sábado, 19 de dezembro de 2009

Professores são os responsáveis pela indisciplina dos alunos

Está nas mãos dos professores e da escola acabar com os casos de indisciplina. Ambos são responsáveis por boa parte dos maus comportamentos que os alunos têm dentro da sala de aula. Esta é uma das principais conclusões do estudo "A Indisciplina em Sala de Aula: Uma Abordagem Comportamental e Cognitiva", do coordenador do Instituto Superior de Ciências Educativas Luís Picado, especialista em psicologia da educação, defende no seu ensaio que muitos dos problemas têm por base a incapacidade da classe docente de encontrar novos modelos de convivência escolar: "Os professores são os responsáveis pelos problemas de indisciplina em sala de aula, mas não são os culpados por todas as situações de indisciplina em sala de aula. Pode parecer uma imagem demasiado forte, mas não me importo de a usar se isso contribuir para alertar para este fenómeno", esclarece o investigador e autor de vários estudos sobre psicologia escolar.

Muitas das dificuldades que surgem na sala de aula relacionam-se directamente com a autoridade do professor e com a relação que mantém com o aluno. No estudo, Luís Picado alerta para o facto de boa parte dos conflitos resultar da incapacidade que o professor tem de ouvir os pontos de vista dos seus alunos. Definir um conceito de indisciplina que seja comum para todos os docentes é outro embaraço que propicia um terreno fértil para comportamentos problemáticos dos alunos. É essa falta de coerência, diz o psicólogo, que leva as crianças e os adolescentes a testarem diferentes comportamentos em cada sala de aula para ver os que são ou não tolerados.

Tudo isso acaba por ser uma consequência dos tempos que correm. As relações na escola tornaram-se mais conflituosas e os professores não souberam adaptar-se às novas realidades: "Refiro--me a novas exigências, como a alteração constante de saberes e metodologias, a perda de valores de referência, as mudanças nas estruturas familiares, a massificação do ensino ou a multiculturalidade e a exigência de inclusão." A sobrecarga de trabalho, a desvalorização social do estatuto do professor ou as características pessoais são algumas das razões que explicam igualmente o comportamento dos alunos e até a noção que as crianças têm hoje da figura do professor.

A própria organização e as práticas das escolas são determinantes para o sucesso ou insucesso no combate à indisciplina, esclarece o psicólogo: "Currículos considerados pelos alunos pouco importantes para as suas vidas, horários desajustados, deficientes condições das salas, mau planeamento das aulas, marcam todo o processo de ensino e são responsáveis por problemas comportamentais." Os professores não estão preparados para gerir esses conflitos, alerta o coordenador do ISCE: "Os cursos de formação deveriam ensinar os futuros docentes a serem professores, explicando como funcionam as escolas, ajudando a compreender o que é a infância e a adolescência, ensinando a falar para a turma ou para um aluno em particular, a resolver conflitos e a pensar soluções."

O ensaio de Luís Picado é incómodo para os docentes, que alertam para as condicionantes da profissão. "É preciso ver que cada professor chega a ter quatro e cinco turmas e é muito difícil estabelecer uma relação individual com cada um deles", avisa Paulo Guinote, autor do blogue "A Educação do Meu Umbigo". Lidar com os casos de indisciplina depende sobretudo das características individuais dos professores: "Nem todos têm capacidade de liderança", esclarece o professor do ensino básico, acrescentando que as condições físicas são determinantes: "Muitas vezes é só uma questão de tom de voz, de carisma. Às vezes basta ser mulher para se ter dificuldade em mediar os conflitos entre alunos", esclarece Paulo Guinote.

António Couto dos Santos, ex-ministro da Educação no governo de Cavaco Silva, aponta outros factores que contribuem para a indisciplina na escola: "A primeira razão são os pais que se demitem do seu papel, estando os professores pressionados a colmatar essa lacuna." As políticas e a organização escolar são outros aspectos que facilitam os maus comportamentos dos alunos: "Os professores são confrontados com dezenas de circulares contendo orientações contraditórias que tanto chegam do ministério como das direcções regionais ou da própria escola e isso faz com que se sintam completamente perdidos", remata.
Por Kátia Catulo, in http://www.ionline.pt

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Quatro rapazes e uma rapariga contam como é sofrer na escola

Manuel Guerra fez um documentário sobre o que passaram cinco colegas vítimas de 'bullying', na Escola António Arroio. "É preciso chamar a atenção de pais e professores", diz o autor, de 18 anos.


