segunda-feira, 30 de março de 2009

Registados nove casos de bullying e uma tentativa de suicídio

Escolas estão cada vez mais atentas ao fenómeno da violência entre alunos, diz Associação Nacional de ProfessoresA linha telefónica destinada a dar apoio em casos de bullying nas escolas funcionou apenas duas horas por dia e houve vários problemas técnicos. Mesmo assim, em seis meses, foram relatados nove casos à equipa mobilizada pela Associação Nacional de Professores (ANP). Numa das situações, a vítima tentou suicidar-se.
O bullying acontece quando um ou vários alunos exercem acções agressivas sobre outro, de forma insistente e continuada: chamar nomes, humilhar, bater, excluir, seja nas aulas, nos recreios, à saída da escola... Pode durar anos. Pode ter "consequências desastrosas", diz João Grancho, presidente da ANP.Os dados constam de um relatório de balanço do funcionamento do serviço, a que o PÚBLICO teve acesso.
João Grancho não dá pormenores sobre o caso do aluno que tentou suicidar-se. Diz que quem liga para a linha (pais, alunos vítimas ou professores que não sabem como lidar com um caso de bullying entre os seus alunos ou querem saber mais sobre o que devem fazer) deve ver a confidencialidade do que expõe assegurada. Os agressores são geralmente rapazes, extrovertidos, com dificuldades de autocontrolo, fraco envolvimento escolar e uma rede de "amigos" na escola que valorizam os seus comportamentos.
A linha propõe-se ajudar partilhando estratégias e técnicas para lidar com o fenómeno. O bullying "não leva directamente ao suicídio", explica Margarida Gaspar de Matos, professora da Universidade Técnica de Lisboa, psicóloga, coordenadora em Portugal do estudo Health Behaviour in School-Aged Children, da Organização Mundial da Saúde (OMS), no âmbito do qual são regularmente recolhidos dados sobre bullying e outros factores que interferem na saúde dos adolescentes.
Contudo, os alunos vítimas "podem experienciar problemas emocionais sérios", continua a psicóloga. E se vários "eventos negativos de vida" se conjugarem ao mesmo tempo, uma depressão pode surgir - imagine-se, exemplifica a psicóloga, uma vítima de bullying na escola, que começa a ter más notas e que subitamente tem que lidar com a separação dos pais. Seria um caso típico de "colapso de bem-estar". Há estudos que mostram que quatro eventos negativos em simultâneo podem levar a uma depressão.
Humilhado e excluído
Recentemente, o Correio da Manhã relatou a história de um aluno de 14 anos que se suicidou. Era humilhado e excluído pelos colegas e, segundo a reportagem, a família associa a morte do jovem às provocações e agressões sistemáticas dos colegas. O colégio, que se recusou falar com o PÚBLICO, diz que não é assim. E que vários outros factores contribuíram para o fim trágico do aluno.Certo é que a atenção das escolas ao fenómeno do bullying tem aumentado. Grancho diz que a ANP é cada vez mais solicitada para ir às escolas falar do problema. "No final de cada sessão há sempre três, quatro, cinco alunos que vêm ter connosco. Alguns estão em situações de desespero.
"A ANP está a concluir uma brochura sobre bullying, dirigido a alunos, para distribuir gratuitamente pelas escolas a partir de Maio. E a linha telefónica, que começou por receber o nome de "Linha alunos e famílias - bullying", deverá ser rebaptizada já no 3.º período escolar. Deverá chamar-se, simplesmente, Linha Bullying. A ideia é dar-lhe mais visibilidade como um instrumento a que crianças e pais podem recorrer. Os problemas da linha (relacionados com o encaminhamento do 808968888 para cada um dos números dos técnicos) estão a ser resolvidos pela operadora.
"É possível ensinar a uma criança estratégias para deixar de ser vítima de bullying", afirma por seu lado Gaspar de Matos. A psicóloga já trabalhou com alguns casos.Os sinais de alerta, esses, estão identificados, como se recorda no livro Violência, Bullying e Delinquência, de que Gaspar de Matos é co-autora, e que foi lançado esta semana (Edição da Coisas de Ler) como mais uma ferramenta de trabalho para quem trabalha com crianças. Baixa auto-estima, ansiedade, dores de estômago e outros sintomas físicos, dificuldades de concentração e de aprendizagem, isolamento, propensão para o suicídio - são apenas alguns dos traços que são identificados como fazendo parte do "perfil da vítima".
Por Andreia Sanches, in Jornal Público
Nota: Transcrevo a notícia... mas só podemos estar a brincar... 9 casos... num dia?... desde o início do ano? numa escola?... Estamos, de facto, a viver, noutro país... noutra galáxica... Deixem baixar a poeira... mas continuem de olhos abertos!!! Não estamos a comentar um qualquer paupérrimo jogo de futebol... Se não sabemos do que estamos a falar, preferível é estarmos remetidos ao silêncio... (Por José Ilídio Alves de Sá)

domingo, 29 de março de 2009

Petição para pais assumam absentismo e indisciplina de filhos

O presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Darque, Viana do Castelo, lançou esta semana uma petição por alterações legislativas que responsabilizem «efectivamente» os pais nos casos de absentismo, abandono e indisciplina escolar.

«A legislação tem que criar mecanismos administrativos e judiciais, desburocratizados, efectivos e atempados de responsabilização dos pais e encarregados de educação em casos de indisciplina escolar, absentismo e abandono, modificando a lei que consagra o Estatuto do Aluno e outras leis conexas», disse à Lusa Luís Braga, presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Darque e autor do texto.

Este professor de história escreveu um texto a que chamou 'Petição pela responsabilização efectiva das famílias nos casos de absentismo, abandono e indisciplina escolar', disponível em www.peticao.com.pt/responsabilizacao. Em dois dias, recolheu cerca de 500 assinaturas.

