sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Empresa privada contratada para reforçar segurança em escola de Beja

A Direcção Regional de Educação do Alentejo (DREA) decidiu contratar os serviços de uma empresa privada para reforçar a segurança na escola EB 2,3 Santa Maria, em Beja, depois de o conselho executivo da escola ter apresentado demissão perante a sucessão de episódios de violência no estabelecimento.
Além do “reforço imediato do policiamento exterior”, através de agentes do programa Escola Segura da PSP, “vão ser contratualizados os serviços de uma empresa de segurança privada” para “vigiar o interior da escola”, adiantou à Lusa, José Lopes Verdasca, director regional de educação.
A contratualização dos serviços de segurança privada, que “deverá demorar duas a três semanas”, vai incluir a presença de vigilantes no interior da escola e a instalação de um sistema de videovigilância, acrescentou o responsável.Segundo José Lopes Verdasca, o acesso à escola “já está a ser controlado” para “disciplinar a entrada de pessoas exteriores”, que “foram responsáveis por alguns dos casos de violência mais complicados”.
Questionado sobre o carácter de excepção das medidas adoptadas, o director explicou que as alterações agora decididas “vão permitir, a curto prazo, reforçar a segurança da escola e evitar casos de violência”.
Conselho executivo demissionário
Estas medidas foram decididas após uma reunião com o conselho executivo demissionário, professores e funcionários da Escola Básica 2,3 de Santa Maria e uma outra com a associação de pais da escola.
Salientando que “cerca de 70 por cento” dos alunos da escola “são subsidiados” e oriundos de bairros sociais desfavorecidos, José Lopes Verdasca defendeu ainda que, a médio prazo, “é preciso reorganizar a rede escolar de Beja, para evitar a concentração de alunos problemáticos numa só escola e permitir a sua distribuição equilibrada por várias escolas” da cidade.
Por seu lado, Domingas Velez, presidente do conselho executivo da cidade, disse estar “satisfeita” com as medidas adoptadas, que considerou “absolutamente necessárias para evitar casos de violência e normalizar o dia-a-dia da escola”.
Na sexta-feira, o conselho executivo demitiu-se em bloco, dizendo-se “saturado” com os “constantes” casos de violência no estabelecimento de ensino. “Apresentámos a demissão porque estamos cansados e saturados com vários casos de violência na escola, que deixaram de ser pontuais e passaram a ser frequentes”, explicou.
Além de agressões entre alunos, Domingas Velez queixou-se sobretudo de “casos de agressões, a maioria verbais, mas também físicas, a funcionários e professores por parte de elementos exteriores à escola”, como pais e encarregados de educação. A professora deu ainda conta de casos de agressões de pais a alunos e a outros encarregados de educação no interior da escola.
In Público

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