Quando Manuel Guerra, 18 anos, estudava na Escola Secundária António Arroio tinha como projecto escolar a realização de um filme. Optou por fazer um documentário sobre bullying, onde colegas da mesma escola de Lisboa contavam as suas histórias.

O documentário Alinha ganhou o 1º prémio na competição Primeiro Olhar de Viana do Castelo, onde era o único aluno do secundário a concorrer. O objectivo da obra, explica Manuel Guerra, que agora estuda no 1º ano da escola Superior de Teatro e Cinema, é deixar uma mensagem positiva e, ao mesmo tempo, crítica: "As pessoas acabam por ultrapassar o bullying e têm uma vida normal. Mas os professores e os pais têm de estar atentos". Para dar o alerta, Manuel conta a história de Diogo, Catarina, Francisco e Tiago.


Diogo culpava-se

Diogo foi vítima de bullying ao longo de todo o 2º e 3º ciclo e só quando foi para a Escola Secundária António Arroio deixou de ser o alvo dos colegas. Os episódios são vários, repetidos e prolongados no tempo. Um deles foi no recreio, quando lhe colaram um penso higiénico nas costas e, ao longo de todo o intervalo, foi motivo de gargalhadas dos colegas. Diogo recorreu a ajuda psicológica, mas o bullying deixou marcas e, ainda hoje, tem dificuldade em lidar com os colegas na escola. Tudo porque estava convencido que tinha culpa e desculpava o comportamento dos agressores. Como explica Manuel Guerra, "o Diogo, como tantas outras vítimas, pensava que era a razão de todo o mal, mas ele não tem culpa nenhuma e os agressores deviam ser punidos" .


Mário era gozado

Apesar da ser aparentemente forte, Mário era gozado, de forma continuada, por um grupo de alunos. Mas as agressões não se limitavam às palavras e acabavam, muitas vezes, em violência. Nessas alturas, Mário reagia à violência com violência, como explica Manuel Guerra, autor do documentário Alinha, "Se estão a atacá-lo, ele defende-se, mas o Mário percebe a diferença entre o bem e o mal." garante acrescentando que Mário não recorreria a violência gratuita.

Catarina vítima na net

Catarina tinha uma vida familiar estável e protegida, mas isso não a impediu de ser vítima de cyberbullying. Colegas da escola criaram, na internet, um fórum com boatos e publicaram uma montagem com fotografias da estudante. O bullying aconteceu enquanto andava no secundário, e até essa data nunca tinha sido alvo de qualquer tipo de agressão. Catarina acabou por pôr um processo aos autores do site, mas não resolveu totalmente a questão. "Estes problemas alastram-se muito mais facilmente. Isto passa por mais pessoas e fica a circular na internet muito tempo" explica Manuel Guerra, alertando para os problemas que as redes sociais, como o Hi5 ou o Facebook, podem trazer se não foram usadas com cuidado.

Francisco foi perseguido

Francisco, ao longo do 2º e 3º ciclo foi vítima de perseguição no percurso casa-escola. Durante os cerca de 30 minutos que demorava o caminho, era seguido por um grupo de rapazes que o atormentava e acabou por se isolar de todos os colegas. Quando mudou para a escola secundária e escolheu a António Arroio o bullying terminou e Francisco ultrapassou a situação. Hoje tem amigos, sai à noite e faz a vida normal de qualquer jovem da sua idade.


Tiago nasceu tímido

O Tiago é, ainda hoje, um "rapaz calado e muito inteligente" como descreve Manuel Guerra. Talvez por isso, era um alvo para os colegas que o viam como um aluno tímido, que não responderia às provocações. Acabou por se aplicar à pintura, como escape e forma de expressão. "Ele aprendeu a viver com as diferenças e descobriu que tinha qualidade" explica Manuel Guerra sobre o colega que conseguiu ultrapassar as sequelas deixadas pelo bullying.

domingo, 13 de dezembro de 2009

As escolas precisam é de boa gestão

O alargamento do sistema - hoje universal, apesar dos 14,7% de abandono no fim do 9º ano - transformaram Portugal num país moderno. Infelizmente, o sistema ficou eternamente marcado pelo PREC. E a herança sente-se ainda, na forma pouco eficaz como as escolas são geridas. Ou melhor, não são geridas. As escolas portuguesas são organizações onde todos mandam e ninguém tem responsabilidade ou se sente responsabilizado. Nas escolas funciona a utopia da democracia total. Até os recém criados directores de escola - fruto da nova lei da gestão das escolas - são eleitos pela Assembleia de Escola (que também é escolhida em eleições, e inclui professores, pais, alunos, funcionários e representantes da autarquia).