O objectivo é reunir quatro mil para «obrigar» a Assembleia da República a discutir a questão em plenário. «Na prática, o que defendo é que os encarregados de educação têm de ser responsabilizados pela educação ou não educação dos alunos», disse o docente. «Os mecanismos criados devem traduzir-se em medidas sancionatórias às famílias negligentes, como multas, retirada de prestações sociais e, no limite, efeitos sobre o exercício das responsabilidades parentais, como é próprio de uma situação que afecta direitos fundamentais de pessoas dependentes», salienta a moção.

«Actualmente, a única coisa que um professor pode fazer se um aluno faltar sucessivamente é um teste de recuperação para avaliar as dificuldades da criança e isto não é nada», disse Luís Braga.

A petição colheu já assinaturas de pessoas que, para além do nome, escrevem diversos comentários. «Sou mãe e exijo que os meus direitos sejam assegurados» e «a educação passa pela família», são alguns dos ‘recados’ deixados pelos peticionários.

«No momento presente, as faltas e actos de indisciplina são pouco eficazmente sancionados, tendo-se optado por medidas de tipo pedagógico, com fortes entraves burocráticos e com pouca eficácia junto dos agentes dos actos em causa», refere a petição.

In Diário Digital / Lusa

quinta-feira, 26 de março de 2009

Crescem agressões a docentes e alunos - Observatório revela que a maioria dos casos acontece dentro das escolas

O número de agressões a alunos e professores aumentou no ano lectivo passado, segundo o relatório anual da "Escola Segura". Dados que foram divulgados no mesmo dia em que se registaram mais incidentes violentos.

No ano lectivo 2007/08 ocorreram mais 225 agressões a alunos - passaram de 1092 para 1317, num acréscimo de 20,6% - e mais 21 ofensas corporais ou injúrias a professores (subida de 11,3%) do que no ano lectivo anterior, passando de 185 para 206 casos.

Na apresentação do relatório anual Escola Segura, ontem, em Cascais, a ministra da Educação reagiu à evidência: "Necessitamos de fazer mais trabalho para acabar com estas situações. Não é aceitável que nas escolas possam ser tolerados estes tipos de comportamento", disse.

O relatório revela igualmente que, em 2006/07, 831 escolas reportaram ocorrências. Em 2007/08, foram 1137, mais 306 do que no ano anterior. Isto num universo de 12510 estabelecimentos escolares abrangidos pelo programa Escola Segura.

Relevante para o coordenador do Observatório para a Segurança Escolar, João Sebastião, e dado enaltecido pelos dois governantes presentes - ao lado de Maria de Lurdes Rodrigues esteve o ministro da Administração Interna (MAI), Rui Pereira - foi a redução do número total de ocorrências - de 7028 para 6039.

Menos 989 actos de violência ou indisciplina, numa redução de 14%, que o MAI fez questão de atribuir ao programa que disse ser "o ex-libris do policiamento de proximidade".

A ministra acrescentou que os dados provisórios relativos ao presente ano lectivo indicam que a insegurança nas escolas continua a diminuir.

Destes 6039 casos registados, a esmagadora maioria ocorreu no interior das escolas (4582). Um pouco mais do que em 2006-07, (3533), embora a ministra garanta que não seja sinónimo de que a violência aumentou no perímetro sob a sua tutela.

"Em rigor não se pode falar de um aumento", disse a ministra, porque as escolas passaram a ser responsáveis pelos registos dos casos até às portarias e junto à vedação, sendo natural que os casos fora de muros - que eram exteriores - figurem neste relatório como ocorridos no interior.

O gráfico circular mostrado aos jornalistas - e que consta do relatório - indica caber às forças de segurança (PSP e GNR) a vigilância e o registo das ocorrências nas imediações da escola e no percurso da escola até casa.

Se a ministra realçou o regime dos vigilantes escolares - muitos deles aposentados das forças de segurança - aprovado esta semana, Rui Pereira realçou as viaturas que o Governo Civil de Lisboa vai comprar e o programa conjunto do MAI com o Observatório de Delinquência Juvenil do Porto.
Por ALEXANDRA MARQUES in Jornal de Notícias

Revolutionary School

B. é professora numa escola secundária de Lisboa, bairro chique, a curta distância do centro de decisão política do País. Em trinta anos de carreira, conviveu com as mutações ideológicas do sistema educativo, com os voluntarismos...

