segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

23 suspensões em escola de Gondomar


A agressão a soco e pontapé de um aluno de 16 anos à professora de 50 anos, na escola 2/3 de Jovim, em Gondomar, foi, no entender da vítima, o "culminar" de um clima de grande tensão que se vive naquela estabelecimento de ensino. A docente alerta para o facto de, numa só semana, terem sido registados 31 processos disciplinares, dos quais oito culminaram em repreensões e os restantes em suspensão dos estudantes.

"Actualmente, não se pode dizer nada aos alunos que eles não acatam qualquer observação. Principalmente os dos Cursos de Educação e Formação que se sentem impunes. São formandos e têm um contrato com a escola. O seu regime especial, em que não têm faltas nem reprovam, gera um sentimento de impunidade", salientou a professora Artemisa Coimbra, agredida anteontem à porta do Conselho Executivo.

Nem todos os processos disciplinares são, no entanto, com alunos dos Cursos de Educação e Formação. A professora afirmou que, ainda assim, a desresponsabilização se alastra à restante comunidade escolar.

A cena de violência de que a professora foi alvo é, aliás, exemplificativa do ambiente de crispação. À saída de uma aula às 13h20, encontrou um aluno de 16 anos a soltar palavrões alto e bom som.
"Quando me deparo com as situações não faço ouvidos de mercador. Por isso, ordenei que me acompanhasse ao Conselho Executivo (CE). Primeiro disse que não ia, mas depois lá acedeu", relembrou a docente. O pior estava para vir: depois da repreensão no CE, o aluno avistou Artemisa num corredor e começou a correr na sua direcção.

"Ia com o computador numa mão e um saco noutra. Agrediu-me com socos e pontapés. Foi tudo muito rápido e não deu para ninguém me socorrer", salientou.

O caso foi comunicado a Direcção Regional de Educação do Norte e foi apresentada queixa à GNR.

PORMENORES

ALUNOS
A escola 2/3 de Jovim, em Gondomar, tem cerca de 700 alunos a frequentar entre os 5.º e 9.º anos de escolaridade.

CONTRA A VIOLÊNCIA
Artemisa Coimbra é responsável pelo Observatório das Mulheres Assassinadas.
João Carlos Malta

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