Isto explica porque nenhuma escola fica especialmente humilhada por aparecer num mau lugar no ranking que é feito com base nas notas dos alunos nos exames nacionais. É verdade que o ranking compara coisas diferentes, colégios com alunos escolhidos a dedo e liceus obrigadas a aceitar os mais indigentes alunos externos. Na prática, os rankings servem mais de guia para pais que procuram a melhor escola privada para os seus filhos do que para hierarquizar escolas.

Mas o sacudir de ombros das escolas e dos seus ideólogos em relação aos rankings é assustador. Assim como não passa pela cabeça da maioria dos professores ser avaliado pelos resultados dos alunos - embora, no limite, seja esse o único critério objectivo para o fazer - também não passa pelos projectos das escolas lutarem para melhorar os seus lugares nos rankings. A culpa não poder ser atirada apenas para cima das escolas - muitas têm projectos de combate ao insucesso escolar que muitos alunos desaproveitam, e os profesfesores queimam pestanas fazendo fichas de recuperação.

O problema é que as escolas não são geridas como empresas. Se houvesse uma luta diária pelos resultados e a responsabilização de quem não os conseguiu atingir, provavelmente orgulhar-se-iam de ficar num bom lugar. Mas se calhar, esta é apenas outra utopia.
Por Catarina Carvalho, in http://economico.sapo.pt

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O custo da indisciplina

Tema constante na área do ensino, o custo da indisciplina voltou ao foco das atenções ao se transformar numa questão central dos debates no 10º Congresso da Escola Particular Gaúcha, realizado nesta semana em Porto Alegre. O encontro, promovido pelo Sindicato do Ensino Privado no Estado (Sinepe/RS) serviu para demonstrar que o problema, resultante de um processo de evolução pedagógica entre a palmatória do século 19 e o modelo de respeito à forma de agir de meninas e meninos, respaldado posteriormente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), precisa ser enfrentado de imediato. As alternativas devem envolver necessariamente tanto os educadores quanto os familiares.

Um estudo divulgado recentemente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que, entre 23 países analisados, o Brasil aparece no topo da indisciplina. O aspecto preocupante é que, além de comprometer o futuro das gerações que passam pela escola, a falta de limites implica um custo elevado, que acaba sendo arcado por toda a sociedade.

O levantamento conclui que, a cada ano, os professores brasileiros perdem em média 35 dias inteiros de aula tentando controlar alunos desordeiros. Reforça, assim, as conclusões de estudo realizado pelo Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (Sinpro), segundo o qual a maioria dos educadores já teve a autoridade questionada por alunos, enquanto uma parcela expressiva alega ter sido vítima de agressão física.

Certamente, um problema dessas dimensões não pode ser avaliado apenas pelo que provoca hoje, mas pela sua repercussão futura. Jovens bem formados não dependem apenas de uma boa educação na escola, mas também dos pais, que muitas vezes não estão presentes ou foram forçados a abrir mão dessas atribuições, por razões diversas. Qualquer tentativa de reverter o quadro atual precisará somar esforços nesses dois sentidos, se quiser de fato ser bem-sucedida.

Como as escolas brasileiras combatem o bullying e o papel a desempenhar pelos pais

"Veja" aqui.



Caso de «bullying» abala escola do Montijo - Aluna de 14 anos vítima de violência física e psicológica

Uma aluna de 14 anos de uma Escola Secundária do Montijo está a ser vítima de violência física e psicológica por parte de colegas da mesma escola. Na sequência de uma agressão, a jovem até já foi parar ao hospital. Os pais já apresentaram queixa nas autoridades e no Conselho Directivo, mas em vez de ficar resolvido, o caso tem assumido contornos cada vez mais graves. Os pais temem pela segurança da filha e lamentam a falta de resposta da escola.