B. é professora numa escola secundária de Lisboa, bairro chique, a curta distância do centro de decisão política do País. Em trinta anos de carreira, conviveu com as mutações ideológicas do sistema educativo, com os voluntarismos e as experimentações pedagógicas no ensino público e com a deterioração dos valores de sociedade.
"Eu, que pensava ser possível educar, de modo igual, o pobre como o rico, o rural como o urbano, o branco como o moreno, dou comigo a dar graças por cada dia que passa sem ser vítima de uma agressão" - afirma B., professora de português numa escola pública onde o Estado levou por diante mais uma bem intencionada experiência de integração sociocultural.
B. está cansada. Cansada de uma escola onde pululam gangues e a insegurança se entranha na pele e nos comportamentos de todos - estudantes, funcionários e professores. Cansada de gastar o seu tempo a proteger os alunos "normais" das investidas dos desordeiros, quando não de famílias inteiras de malfeitores. Cansada de não lhe sobrar tempo para ensinar. Cansada de assistir à capitulação do sistema perante a indisciplina e a sistemática desautorização dos professores. Cansada do desinteresse dos pais perante a sorte dos filhos. Cansada de guerra.
Dantes, relata B., a ideia da reforma era um tormento. Para a maioria dos professores, a sua vida era a sua escola. Hoje, sempre que alguém se aposenta há festa, onde não faltam lágrimas ao canto do olho dos que ficam, num misto de saudade e de amargura por não terem a mesma sorte. Diz-se, por graça, que o registo de bons serviços prestados à Educação se mede pelo número de equimoses contraídas em combate.
Não, não é a avaliação nem as carreiras que incomodam B. (encolhe os ombros, com enfado, às lógicas sindicais). É o sentimento de impotência perante a desordem reinante, os baixos índices de auto-estima e realização profissional e, sobretudo, a frustração de ver fenecer uma das mais belas causas de Abril - a escola inclusiva.
Devemos ficar surpreendidos com as taxas de aproveitamento e abandono escolar no ensino secundário? Com a pobreza de conhecimentos em disciplinas nucleares, como o Português ou a Matemática? Com a disseminação de uma matriz cultural assente no salve-se quem puder? Não. Uma árvore destas não pode dar bons frutos. Mas, como tratá-la?
Não escondo as perplexidades que a matéria me coloca. Entendo e apoio os princípios da universalidade e da integração, mas não aceito que impere a lei da canalha. As escolas não podem ser jaulas nem quartéis, é certo, mas têm a obrigação de fazer respeitar a disciplina e a ordem, sob pena de fracassarem na sua missão. Não é admissível que uma turma inteira veja os seus trabalhos escolares permanentemente prejudicados pela atitude selvagem de um(a) jovem a quem obrigam a ir a uma escola que odeia, à excepção dos intervalos onde se diverte a aterrorizar os colegas, e que provavelmente nunca completará.
Nos tempos da escola selectiva, o sistema educativo tratava dos casos de indisciplina com mão de ferro - suspensões e expulsões. Sendo raros os estudantes oriundos de minorias étnicas (a mais problemática, a cigana, não passava da instrução primária), a ordem era mais fácil de manter. Hoje, os conselhos directivos das escolas secundárias fogem das medidas disciplinares como o diabo da cruz. Sabem que à mais pequena sanção arriscam-se a ser agredidos ou a ver a escola invadida pela família do jovem-injustamente-perseguido, normalmente mais arruaceira do que o próprio jovem.Recordo-me de uma reportagem realizada algures na Bósnia, onde se dava conta do primeiro caso de sucesso na integração escolar das duas principais comunidades. "As turmas são mistas?", perguntou o repórter. "Isso não. Os miúdos sérvios têm aulas de manhã e os muçulmanos à tarde", respondeu o director sem pestanejar. Será sistema?
Por Luis Nazaré in jornaldenegocios.pt

Bullying na primeira pessoa

Documentário "Alinha" revela testemunhos de cinco alunos que foram agredidos física ou psicologicamente. Curta-metragem em discurso directo chama a atenção para um problema vivido dentro e fora das escolas.

A apresentação do documentário "Alinha" recorre às estatísticas para mostrar a dimensão do problema. "Um em cada cinco jovens portugueses admite ter sido vítima de bullying". O aluno Manuel Guerra da Escola Secundária Artística António Arroio, de Lisboa, falou com cinco colegas e decidiu chamar a atenção para a questão através de registos na primeira pessoa. Catarina, Diogo, Francisco, Mário e Tiago contaram para a câmara os momentos menos bons por que passaram. "Alinha" tem um duplo sentido.
"Pode ser um alinhar de entrar no jogo da violência, ou a linha da vida de vários jovens que foram vítimas de bullying e que revelam as suas histórias, abrem segredos", adianta ao EDUCARE.PT. As escolas estão a requisitar o documentário e Manuel Guerra está satisfeito com o interesse". Estou aberto a este diálogo, disponível para ir às escolas para, eventualmente, mudar opiniões".
"Esta é a história de cinco jovens que abriram os seus mundos cheios de histórias de perseguições físicas e psicológicas, com a qual pretendo alertar para o bullying, um problema cada vez mais emergente na nossa sociedade", revelou Manuel Guerra, em declarações à agência Lusa.
Durante quatro meses, a câmara captou as angústias dos cinco estudantes, com 17 e 18 anos, vítimas de bullying, ou seja, de repetidas agressões físicas ou psicológicas por parte dos colegas da escola, quando frequentavam o 8.º e o 9.º anos de escolaridade. O documentário aproveita para lembrar que há uma linha de apoio que escuta estes casos, nas mãos da Associação Nacional de Professores (ANP).
Manuel Guerra, de 18 anos, decidiu filmar um tema que lhe é próximo. "Desde sempre fui confrontado com casos de colegas que eram alvo de violência física e psicológica, talvez por ter estudado sempre em escolas problemáticas, mas isso marcou-me muito e quando me foi proposto este trabalho pensei logo neste tema", disse à Lusa.
Colocar o dedo na ferida e mostrar como dar a volta por cima estão presentes nesse trabalho cinematográfico. "A ideia é dar estes jovens como exemplo de alguém que conseguiu lutar contra os colegas agressores, já que todos eles, hoje, têm uma vida completamente natural e ultrapassaram o problema", acrescentou.
Antes de avançar para as gravações, Manuel Guerra juntou várias peças de histórias diferentes, mas com pontos em comum. Catarina tinha sido vítima de cyberbullying, Diogo debateu-se com dificuldades de socialização, Tiago, Mário e Francisco tinham vivido na pele as consequências do bullying. "Depois de um processo de pesquisas e investigações, abordei-os directamente na escola e todos aceitaram voltar a essas histórias."
A nota de intenções, no blogue do documentário, abre o apetite para a curta-metragem e enquadra os objectivos. "Em todas as situações serão apresentadas as atitudes actuais. Mais do que tratar o passado, pretende-se mostrar as sequelas do presente. Como agem, o que fazem, com quem se dão e como vivem em casa, na rua e na escola, e sobretudo o que sentem." Os cinco alunos vítimas de bullying revelam o seu dia-a-dia, decalcam os pesadelos do passado, falam sobre as consequências no presente. Para chamar a atenção de uma situação que, sublinha-se, "já começa a atingir os próprios adultos, no local de trabalho." O documentário nasceu no âmbito da disciplina de Projecto e Tecnologias do curso de Comunicação Audiovisual e já estreou. A primeira apresentação foi projectada no Pavilhão Municipal do Moinho, em Corroios, no Seixal.
A curta-metragem de 15 minutos está já a ser solicitada por várias escolas do país e tem o apoio de instituições como a ANP e a Câmara do Seixal.
Por Sara R. Oliveira in www.educare.pt

domingo, 15 de março de 2009

Na 'Sanches' é tudo à cabeçada?

