quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ainda há 90 escolas em obras no início do segundo período

Alunos dizem que barulho é o principal problema. Só 15 escolas terminaram obras

O primeiro dia de aulas depois das férias de Natal na Escola Secundária com 2º e 3º Ciclo Gil Vicente, em Lisboa, foi de chuva e lama. Muita lama. Este é um cenário provocado pelas obras e que por estes dias é comum à maioria das 90 escolas que estão em remodelação. Na Gil Vicente as queixas dos alunos sobrepõem-se às vantagens de ter uma escola renovada.

"O barulho das obras perturbam as aulas", é uma das queixas mais apontadas pelos estudantes que frequentam a escola Gil Vicente. Ao todo são mais de cem mil os alunos que durante este ano lectivo convivem com obras. Isto só em relação ao programa da empresa Parque Escolar EPE, que abrange as secundárias em remodelação.

Ao todo, no início do ano lectivo estavam a ser alvo de remodelação 101 escolas. Destas, 15 já concluíram as obras, e outras 15 encontram-se na fase final do projecto, de acordo com os números avançados ao DN pelo Ministério da Educação.

Para os sindicatos de professores e associações de pais as requalificações são vistas como "um mal necessário". Embora, Dias da Silva, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), reconheça que "é sempre complexo por uma escola a funcionar com a obras a decorrer".

Já Joaquim Ribeiro da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) lembra que "os pais têm de perceber que as obras têm de ser feitas durante o ano lectivo".

Ainda assim alguns encarregados de educação já apresentaram reclamações à Confederação das Associações de Pais (Confap) relacionadas com a segurança das crianças e com a própria execução das obras que não foram concluídas de forma adequada, adianta Albino Almeida. "Mas são queixas residuais e desde o início do ano lectivo não recebemos mais de meia dúzia", refere o presidente da Confap, que encaminha todas as reclamações para as direcções regionais de educação.

Um dos casos em que há queixas de má execução das obras é na escola Gil Vicente. Desta secundária, com alunos do 5º ao 12º ano, o estudante João Pedro Curto fala de "descaracterização" do espaço. "As arcadas que eram a marca da escola desapareceram. Tudo o que era a Gil Vicente desapareceu", acrescenta o jovem de 18 anos.

Enquanto uma aluna do 11º ano lamenta algumas falhas. "A escola está a ficar bonita, mas podia ficar melhor. Foi tudo feito à pressa e está mal acabado. O tecto da casa de banho dos rapazes já caiu e há paredes já descascadas", enumera. A biblioteca também já esteve inundada, conforme revela um estudante, que garante: "A escola estava melhor há dois anos". Ou seja, antes da requalificação começar.
In Diário de Notícias
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