Beatriz Carreira tem medo de ir à escola desde que começou o ano lectivo. Por causa de uma história de ciúmes, um grupo de meninas de uma outra turma começou a persegui-la. Das agressões verbais o tom subiu até às ameaças e, a partir daqui, a história complica-se.

No processo disciplinar da escola, tal como a única agressora identificada, Beatriz foi considerada também agressora e receberam ambas castigo igual. A sanção de seis dias de suspensão com pena suspensa não arrefeceu os ânimos, bem pelo contrário.

A família passou pelo mesmo calvário uma segunda vez, com nova queixa na PSP, queixa no Conselho Directivo e nova espera por conclusões. O resultado do segundo processo disciplinar deve ser conhecido esta semana. O castigo máximo a que um aluno pode ser sujeito dentro da escola são 10 dias de suspensão e aparentemente apenas pelo que acontece dentro da escola.

De aluna regular, Beatriz luta agora para manter o rendimento escolar e conta apenas com pais e amigos para nunca ficar sozinha.

Ao contrário do que esta história mostra, as estatísticas dizem que a violência nas escolas está a diminuir. Admite-se porém que muitos dos casos podem não estar a ser reportados.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Bullying: um problema com vários culpados

Estudantes que promovem o bullying (comportamento de intimidação e violência) podem, também, ter relacionamentos conflituosos como pais e amigos, além de falta de preceitos morais. A pesquisa – um estudo conjunto que foi conduzido por pequisadores da York University e da Queens University, EUA – mostrou que quase 10% dos estudantes do ensino médio haviam cometidos atos de bullying em alguma fase escolar. Mais de 13% admitiram que haviam promovido comportamentos intimidadores no ensino primário, mas afirmaram que depois haviam sessado as intimidações. Aproximadamente 35% dos entrevistados admitiram cometer o bullying, mas que consideravam os atos “leves”, e 41% responderam nunca ter presenciado o bullying em toda a adolescência.

Os pesquisadores acompanharam durante 7 anos mais de 800 estudantes, cujas idades variaram dos 10 aos 18 anos. Todo ano essas crianças eram questionadas sobre o ato do bullying e comportamentos intimidadores.

“Mas não é só intimidação”, afirma Lauro Monteiro, pediatra especialista no assunto e que coordena o Observatório da Infância, um grupo que estuda a violência contra a criança. “O bullying pode ter várias facetas, incluindo violências verbais que são aceitas até pelos professores, que não se conscientizam do ato”, diz.

Professores também participam

Em uma pesquisa feita com quase 5.500 alunos, com idade média de 13 anos, realizada em 12 escolas na cidade do Rio de Janeiro, o principal ato de bullying observado foi o verbal: 54% dos estudantes se sentiam oprimidos ao se depararem com apelidos dados pelos colegas. Na maioria das vezes os professores compartilhavam dos atos de intimidação. “Parece bobagem, quando não observamos atentamente o problema, mas um aluno obeso que tinha sido apelidado de ‘lasanha’ pela classe se sentia desamparado por não poder contar com a ajuda do professor, que também o chamava assim durante a aula”, exemplifica Monteiro.

No Brasil, ao contrário dos outros países, o bullying dentro da sala de aula é muito maior que nos horários de intervalo. Além do bullying verbal (que inclui apelidos e vaias, por exemplo), 16% dos alunos entrevistados haviam sido alvo de agressão física e quase 12% indicavam a difamação (bullying social) como problemas enfrentados na escola.

O papel da família

“Um dos fatores que contribui para esse comportamento, no caso dos agressores, é, normalmente, a falta de uma estrutura familiar”, observa Cristiano Nabuco de Abreu, integrande do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (AMITI) do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), e que também atende casos de cyberbullying. “Nesses núcleos familiares o que falta é a demonstração da empatia, do estímulo para se colocar no papel do outro. Muitas vezes os pais também já demonstram um comportamento antisocial e estimulam esse tipo de postura nos filhos”, continua.

“Do outro lado”, observa Monteiro, referindo-se às vítimas, “há problemas de baixo auto estima, dificuldade de comunicação – mesmo entre a família –, introversão extrema, não saber se impor, tudo isso precisa ser observado e também passa pelo ambiente familiar.”