Num curto espaço de 27 dias, a Escola EB2,3 Dr. Francisco Sanches, no coração da cidade de Braga, foi notícia pelos piores motivos. No dia 9 de Fevereiro, pouco passava das 18 horas, um indivíduo agride à cabeçada um professor de Inglês daquela escola. O acto ocorreu à porta do estabelecimento de ensino, perante outros professores (pelo menos um), alguns alunos e auxiliares.
Pelos vistos, um adolescente do 5.º ano sentia-se 'injustiçado' e por isso queixou-se ao tio. Contas feitas, o problema foi resolvido com uma violenta cabeçada. O professor ainda está de baixa, o aluno foi transferido para a Escola EB2,3 de Lamaçães, o tio não sei.
Na passada segunda-feira, mais do mesmo. Um tio de outro aluno procurou o segurança da escola para ajustar contas com ele. Pelos relatos que li em vários órgãos de comunicação social, foi uma espécie de vingança pelo que o senhor tinha feito ao adolescente: moveu-lhe um processo por mau comportamento e o tio abriu-lhe a cabeça.
Em suma, as férias de Carnaval vieram atenuar o alvoroço que vai naquela escola. Ainda bem que durante 11 dias não houve aulas. Quatro sábados e outros tantos domingos, três dias para pôr a máscara e comer o cozido. Se assim não fosse, não sei se haveria mais alguma coisa para envergonhar a 'Sanches'.
Não me parece importante estar a falar da atitude dos agressores. Isso dispensa qualquer comentário. O que acho estranha é a atitude da Direcção Regional de Educação do Norte face a estes episódios. Não direi que nada fez. Porém, questiono a forma como estes conflitos são geridos. Até porque é pública alguma insatisfação por parte da DREN em os órgãos de comunicação social, principalmente o Correio do Minho, saberem detalhes sobre estes tristes assuntos, darem-lhes destaque.
Que posição pública tomou a DREN perante o cenário de uma escola, sede de agrupamento, ser notícia por constantes agressões à comunidade educativa? Que solidariedade pública demonstrou ao professor ou ao funcionário agredidos em horário de trabalho, na difícil missão de educar ou zelar pelo bom ambiente na escola? Que tenha visto ou ouvido, nada. Rigorosamente nada.
Pior que isso, é que naquela escola, apesar de muitos dizerem que estes são casos isolados, isso não é verdade. Conheço muitos alunos, professores e funcionários que podem confirmar o que digo. Não se queira tapar o sol com a peneira para acalmar as hostes. Só os professores sabem o que têm passado dentro das salas de aula. Partindo do princípio que todos erramos durante uma vida, importa analisar a forma como o próprio erro é gerido. E neste aspecto, parece-me que a DREN, o Ministério da Educação e os próprios políticos estão mais preocupados em que estes casos sejam abafados, evitando o alarmismo gera.Na gestão de mais estes dois casos apenas se regista um abaixo-assinado dos professores da EB2,3 Dr. Francisco Sanches, uma reunião da Comissão de Pais, a natural preocupação do presidente do Conselho Executivo e, claro, muito mal-estar na comunidade educativa.
O que pensam os encarregados de educação de tudo isto? O que vai na cabeça dos professores? E dos funcionários? As agressões físicas e verbais ocorrem com tanta frequência que vão chegar para todos. Ninguém se pode sentir excluído deste grupo de 'alvos' a cabecear.
Acredito que tenha havido alguma solidariedade por parte da DREN em relação às duas pessoas agredidas. Mas neste tipo de assuntos, que tanto mexem com a opinião pública, é necessária uma posição pública, mostrando uma clara união entre a comunidade educativa. É que as coisas aconteceram e nada foi dito. A presença da Polícia na escola é cada vez mais frequente. Ainda bem. Mas não há só uma escola em Braga. Os agentes não se podem virar apenas para um local.
A Francisco Sanches é uma escola problemática. Talvez não tenha sido boa ideia assumir novos projectos educativos, como a criação de turmas com alunos que deixaram a escola, que foram expulsos de outros estabelecimentos. É que os Cursos de Educação e Formação (CEF) acabam por perder parte da sua essência quando são frequentados por alunos que não querem ir à escola. Elogio a atitude da 'Sanches' em acolher estudantes que, por variados motivos, não continuaram o seu percurso de formação. No entanto, não acho justo que outros alunos sejam prejudicados por este conjunto de situações.
A distinção entre a comunidade escolar é errada. Um aluno dos CEF é igual a outro qualquer. No entanto, todos sabemos que a política do Ministério da Educação tem sido a promoção, a todo o custo, da ideia de que a escola é para todos. Isso é uma treta. Quem não quer estudar, então que vá trabalhar.
Há casos de alunos que, quase um ano depois de ter ido à escola pela última vez, regressa porque, se assim não fosse, o Rendimento de Inserção Social era cortado à sua família.
E já agora, a escola deverá ser um jardim aberto onde qualquer um entra e faz o que lhe apetece? É que com o andar da carruagem, o professor, auxiliar ou segurança (mais parece um estádio de futebol ou discoteca onde alguém tem que manter a ordem) vão receber uma visita inesperada no seu local de trabalho. O professor de Inglês só não foi agredido dentro da 'Sanches' porque, por mera sorte, não foi encontrado...
Não quero pensar que a 'minha' escola é uma bomba-relógio prestes a explodir. Talvez seja exagerada essa analogia. Mas com o ritmo dos acontecimentos, sou obrigado a concluir que a 'Sanches' já viveu dias mais prósperos, mais felizes, mais convidativos à aprendizagem.
Por Ricardo Miguel Vasconcelos in Correio do Minho

quarta-feira, 11 de março de 2009

Cyberbullying: ensine os mais jovens a proteger-se

O que é cyberbullying?
Cyberbullying é o acto – levado a cabo por uma pessoa ou grupo de pessoas – de, intencionalmente, fazendo uso das novas tecnologias da informação, denegrir, ameaçar, humilhar ou executar qualquer outro acto mal-intencionado dirigido a outra pessoa.É um comportamento inaceitável e incorrecto, que não deve ser desvalorizado ou ignorado ainda que (o que, infelizmente, é frequente) seja protagonizado por jovens.

