segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Fazer refeições em família estreita laços afetivos e melhora a auto-estima

Estudo realizado em 12 países revela que comer ao lado de pessoas queridas promove o bem-estar e protege o organismo contra doenças físicas e emocionais; aprenda como cultivar esse hábito

Uma pesquisa idealizada pela empresa de produtos alimentícios Knorr, da Unilever, ouviu mais de seis mil pessoas em 12 países para avaliar quão importante é o momento das refeições para famílias do mundo todo. O estudo – integrado à campanha “Toda refeição é uma oportunidade” – relevou que, embora 95% dos brasileiros e 84% dos entrevistados globalmente considerem o momento das refeições muito importante para vida familiar, em São Paulo, menos da metade das famílias consegue se reunir para jantar todos os dias. Os principais empecilhos são diferenças de horário e falta de tempo, respectivamente.
“Ao deixar de estimular esse hábito, todos os membros da família saem perdendo”, afirma Miriam Weinstein, jornalista americana, autora do livro “The Surprising Power of Family Meals” (O Surpreendente Poder das Refeições em Família). “Comer frente a frente, seja com a mesa posta ou durante uma refeição improvisada, estreita os laços de afetividade e transmite segurança.” Apesar da agenda apertada, 56% dos entrevistados afirmam que o momento das refeições ajuda as famílias a brigarem menos, além de encará-lo como uma oportunidade para falar sobre comportamento, estudos e planos.
Miriam declara que pesquisas realizadas ao longo dos últimos anos atestam a importância de compartilhar e aproveitar a hora da ceia. “Está comprovado que crianças que fazem suas refeições com os pais têm melhor vocabulário e consequentemente mais facilidade para aprender a ler e escrever”, afirma. Benefícios da prática Pesquisas norte-americanas também apontam que adolescente, cuja família cultiva o hábito de comer reunida, têm menos problemas com drogas e indisciplina.
“Esses jovens também se alimentam melhor, o que previne o aparecimento de doenças decorrentes da má alimentação, tais como obesidade e colesterol alto”, afirma Adriano Segal, diretor de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO). Para a educadora Cris Poli, apresentadora da versão brasileira do reality show “Supernanny”, do SBT, não basta reunir a todos. “É preciso fazer desse um momento agradável.” Falta de tempo e a praticidade das comidas prontas vieram à sua mente? Cris afirma que sua receita é simples. “Não há necessidade de um cardápio sofisticado e trabalhoso. Uma vez instalada a rotina, as crianças passam a aceitar a ideia de trocar as garfadas em frente à televisão pelo jantar onde podem falar sobre seu dia”, declara.
Cris sugere que pais evitem aproveitar esse tempo para dar broncas ou repreender os filhos. “Proponha assuntos leves, como por exemplo, o dia das crianças na escola e aproveite para conhecê-los melhor.” “O mesmo vale para casais”, diz Miriam. “Quando falamos em família, nos referimos também aos cônjuges. Aproveite a refeição do fim do dia para trocar demonstrações de afeto e mostrar quanto você se importa com seu par e não para discutir sobre as contas.”
Confira as dicas das especialistas para que o hábito de reunir todos à mesa seja um pequeno prazer e não uma obrigação:- Suas refeições não precisam ser sempre perfeitas e com todos sorrindo. Entenda que haverão dias de maior e menor comunicação. - Caso não tenha tempo, procure rever sua agenda e a de seus filhos. Pais que chegam tarde podem compartilhar a sobremesa com os pequenos. - Tente estabelecer uma rotina para que todos saibam quais são os dias e horários em que irão se reunir. - Permita que todos se envolvam na preparação das refeições, o que tornará a hora de comer mais divertida. Incentive seus filhos a irem com você às compras, com pequenas listas para que eles ajudem a escolher frutas e legumes.

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