E há ainda um outros problemas associado: muitas vezes as vítimas de bullying na escola podem reproduzir esses comportamentos em outros cenários, como forma de compensação. “Isso afeta os pais – algumas vezes alheios aos problemas dos fihos – e irmãos menores (que podem ser vitimizados)”, diz Nabuco, “e podem se refletir na internet – em jogos e redes sociais –, através do cyberbulling, onde ele esses indivíduos podem se refugiar e promover uma violência em um cenário onde ele tenta ter o controle das situações.” Outras vezes esse controle não se concretiza e as crianças passam a ser alvos de violência também na internet, piorando a sensação de opressão e levando ao desenvolvimento de outros transtornos mentais, ou mesmo levando ao risco de suicídio.

“A melhor forma de combater essa situação de violência na escola – e que mais tarde podem se transferir para outras situações sociais, como no trânsito ou no local de trabalho – é promover a conscientização do problema e a promover a participação de pais e professores na resolução desses transtornos de comportamento”, sugere Monteiro.

por Enio Rodrigo, in http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=187182

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Violência na escola não está a aumentar, diz PSP


A violência nos estabelecimentos de ensino não está a aumentar, ou seja, não há uma evolução a este respeito, no entanto, os casos continuam a ser registados, sendo os mais frequentes os furtos e ofensas corporais.

A chefe da Divisão de Prevenção Pública e Proximidade da PSP, Virgínia da Cruz, afirmou à Lusa que são os furtos e as ofensas corporais os crimes mais cometidos nos estabelecimentos de ensino e nas imediações, no entanto, a responsável sublinha que não se nota um aumento do número de casos.

Telemóveis, ténis e moedas estão entre os objectos mais furtados, referiu a responsável pelo programa Escola Segura na Polícia de Segurança Pública, sublinhando que a introdução do cartão tipo Multibanco para compra das senhas dos almoços e lanches fez «decrescer o número de furtos em algumas escolas».

No que refere às ofensas corporais, o ´bullying´ é a situação mais frequente no interior das escolas. Virgínia da Cruz ressalva que tem sido desenvolvido um trabalho de sensibilização para estes casos, elevando a uma maior atenção a estas situações.

Há um maior esforço «do Ministério da Educação para sensibilizar os órgãos das escolas para que todas as infracções sejam comunicadas», sublinhou a responsável, que referiu que «a violência sempre existiu e não era participada» e apesar de continuar a existir é agora mais denunciada.

In http://www.fabricadeconteudos.com/

Gripe A obriga a cancelar festas

Algumas escolas optaram por não realizar os habituais festejos antes das férias, por razões de segurança, substituindo-os por pequenos convívios. A Confap não concorda que sejam os estabelecimentos de ensino a tomar estas decisões

A gripe A está a levar as escolas a repensar as festas de Natal. Há casos em que a opção acabou por ser o cancelamento de eventos de dimensões maiores, como acontece com estabelecimentos de ensino que alugam espaços para realizar teatros, substituindo-os por pequenos convívios. Outras escolas mantêm, para já, o planeamento, mas admitem o cancelamento caso a pandemia tome proporções maiores. E ainda há quem faça algumas adaptações devido à falta de estudantes.

Em Lisboa, pelo menos duas escolas optaram por cancelar as suas habituais representações de Natal, mas o DN sabe que outras ainda ponderam qual a melhor escolha, apesar de preferirem tentar manter a normalidade. "Por razões de segurança optámos por este ano não realizar a festa de Natal. Mas não vamos deixar de marcar a ocasião. Decidimos ter apenas um pequeno convívio, com o Pai Natal a dar prendas às crianças", explicou ao DN a directora do Lar da Criança, Rita Ávila de Melo.

A responsável referiu que desde Outubro a escola teve dez casos de gripe A entre os alunos e que acredita que terá havido alguma desilusão pelo cancelamento. "Mas estes alunos são fantásticos e entenderam as razões. Também acabaram por ficar felizes por realizar-se uma festa interna", salientou. Quanto aos pais, "gostariam que houvesse os habituais festejos, contudo, entenderam e respeitaram a decisão", garante Rita Ávila de Melo.
A Escola Avé Maria também alterou os seus planos. Nos últimos anos, a festa de Natal realizou-se na Junta de Freguesia de Alcântara, mas este ano o colégio avisou os encarregados de educação por carta, a que o DN teve acesso, que "se tornou impossível pôr em prática as dramatizações devido à falta de alunos (com gripe A ou sem ela)", situação que, prevêem os dirigentes da escola, "se irá manter".