Como proteger-se?
Eis alguns conselhos que poderá dar a crianças e jovens caso estes recebam mensagens ofensivas no seu telemóvel, no seu perfil numa rede social (Hi5, MySpace, Facebook, entre outros) ou quando estão a jogar online.
• Não responder a mensagens que têm como objectivo ofender ou aborrecer quem as recebe. Ao responder pode-se estar a encorajar o agressor.
• Guardar a mensagem. Embora não seja agradável, esta pode servir de prova caso o assunto assuma proporções tais que seja necessária a intervenção de entidades especializadas.
• Reportar os problemas a pessoas que possam ajudar a resolvê-los (exemplo: os administradores dos sites onde a mensagem foi recebida). Qualquer situação ilegal deve ser denunciada às autoridades.
• Bloquear o remetente. Ninguém é obrigado a suportar alguém que só pretende aborrecer - bloquear remetentes indesejados!
• Relatar a situação a alguém de confiança. Falar com os pais, amigos ou professores é normalmente o primeiro passo para lidar com qualquer problema.
• Respeitar-se a si próprio e aos outros - estar online é bastante público e bastante real, apesar de não parecer. Cada utilizador deve conhecer os seus direitos.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Projecto ProCiv - Lançamento do 1º Concurso


Será lançado, muito em breve, o 1º Concurso do Projecto ProCiv... Se frequentas o Ensino Básico, procura as coordenadas do concurso junto do teu Director de Turma!!! Participa!!!
A Secção de Divulgação do ProCiv

quinta-feira, 5 de março de 2009

«Bullying»: luso-descendente exige indemnização de um milhão


O luso-descendente alegadamente vítima de intimidação [bullying] pelos colegas em Inglaterra reivindica mais de um milhão de euros de indemnização à antiga escola por considerar que esta falhou na sua protecção, noticia a Agência Lusa.

John Thomson, hoje com 23 anos, exige, no processo que decorre no Supremo Tribunal de Justiça de Londres, que lhe sejam compensados os gastos com psicólogos, transportes, medicação, despesas da família e rendimentos não ganhos por incapacidade em conseguir emprego.

O jovem alega que, por causa dos insultos continuados que sofreu durante vários anos, entrou em depressão e que isso afectou o seu desempenho escolar, social e profissional. Andrew Miller, o advogado do estabelecimento de ensino, a Berkhamsted Collegiate School, faz um retrato diferente. O advogado sugere que Thomson exagerou nos problemas psicológicos que diz ter por causa de ter sido gozado pelos colegas e nas incapacidades de interagir que descreve.

Como prova, mostrou fotografias de viagens e festas que Thomson colocou na página que tem no Facebook [rede social na Internet].

Andrew Miller referiu também as boas notas que o jovem teve no ensino secundário e a licenciatura em engenharia electrónica que concluiu no Imperial College de Londres, «uma das melhores universidades do Reino Unido e do Mundo».

«Não é demais pedir um milhão de libras?», questionou esta terça-feira o advogado, numa sessão no tribunal, comparando o valor da indemnização reivindicada com aquele que «um paraplégico pediria» num acidente.

O jovem defendeu-se, alegando que as fotografias em que aparece a sorrir não reflectem o seu estado de espírito. «A depressão não é fácil, é uma montanha russa. Tenho uns dias melhores, outros piores», retorquiu.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Telemóveis e leitores de mp3 proibidos em escola


A Escola Básica 2-3 Ruy Belo, em Monte Abraão, Queluz, proibiu recentemente a utilização de telemóveis e de leitores de mp3 dentro do recinto escolar para atenuar o clima de insegurança. Ainda assim, foram detectados de Setembro a Dezembro, 52 actos de violência, revela a Lusa.
Os casos são maioritariamente relativos à liberdade e integridade física das pessoas e deram origem a 48 processos disciplinares, segundo os dados da Equipa de Missão para a Segurança Escolar.
A proibição de telemóveis e leitores de mp3 tem como objectivo evitar situações de violência e também casos de furtos. A direcção da escola pediu aos professores uma maior atenção a situações de furtos entre alunos dentro do estabelecimento nomeadamente nos intervalos escolares.
As vítimas dos casos de violência detectados são maioritariamente alunos (35), com idades entre os onze e os doze ao passo que dez professores e quatro funcionários também sofreram actos de indisciplina.
Segundo a Equipa de Missão para a Segurança Escolar, os actos contra a liberdade e integridade física das pessoas (36), os actos contra a honra e o bom nome das pessoas (7) e os actos contra os bens e equipamentos pessoais (5) foram os tipos de ocorrências de maior relevo.
Os agressores são por norma reincidentes (38 vezes), actuaram 23 vezes no recreio e 17 nas salas de aula, são maioritariamente rapazes (41) e as idades que mais praticaram estes actos de indisciplina são os treze (18), onze (11) doze (9), e quinze anos (5).
Segundo a presidente da junta de freguesia de Monte Abraão, Fátima Campos, estes actos são o resultado da degradação do espaço da escola e da zona envolvente, e da educação que os alunos têm em casa, muitos deles oriundos de bairros sociais. «Há muitas famílias monoparentais, com muitas dificuldades económicas. Esta situação de indisciplina é muito preocupante», referiu a autarca.
Segundo Fátima Campos, a associação de pais da EB 2-3 Ruy Belo pediu a colaboração à junta de freguesia para que dê a conhecer a realidade da escola às entidades competentes como «o Ministério da Administração Interna, o Ministério da Educação, a PSP».
«Pediram-me para que houvesse mais vigilância na escola», disse a autarca.

terça-feira, 3 de março de 2009

Glosario de términos relacionados con los delitos informáticos

Botnets: Asociación en red (nets) de máquinas autónomas (robots) que forman un grupo de equipos que ejecutan una aplicación controlada y manipulada por el artífice del botnet, que controla todos los ordenadores/servidores infectados de forma remota y que pueden emplearse para robar datos o apagar un sistema.

