito tempo. Nunca recebi qualquer outra queixa por parte da escola", explica, referindo que quer provas de todos os "avisos" alegadamente feitos pela instituição, incluindo a caderneta, onde estão registados todos os incidentes.

"Vou pedir essas provas também à DREN", rematou. A progenitora do aluno de 12 anos diz ainda que o filho tem sido vítima dos colegas e assegura que a PSP tem conhecimento formal dessas agressões.

O presidente do Conselho Executivo, Jorge Amado, estranha as acusações, desmente categoricamente o "empurrão" e pergunta porque é que Sandra nunca participou das agressões a ninguém da escola. Nem ela nem o próprio aluno.

"Os seguranças da escola, antigos polícias, tomam conta de todas as brigas. Algumas resultam em processos disciplinares; outras são arquivadas por não terem gravidade. Não há qualquer registo no sentido de o aluno ser vítima de violência", sublinha.

A EB 2,3 Francisco Sanches teve 112 ocorrências do género este ano, mas nenhuma reporta à criança em causa, segundo está a ser apurado no âmbito do processo de averiguações interno. "Ainda assim, se há queixas na PSP, elas serão tidas em conta nos meios próprios", continua.

Jorge Amado refere, no entanto, que, pela informação recolhida, "ele é que é o agressor". "A família é complicada. Há até um processo disciplinar em que a criança foi considerada culpada", considera, contrariando a versão de Sandra Pinho que diz que o filho "não é malcriado nem violento", apenas "irrequieto".
Por DENISA SOUSA (in Jornal de Notícias)

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