Contactada pelo DN, a escola começou por desmentir que o cancelamento se deva à gripe A, acabando por posteriormente admitir que era uma das razões, mas não a única. "A principal causa não foi a gripe A. Realizamos peças bastante trabalhosas e temos falta de alunos", referiu uma responsável do estabelecimento, que não quis adiantar quais as restantes razões e recusou identificar-se, dizendo apenas que estava em substituição da directora.

A Escola Ave-Maria já teve mais de 30 casos de gripe A, mas a mesma dirigente garantiu que presentemente não há grandes problemas. "Este ano vamos fazer a festa na escola. Já não é a primeira vez que optamos desta forma", concluiu.

Confap contra decisão

"É uma medida negativa. É uma interpretação fundamentalista dos planos de contingência", salientou ao DN o presidente da CONFAP.

Albino Almeida discorda por completo da decisão das escolas que cancelaram as festas de Natal. O líder da confederação de pais garante que "não há orientação no sentido de não se realizarem estas iniciativas", acrescentando que "as direcções regionais não deram qualquer instrução para o cancelamento".

"Se há escolas que possam ter dúvidas, por terem casos de gripe A, têm de alertar as autoridades de saúde e são estas que decidem caso a caso o que se deve fazer. Ao serem as escolas a tomar as decisões é uma ultrapassagem nas suas competências. O pior ciclo da gripe já passou, mas as escolas resolveram assumir que a pandemia vai durar até ao final do ano lectivo", criticou Albino Almeida.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

15 ideias para educar pestinhas




Professores, pediatras e psiquiatras vêem a disciplina enquadrada numa relação baseada no encorajamento e na recompensa. Acreditam que se houver uma relação de confiança recíproca haverá pouco espaço para o castigo. Os pais, que quase todos os dias mordem os lábios para não reagir a quente quando os seus filhos teimam nas birras, têm outra opinião. Educar não é fácil e disciplinar também não... Eis 15 ideias para educar sem gritos.


1. Ensine inteligência... emocional. Mais importante do que saber ler antes dos amigos é saber lidar com as emoções.
2. Promova a colaboração. A infância não é um paraíso. Os mais novos devem cumprir tarefas e sentir-se integrados no núcleo familiar.
3. Responsabilize-as. As crianças devem ser encorajadas a assumir as responsabilidades dos seus actos.
4. Assuma o seu papel. Quando a criança desatar aos berros, não grite também. Alguém tem que ser o adulto nesta relação.
5. Fale com elas, muito e desde bem cedo. Aproveite todos os bocadinhos.
6. Dê o exemplo. Tanto nos comportamentos, como na linguagem e nas regras.
7. Conte histórias. O momento do conto é a forma clássica e efectiva de treinar as emoções. Leia os livros antes de os ler aos seus filhos.
8. Cure a razão, não o sintoma. A indisciplina pode ser um sinal de que algo não está bem. Proibi-los de jogar PlayStation ou ver televisão durante uma semana pode não ajudar nada. Perceba a razão por trás do comportamento.
9. Não seja amiguinha/o. Todos queremos fazer os nossos filhos felizes, mas às vezes é preciso tomar decisões difíceis e impopulares.
10. Ouça, ouça e volte a ouvir. Seja bom ouvinte, arranje tempo para falar e sobretudo para ouvir. É uma boa forma de os compreender.
11. Ajude a lidar com a frustração. É importante ter rotinas e fazer entender que não pode ter tudo o que quer.
12. Faça uma pausa. Os ânimos estão exaltados. O mais sensato pode ser ... uma pausa. Conte até dez antes de também perder o controlo.
13. Cuidado com as expectativas. Não compare, nem exija dos seus filhos aquilo que eles não podem dar.
14. Se tem mais do que um filho arranje nem que seja 15 minutos por semana para estar com cada um a sós.
15. Ame-os muito. O amor nunca é demais.