Bulling o Acoso escolar: Bulling significa en inglés maltrato e intimidación entre iguales. Es el maltrato físico y/o psicológico deliberado y continuado que recibe un niño por parte de otro u otros en el ámbito escolar, que se comportan con él cruelmente con el objetivo de someterlo y asustarlo.
El bullying implica una repetición continuada de las burlas o las agresiones y puede provocar la exclusión social de la víctima.

Carding: consiste en la obtención de los números secretos de la tarjeta de crédito, a través de técnicas de phishing, para realizar compras a través Internet.

Cracker: Es alguien que viola la seguridad de un sistema informático de forma similar a como lo haría un hacker, sólo que a diferencia de este último, el cracker realiza la intrusión con fines de beneficio personal o para hacer daño.

Child Grooming o acoso infantil a través de la red: Acción encaminada a establecer una relación y control emocional sobre un niño/a, cuya finalidad última es la de abusar sexualmente del/la menor. Se lleva a cabo mediante el engaño de una persona adulta a un menor a través de programas de conversación tipo Messenger para obtener imágenes de contenido erótico del menor que después utilizará para coaccionarle, bajo amenaza de difundir esas imágenes a sus conocidos, y conseguir así mas imágenes o incluso llegar materializar el abuso.

Hacker: Persona que posee elevados conocimientos de sistemas y seguridad informática, los cuales pueden emplear en beneficio propio y de la comunidad con que comparten intereses

Hoax: Del inglés, engaño o bulo. Se trata de bulos e historias inventadas, que no son más que eso, mentiras solapadas en narraciones cuyo fin último es destapar el interés del lector o destinatario. Dichas comunicaciones pueden tener como finalidad última: Conseguir dinero o propagar un virus.

Keylogger: Programa o dispositivo que registra las combinaciones de teclas pulsadas por los usuarios, y las almacena para obtener datos confidenciales como contraseñas, contenido de mensajes de correo, etc. La información almacenada se suele publicar o enviar por internet.

Malware: El término Malvare (Acrónimo en inglés de: "Malcious software") engloba a todos aquellos programas "maliciosos" (troyanos, virus, gusanos, etc.) que pretenden obtener un determinado beneficio, causando algún tipo de perjuicio al sistema informático o al usuario del mismo.
Moobing: Situación en que una persona o grupo de personas ejercen una violencia psicológica extrema, de forma sistemática, durante un tiempo prolongado sobre otra persona en el lugar de trabajo.

Pederastia: Según la Real Academia Española se define como el “Abuso cometido con niños”. El término « abuso » significa cualquier uso excesivo del propio derecho que lesiona el derecho ajeno, en tanto que agresión significa acometimiento, ataque; mientras que en el abuso la violencia o intimidación no parece significativa del concepto, en la agresión es inequívoca.
La consumación del delito de abuso se produce tan pronto se materialice el tocamiento íntimo o la conducta de que se trate, aunque el sujeto activo no alcance la satisfacción buscada

Pharming: Manipulación de la resolución de nombres de dominio producido por un código malicioso, normalmente en forma de troyano, que se nos ha introducido en el ordenador mientras realizábamos una descarga, y que permite que el usuario cuando introduce la dirección de una página web, se le conduzca en realidad a otra falsa, que simula ser la deseada. Con esta técnica se intenta obtener información confidencial de los usuarios, desde números de tarjetas de crédito hasta contraseñas. De manera que si el usuario accede a la web de su banco para realizar operaciones bancarias, en realidad accede a una web que simula ser la del banco, casi a la perfección, logrando los delincuentes, obtener los códigos secretos del usuario, pudiendo materializar el fraude con los mismos.

Phishing: Es la contracción de "password harvesting fishing" (cosecha y pesca de contraseñas). Las técnicas denominadas "phishing" consisten en el envío de correos electrónicos, en los cuales el usuario cree que el remitente se trata de una entidad reconocida y seria (usualmente bancos), en los que se solicita al mismo que por unos u otros motivos debe actualizar o verificar sus datos de cliente a través, normalmente, de un enlace a una página que simula ser de la entidad suplantada. Una vez el usuario remite sus datos, los delincuentes o estafadores pueden proceder a operar con los mismos.

Re-mailer: Servicio de Internet que, utilizando distintas técnicas, oculta la identidad del remitente de un correo electrónico.

Scam o Phishing Laboral: Fraude similar al phishing, con el que comparte el objetivo de obtener datos confidenciales de usuarios, para acceder a sus cuentas bancarias. Consiste en el envío masivo de correos electrónicos o la publicación de anuncios en webs, en los que se ofrecen supuestos empleos muy bien remunerados. Cuando el usuario acepta la oferta de trabajo, se le solicita que facilite datos de sus cuentas bancarias, a través de un e-mail o accediendo a una web, para ingresarle los supuestos beneficios.

SMiShing: Es una variante del phishing, que utiliza los mensajes a teléfonos móviles, en lugar de los correos electrónicos, para realizar el ataque. El resto del procedimiento es igual al del phishing: el estafador suplanta la identidad de una entidad de confianza para solicitar al usuario que facilite sus datos, a través de otro SMS o accediendo a una página web falseada, idéntica a la de la entidad en cuestión.

Spam o “correo basura”: Todo tipo de comunicación no solicitada, realizada por vía electrónica. De este modo se entiende por Spam cualquier mensaje no solicitado y que normalmente tiene el fin de ofertar, comercializar o tratar de despertar el interés respecto de un producto, servicio o empresa. Aunque se puede hacer por distintas vías, la más utilizada entre el público en general es mediante el correo electrónico. Quienes se dedican a esta actividad reciben el nombre de spammers.

Spammer: La persona o compañía que realiza el envío de Spam.

Spamming lists: Listas comerciales. Listas de direcciones de correo para envío de publicidad de forma masiva.

Spear Phishing: Tipo de phishing en el que, en lugar de realizar un envío masivo de correos electrónicos, se envían correos con mayor grado de personalización, a destinatarios concretos, consiguiendo que los mensajes resulten más creíbles que los del phishing tradicional.

Spoofing: Hace referencia al uso de técnicas de suplantación de identidad generalmente con usos maliciosos o de investigación. Tipos:

IP Spoofing: suplantación de IP. Consiste básicamente en sustituir la dirección IP origen de un paquete TCP/IP por otra dirección IP a la cual se desea suplantar.

ARP Spoofing: suplantación de identidad por falsificación de tabla ARP. (ARP son las siglas en inglés de Address Resolution Protocol (Protocolo de resolución de direcciones).DNS Spoofing: Suplantación de identidad por nombre de dominio

Web Spoofing: Suplantación de una página web realMail Spoofing: Suplantación en correo electrónico de la dirección e-mail de otras personas o entidades.

Tramas de "pumd and dump": En las que los delincuentes acceden a las cuentas de muchos clientes y las utilizan para alzar de forma artificial el precio de acciones modestas y venderlas desde sus propias cuentas.Virus informático: Programa de ordenador que puede infectar otros programas o modificarlos para incluir una copia de sí mismo. Los virus se propagan con distintos objetivos, normalmente con finalidades fraudulentas y realizando daños en los equipos informáticos.

Vishing: Fraude que persigue el mismo fin que el Phishing, la obtención de datos confidenciales de usuarios, pero a través de un medio distinto: la telefonía IP.
Los ataques de vishing se suelen producir siguiendo dos esquemas:
Envío de correos electrónicos, en los que se alerta a los usuarios sobre algún tema relacionado con sus cuentas bancarias, con el fin de que éstos llamen al número de teléfono gratuito que se les facilita.
Utilización de un programa que realice llamadas automáticas a números de teléfono de una zona determinada.
En ambos casos, cuando se logra contactar telefónicamente con el usuario, un mensaje automático le solicita el número de cuenta, contraseña, código de seguridad, etc.

Web bug: También se denominan “micro espías” o “pulgas” y son imágenes transparentes dentro de una página web o dentro de un correo electrónico con un tamaño de 1×1 pixeles. Al igual que ocurre con las cookies, se utilizan para obtener información acerca de los lectores de esas páginas o los usuarios de los correos, tales como la dirección IP de su ordenador, el tipo y versión de navegador del internauta, el sistema operativo, idioma, cuanta gente ha leído el correo, etc.
in Delitosinformáticos.com

segunda-feira, 2 de março de 2009

'Bullying' sobre lusodescendente chega ao supremo tribunal inglês

Discriminação. Rapaz diz ter sido humilhado durante cinco anos pelo facto de ser rico

'Bullying' sobre lusodescendente chega ao supremo tribunal inglês

O caso de John Thompson, o rapaz lusodescendente, que diz ter sido humilhado pelos colegas numa escola do Reino Unido, pelo facto de ser rico é analisado hoje pelo Supremo Tribunal de Justiça britânico, em Londres, podendo abrir um precedente em processos contra escolas privadas.

John Thompson que tem agora 23 anos, alega não ter recebido protecção da escola que frequentava, a Berkhamsted Collegiate School, a cerca de 50 quilómetros de Londres, um estabelecimento de ensino onde pagava cerca de 10 mil euros por semestre.

Um tipo de discriminação que em Portugal ainda não constitui um motivo de grande preocupação para a classe dos professores, pelo menos de acordo com as afirmações de João Grancho, presidente da Associação Nacional dos Professores.

No caso de John Tompson o facto de a família ser abastada passou a ser um motivo de provocação, que durou durante cinco anos, o que o levou a entrar em depressão e a tentar o suicídio em 2001, então com 16 anos, contou a família a diversos meios de comunicação.

Perante a alegada passividade da escola, os pais, a portuguesa Gracinda e o britânico Ian, decidiram então mudar o filho de escola e processar a instituição, tendo o recurso chegado agora ao tribunal de instância superior.

Outros casos anteriores e semelhantes ao de John Tompson contra escolas privadas, no Reino Unido , foram resolvidos fora dos tribunais ou até abandonados, mas um resultado positivo no dos Thompson pode criar um precedente judicial para outros processos.
- in Diário de Notícias

Salas de Estudo para 9º, 10º 11º e 12º anos - Horários de funcionamento - a partir do dia 4 de Março







domingo, 1 de março de 2009

Bullying, a violência entre iguais

João, 14 anos, era excelente aluno. Levou a peito a atitude e os sms dos amigos. Em Fevereiro suicidou-se. A família aponta esta como a grande causa, apesar da escola rejeitar a ligação. O fenómeno do bullying, o enquadramento de especialistas e outras histórias de violência entre alunos.

Pode ser demasiado cruel o recreio da escola. Tem menos protecção para quem é posto de parte por alguns colegas. E está-se também mais exposto. João (nome fictício), 14 anos, sabia-o bem: tinha o nome inscrito no quadro de honra dos melhores alunos do 9.º ano, praticava desporto e jogava futsal como um craque, era popular e as miúdas achavam--no o máximo; talvez fosse sensível de mais para as pessoas que o rejeitavam. O próprio psicólogo que o acompanhava nas Oficinas de S. José, dos Salesianos, Lisboa, onde ele estudava, reparou num problema, recorda alguém que lhe era próximo: 'ele queria dar-se bem com toda a gente, mas não sabia gerir muito bem possíveis conflitos.' João estava a ser alvo de bullying – um termo que descreve a violência psicológica e física perpetrada pelos pares, colegas de escola, continuada no tempo e com o intuito de humilhar, rebaixar ou controlar, de alguma forma, alguém.

No seu caso, atacar a sua popularidade era uma forma de atingi-lo. Tudo terá começado quando, no início deste ano lectivo, João denunciou a um amigo um caso que se passava, à sua revelia, provocado por outros três colegas. Acontece que os quatro se juntaram e passaram a excluí-lo. Incompreendido, João desabafou com a sua directora de turma e com a família.

'Punham-no de parte e influenciavam outros a fazê-lo', relata a mesma pessoa. 'Sei que lhe mandaram mensagens de telemóvel a insultá-lo. Uma vez, que ele era para ir a uma festa – e que acabou por não ir – mandaram--lhe, depois, uma mensagem a dizer que ele não tinha ido porque ninguém gostava dele. Eram mensagens para o rebaixar, humilhar, para dizer que ele era um desgraçado que não tinha amigos. O que era completamente falso.'

Para os Salesianos, o processo educativo só se completa quando a família do aluno e a escola se envolvem em prol do mesmo. João passou a ser uma das 60 crianças a ter apoio psicológico da instituição. A mãe ficou em contacto estrito com a directora de turma, contou à Domingo, num encontro onde estivam presentes também o director pedagógico daquela instituição, a directora de turma e a coordenadora de ciclo.

João tinha maturidade. Falava roçando um ar de adulto. Mas tinha a mesma vontade de brincar e de se divertir de qualquer adolescente aos 14 anos. 'Ele era diferente da maioria dos casos de bullying onde, por norma, as pessoas fecham-se. Ele transmitia alegria, vontade de viver, tinha muitos projectos', conta a mãe. Um deles era fazer a viagem de finalistas do 9.º ano, a Paris; o outro, era figurar no 'quadro de excelência' da escola – que existe a par do 'quadro de valores', que distingue as boas pessoas –, para ter acesso à bolsa de estudo que iria aliviar a mãe e o avô da mensalidade. Quem o conhecia acredita que provir de uma condição económica diferente da maioria dos colegas e, por outro lado, ser exemplar na sua prestação escolar e desportiva, poderia torná-lo um alvo de bullying.

Todos os projectos de João ficaram suspensos. Sem que ninguém o previsse, o adolescente suicidou-se em Fevereiro, numa noite em casa – depois de se divertir a jogar ao ‘Guitar Hero’, na PlayStation3. A família acredita que o bullying despoletou o suicídio, a par da ansiedade por saber as notas do segundo período. A comunidade escolar prefere não associar estes factores ao trágico acontecimento, alegando que factores familiares somados a outros convergiram para este desfecho.

É sintomática a preocupação manifestada pelo procurador-geral da República ao constatar que só na região de Lisboa foram abertos 'cerca de 111 inquéritos', em 2008, relacionados com violência escolar – muitos contra a integridade física de professores e outros elementos escolares. Outros são furtos. Importa esclarecer que a grande maioria destes casos não são de bullying.

'Assistimos a um pico de bullying em 2002 e que, agora, está a baixar. Acontece que toda aquela indisciplina que se assiste nas escolas não é bullying, que não tem nada a ver com a relação do aluno com o professor, nem com a sala de aulas' – esclarece Margarida Gaspar de Matos, psicóloga e docente na Faculdade de Motricidade Humana, Lisboa.

Nesta forma de agressão, muitas vezes silenciosa, a internet e os telemóveis revelam-se armas de bullying – é o fenómeno cyberbullying. Além de atingirem a vítima, muitos deles procuram uma – perversa – plateia. Sónia (nome fictício), hoje com 21 anos, viu a sua página pessoal no Hi5 (rede social) clonada. Há dois anos alguém copiou as suas fotos para criar um personagem. Seria 'um adolescente que estava farto da ex-namorada porque ela não o deixava em paz e fê-lo para ela perceber.' Ou seja, ele mantinha conversas apaixonadas com a rapariga das fotos. Sónia sentiu--se usada por alguém ter-se apropriado da sua identidade fotográfica para fins desconhecidos. Isso assustou-a.

O medo de não conhecer o agressor, como Sónia, pode ser tão grande como o de quem teme represálias por ter pedido ajuda a alguém. Pedro, 13 anos, reconhece que o melhor é ninguém associar o seu nome à sua imagem. No Restelo, Lisboa, a sua escola também é frequentada por alunos-filhos de classe média-alta. Os mais velhos dirigiam--se a ele com frequência obrigando-o a contar anedotas ao sabor de ‘calduços’.

'Sabe o que é um moche? Sabe o que são 20 miúdos em cima de si? Dói, pois dói' – conta Pedro. 'Sou conhecido em toda a escola como um ‘nerd’ (marrão). Nesta sociedade de hoje, nas crianças, ser bom aluno é mau. Para eles, o fixe é fumar e beber cerveja, aos 14 anos. Quem tem boas notas é um ‘nerd’'.

Apesar de importunado, o adolescente já se tinha habituado a ser alvo de troça. O culminar da tensão a que estava sujeito surge quando o mesmo grupo de sempre – desta vez eram dez – o aterrorizou. 'Ia ao McDonald’s ter com amigos quando me atacaram. Cinco deles é que participaram furtivamente, empurrando-me e dando-me ‘calduços’ e ‘carolos’'. Só o largaram, embora que por pouco tempo, quando ameaçou participar à escola. À saída do restaurante de fast-food, o grupo foi atrás dele, um deles empunhava um tabuleiro. 'Comecei a correr mas eles foram mais rápidos. Bateram-me e um deles deu-me, duas vezes, com o tabuleiro na cabeça. E caí na lama' – conta esmorecido. 'O mais humilhante é que filmaram e puseram no YouTube', denuncia.

Antes, Pedro falava com a mãe e rejeitava a sua intervenção. Desta vez, ligou-lhe logo. 'O meu pai foi à escola e fez um pouco de escândalo – era preciso – e desde esse dia dou um aperto de mão aos polícias da Escola Segura, de manhã, por protecção.' Pedro estava farto de fugir deles, nem podia chegar perto do campo de futebol. 'Ir aos balneários, isso é que não podia mesmo!'
Neste caso, a escola suspendeu o aluno que lhe deu com o tabuleiro por três dias; outros dois colegas com dois dias; e mais dois com um dia.

In Correio da Manhã (texto encurtado)